Assim, as interpretações acabam parciais e unilaterais, com foco ou na biografia de Nabuco, ou em seus textos. Os estudos biográficos tendem a se concentrar no personagem, perdendo de vista a vida social na qual ele se situava. De outra parte, as interpretações que usam os textos de Nabuco para desvendar as características estruturais da sociedade brasileira oitocentista, sobretudo as transformações econômicas e sociais, fazem desaparecer o nível do indivíduo, com seus motivos, experiências e projetos. O objetivo aqui é juntar as duas pontas encarnando as idéias no homem que as concebeu, mas, concomitantemente, repondo tanto o pensamento quanto o personagem no redemoinho de tensões vivenciadas pela elite brasileira oitocentista. Tomando a trajetória de Nabuco como matéria-prima, é o nível da experiência social da modernização brasileira de fins de oitocentos, os impasses, tensões e conflitos que este processo gera no ativismo político, e nas formas de pensar, na sensibilidade, que este estudo privilegia.(AU)