Surto de norovírus em um navio cruzeiro ao longo da costa brasileira, março de 2011/Norovirus outbreak in a cruise ship along the Brazilian coast, March 2011
Gabbay, Yvone Benchimol; Siqueira, Jones Anderson Monteiro; Lima, Ian Carlos Gomes de; Teixeira, Dielle Monteiro; Aragão, Glicélia Cruz; Barbagelata, Luana Soares; Oliveira, Darleise de Souza; Garcia, Carla Gisele Ribeiro; Galindo, Daniele de Barros; Mascarenhas, Joana D'Arc Pereira; Linhares, Alexandre Costa.
Rev Pan-Amaz Saude
; 5(1): 43 - 51, mar. 2014. graf, tab
Artigo
em Inglês
| IEC - Instituto Evandro Chagas | ID: iec-14184
Outbreaks of gastrointestinal disease may occur on board of cruise ships due to the consumption of contaminated water or food, with a fast person-to-person transmission. Epidemiologic investigations carried out by Centers for Disease Control and Prevention in USA, have confirmed that more than 95 per cent of gastroenteritis outbreaks in cruise ships are caused by norovirus (NoV). In March 2011 an outbreak of acute gastroenteritis (AGE) occurred on a cruise ship with 1,224 passengers and 554 crew members that sailed from Rio de Janeiro, Rio de Janeiro State (Southeast, Brazil) to Manaus, Amazonas State (North) and stopovers in Recife, Pernambuco State, and Fortaleza, Ceará State (Northeast) and Belém, Pará State (North). Epidemiological data were obtained and seven rectal swab samples were collected and tested for NoV detection and characterization by molecular techniques. A total of 53 persons (42 passengers and 11 crew members) developed AGE, 75.5 per cent of whom were older than 60 years old. The symptoms duration was less than 48 h, most of the patients presenting vomiting (79.2 per cent) and diarrhea (73.6 per cent). Most of the cases varied from mild to moderate and only one patient needed parenteral rehydration. Cases of AGE were recorded in eight of 12 vessel floors, especially in the recreational areas. The seven rectal samples collected were all NoV-positive by RT-PCR and all NoV strains were genogrouped as GII by semi-nested PCR. The quantitative real-time PCR produced a 57.1 per cent NoV positivity rate. The partial nucleotide sequencing classified five (71.4 per cent) of these samples as GII.P4. Our findings highlight the need for continuous viral enteropathogens surveillance including cruise ships considering the increase of this kind of touristic option in Brazil. (AU)
Os surtos da doença gastrointestinal podem ocorrer em navios cruzeiros devido ao consumo de água e comida contaminadas, com rápida transmissão de uma pessoa a outra. Investigações epidemiológicas realizadas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, nos EUA, confirmaram que mais de 95 por cento dos surtos de gastroenterite em navios são causados por norovírus (NoV). Em março de 2011, um surto de gastroenterite aguda (GEA) ocorreu em um cruzeiro com 1.224 passageiros e 554 tripulantes que partiu do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro (Sudeste do Brasil) para Manaus, Estado do Amazonas (Norte) com paradas em Recife, Estado do Pernambuco, e Fortaleza, Estado do Ceará (Nordeste) e Belém, Estado do Pará (Norte). Dados epidemiológicos foram obtidos e sete amostras por swab retal foram coletadas e testadas para a detecção e caracterização do NoV por meio de técnicas moleculares. Um total de 53 pessoas (42 passageiros e 11 tripulantes) desenvolveram AGE, dos quais 75,5 por cento eram maiores de 60 anos de idade. Os sintomas duraram menos de 48 h, a maioria dos pacientes apresentou vômito (79,2 por cento) e diarreia (73,6 por cento). A maior parte dos casos obteve variação entre leve e moderado e apenas um paciente necessitou de reidratação parental. Casos de AGE foram registrados em oito dos 12 andares do navio, principalmente nas áreas de recreação. As sete amostras de swab retal coletadas revelaram resultado positivo para NoV por meio de RT-PCR e todas as cepas foram genogrupadas como GII pelo semi-nested PCR. O PCR quantitativo em tempo real produziu uma taxa de positividade de 57,1 por cento para NoV. O sequenciamento parcial de nucleotídeos classificou cinco (71,4 por cento) das sete amostras como GII.P4. Os resultados destacam a necessidade de vigilância contínua dos enteropatógenos virais, incluindo navios cruzeiros, considerando o aumento deste tipo de opção turística no Brasil. (AU)
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