Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

Neuroestimulação Elétrica Transcutânea no controle da dor pós-operatória de cães submetidos a procedimentos cirúrgicos ortopédicos em membros pélvicos

FERNANDA BARROS DOS SANTOS.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-207413

Resumo

Os procedimentos cirúrgicos ortopédicos geralmente não podem ser evitados, e mesmo com analgesia preempitiva é necessário controle efetivo da dor pósoperatória, uma vez que tais procedimentos têm potencial de gerar dor intensa, diretamente relacionada ao longo período de recuperação do paciente. A dor pós-operatória, quando não tratada de forma eficaz, torna-se patológica, podendo desencadear uma série de distúrbios, incluindo imunossupressão, alterações cardiovasculares e emaciação, atraso na cicatrização e na evolução para cura, tornando-se crônica. Os opioides são frequentemente utilizados no tratamento da dor pós-operatória de intensidade moderada a severa, em doses altas muitas vezes requeridas em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas, o que favorece a instalação dos efeitos deletérios desta classe de analgésicos. Nesse sentido, o uso de terapias multimodais e não farmacológicas vem ganhando destaque no sentido de aperfeiçoar a terapia analgésica e diminuir o uso dos mesmos, ou até como alternativa em pacientes para os quais restrições farmacológicas existam. Um destes meios é a Neuroestimulação Elétrica Transcutânea (TENS), técnica já utilizada com sucesso na medicina humana com eficácia comprovada, de fácil aplicação, não invasiva, sem contraindicações e financeiramente acessível. Este estudo foi desenvolvido para avaliar o controle da dor pós-operatória de 14 cães, de até 25 kg, submetidos a cirurgias ortopédicas em um dos membros pélvicos no Hospital Veterinário da UFV, mediante autorização dos proprietários. A medicação pré-anestésica foi morfina na dose de 0,3 mg/kg intramuscular, indução anestésica com propofol na dose de 4 a 6 mg/kg, seguida de manutenção com isoflurano e aplicação de bolus de 0,1 ml/kg de fentanil nos casos que se fizeram necessários. Ao final do procedimento cirúrgico, os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos: GT que receberam sessões de TENS convencional próxima a ferida, baixa intensidade e alta frequência de impulso elétrico (100 Hz), com duração de 30 min, com intervalos de 90 min entre as sessões, e GC que receberam os eletrodos, entretanto o equipamento não foi ligado. Em todos os animais foi realizada avaliação de dor antes do procedimento cirúrgico, ao final do mesmo, assim que o animal retomou a consciência após anestesia, e a cada 120 minutos durante 11 horas. O avaliador não teve conhecimento do tratamento aplicado e utilizou duas escalas de dor: a Escala de dor de Glasgow modificada e a Escala de dor da Universidade de Melbourne. Nos casos em que o animal obteve um escore de dor, pela escala da Universidade de Melbourne acima de 33,3% da pontuação máxima que é de 27 pontos, foi realizada administração de morfina (0,3 mg/kg) intramuscular, respeitando o intervalo mínimo de 4 horas entre as aplicações. A pontuação em cada avaliação, o número de administrações adicionais de morfina pós-operatória e o tempo para a primeira aplicação foram comparadas entre os grupos. A analgesia da TENS, segundo as escalas de dor utilizadas para avaliação, se mostrou semelhante à da morfina, promovendo escores iguais ou menores aos encontrados no grupo tratado apenas com morfina. A probabilidade de haver resgates analgésicos no pósoperatório nos dois grupos foi semelhante, sugerindo um controle eficaz da dor pela aplicação de TENS. Conclui-se que a TENS foi capaz de promover analgesia pós-operatória eficaz e semelhante à da morfina, diminuindo o número de resgates analgésicos durante a avaliação.
Orthopedic surgical procedures generally cannot be avoided, and even with preemptive anesthesia, effective control of postoperative pain is necessary, since such procedures have the potential to generate intense pain, directly related to the long recovery period of the patient. Postoperative pain, when left untreated, become pathological and may trigger a series of disorders, including immunosuppression, cardiovascular changes and emaciation, delayed healing and progression to cure, and becoming chronic. Opioids are often used in the treatment of postoperative pain of moderate to severe intensity, at high doses often required in patients undergoing orthopedic surgery, which favors the installation of the deleterious effects of this class of analgesics. In this sense, the use of multimodal and non-pharmacological therapies has gained prominence in the sense of improving analgesic therapy and diminishing their use, or even as an alternative for patients where pharmacological restrictions exist. One of these means is the Transcutaneous Electrical Nerve stimulation (TENS), a technique already successfully used in human medicine with proven efficacy, easy to apply, noninvasive, without contraindications and financially accessible. This study will evaluate the postoperative pain control of 14 dogs, up to 25 kg, submitted to orthopedic surgeries in one of the pelvic limbs at the Veterinary Hospital of the UFV, with authorization from the owners. The pre-anesthetic medication was intramuscular morfine 0.3 mg / kg, anesthetic induction with propofol at 4 to 6 mg / kg, followed by maintenance with isoflurane and bolus application of 0.1 ml / kg of fentanyl whem necessary. At the end of the procedure, the animals were randomly divided into two groups: GT who received sessions of conventional TENS, low intensity and high electric pulse frequency (100Hz), with duration of 30 min, with intervals of 90 min between sessions, and GC that received the electrodes, however the equipment was not connected. All animals were evaluated for pain before the surgical procedure, at the end of the procedure, as soon as the animal regained consciousness after anesthesia, and every 120 minutes for 11 hours. The evaluator was not aware of the treatment applied and used two pain scales: the modified Glasgow Pain Scale and the University of Melbourne Pain Scale. In the cases in which the animal obtained a pain score, by the University of Melbourne scale above 33.3% of the maximum score that is 27 points, administration of intramuscular morphine (0.3 mg / kg) was performed, respecting the minimum interval of 4 hours between applications. The score at each evaluation, the number of additional administrations of postoperative morphine and the time for the first application were compared between the groups. TENS analgesia, according to the pain scales used for evaluation, was similar to that of morphine, promoting scores equal to or lower than those found in the group treated with morphine only. The probability of postoperative analgesic rescues in the two groups was similar, suggesting an effective pain control by the application of TENS. Proving that TENS could promote effective and morphine-like postoperative analgesia, reducing the number of analgesic rescues during the evaluation.
Biblioteca responsável: BR68.1