O
mercúrio ,
metal tóxico para os seres vivos e o
meio ambiente , representa cerca de 50% do
amálgama dentário , material restaurador amplamente utilizado na
odontologia . A armazenagem e o descarte inadequados das sobras de amálgama são apontados pela
literatura científica e pela
OMS como
fonte de contaminação ambiental por
mercúrio , pois, mais de sete mil toneladas do
metal são despejadas anualmente no
meio ambiente na forma desse composto. O objetivo deste
trabalho foi avaliar a
exposição ocupacional ao
mercúrio na
odontologia . Comparou-se um grupo de
cirurgiões-dentistas expostos ao
mercúrio pelo manuseio do amálgama em um Posto de
Atendimento Médico (PAM) da cidade do Rio de Janeiro e outro grupo que, em consultórios particulares, exerce exclusivamente
especialidades que não requerem o uso do
metal . Os
trabalhadores auxiliares do PAM também foram avaliados. Coletaram-se
amostras de ar do
ambiente (forma ativa com impingers e passiva com
dosímetros ) e de
urina dos participantes, nas quais a concentração de
mercúrio foi determinada por
espectrometria de absorção atômica com
vapor frio . (...) Considerou-se como escassa a existência de
cirurgiões-dentistas totalmente livres da exposição ao
mercúrio . Concluiu-se que a manipulação do amálgama, mesmo em pequena quantidade, resultou em
contaminação ambiental e biológica pelo
mercúrio , a qual pode ter sido potencializada pela
ventilação inadequada do local, descarte inadequado dos
resíduos de amálgama e das
cápsulas de amálgama vazias, bem como pelo uso incompleto de EPIs. Apesar das deficiências estruturais e falhas no
gerenciamento de seus
resíduos , a
organização do
trabalho no PAM oferecia boas condições aos
trabalhadores . Recomendou-se a não utilização do amálgama e a implantação de
medidas minimizadoras da
exposição ocupacional e da
contaminação ambiental proveniente do
mercúrio presente no amálgama. (AU)