Monografia
em Português
| HomeoIndex (homeopatia) | ID: hom-10940
O texto aqui apresentado não segue as diretrizes tradicionais da literatura acerca do assunto. Ao contrário, propõe nova compreensão no tocante a aspectos fundamentais, a exemplo da chamada lei dos semelhantes e dos contrários, da diluição, do significado da agravação e das leis de cura. Se, por um lado, a medicina convencional apoia-se no efeito terapêutico mais evidente e repetitivo da substância, o que a leva a reunir diversos medicamentos para um só paciente, pelo outro, o método homeopático lida com os efeitos raros, sutis e peculiares e, esmiuçando as características de cada enfermo, seleciona apenas um único remédio, transmutando a intervenção num fenômeno preferentemente global no organismo. A maior quantidade de variáveis sejam efeitos terapêuticos da substância, sejam sintomas do doente evolui para a qualidade, como demonstra a dialética. Assim, pode-se traçar um paralelo contínuo entre a abordagem reducionista, predominante na metodologia científica quantitativa, e a sistêmica, prevalente na homeopatia, cada qual com vantagens e limitações próprias. Porém, talvez a diferença essencial em relação aos textos clássicos da especialidade seja a primazia concedida ao paciente e não à substância medicinal, em que pese o seu inegável valor. É que o ser vivo representa um sistema muito mais vasto e complexo do que o recurso terapêutico. Residem no indivíduo os principais fatores que engendram a enfermidade, e igualmente possibilitam a cura. A ciência hahnemaniana comete, nesse sentido, a incoerência de apregoar a doença como um processo endógeno, mas depois transfere todo o mérito da reintegração à higidez para o elemento medicamentoso, portanto, exógeno. (AU)