Neste trabalho pormo-nos a problematizar a existência de uma linha de cor que divide o mundo social em dois a partir da experiência social de um intelectual mulato. Lima Barreto (1881-1922) foi um escritor que imprimiu em suas obras as diversas dimensões do drama de ser um negro ou mulato no mundo dos brancos. Sua condição ambivalente é retratada em seus escritos da perspectiva do homem solitário que, ocupando um não-lugar, buscava atribuir um sentido a sua existência social. Destarte, seu dilema psicológico girou em torno do esforço de lidar com o impacto perverso do preconceito racial na formação de sua subjetividade; e de atribuir a esse aspecto trágico de sua experiência de mundo um caráter valorativo que salvaguardasse sua dignidadepessoal. A partir de seu exemplo buscaremos demonstrar como a linha de cor, ao incidir sobre a subjetividade das pessoas de cor, tem como efeito seu dilaceramento. (AU)
In this work pormo us to question the existence of a color line that divides the social world into two from the social experience of an intellectual mulatto. Lima Barreto (1881-1922) was a writer who printed their works on the various dimensions of the drama of being a black or mulatto in the white world. His ambivalent condition is portrayed in his writings from the perspective of man solitary, occupying a non-place, sought to assign a meaning to their social existence. Thus, his psychological dilemma revolved around the effort to deal with the perverse impact of racial prejudice in the formation of subjectivity, and assigning the tragic aspect of his world experience evaluative character that would safeguard their personal dignity. From his example we will seek to demonstrate how the color line, to focus on the subjectivity of people of color, has the effect of torn apart. (AU)