Este trabalho examina a relação inusitada entre leitores e bibliotecas na ficção de Lima Barreto levando em conta a posição marginal do autor dentro do já periférico contexto brasileiro. A disjunção entre leitores e bibliotecas revela a pobreza intelectual crônica, de raízes históricas, que afeta as diversas camadas sociais que compõem o Brasil republicano e que se manifesta, por um lado, no mais descarado alpinismo intelectual, por outro, num esforço sincero, mas penoso e desarticulado de aquisição de conhecimento. Num outro patamar ela influencia o plano da própria criação literária dando origem ao escritor marginalizado cuja via de resistência é a militância.(AU)