Este artigo constitui uma leitura dos nexos entre o feminino e o animal, estabelecidos por Lima Barreto, tanto em crônica quanto em ficção, buscando iluminar seu diálogo com as teses de tendência naturista e libertária nas duas primeiras décadas do século XX. Assim, diante das posições contrárias de Lima Barreto quanto ao direito de voto e ao trabalho femininos, o artigo avança hipóteses de leitura quanto à centralidade, na reflexão de Lima Barreto, da tese do controle reprodutivo para a sujeição de mulheres e de animais domésticos. Nesta linha, busca demonstrar que, para o escritor, tal simetria terá produzido a solidariedade de mulheres trabalhadoras à causa dos animais naquele início de século. (AU)