Mortalidade pela doença cerebrovascular no Brasil / Stroke: mortality rates in Brazil

RESUMO

Os dados oficiais de mortalidade no Brasil revelam que a doença cerebrovascular é responsável por mais óbitos que a doença coronária nos últimos 40 anos, um fato que diferencia nosso país dos demais no Hemisfério Ocidental, com exceção do observado em Portugal. Observa-se um nítido gradiente de distribuição geográfica Norte-Sul (de Belém a Porto Alegre) na predominância das doenças cerebrovasculares sobre as coronárias. Na década de 80, as taxas de mortalidade precoce (45 aos 64 anos) pela doença cerebrovascular, nas principais cidades brasileiras, eram extremamente elevadas quando comparadas às obtidas em alguns países selecionados. No entanto, a tendência declinante da mortalidade detectada, inicialmente na cidade e no Estado de São Paulo, repete-se no conjunto das áreas metropolitanas brasileiras durante as décadas de 80 e 90, ao contrário da doença coronária, cujo declínio das taxas cessou desde o início dos anos 90. Por esses dois motivos, a razão doença coronária/ cerebrovascular aumentou no período de 1975 a 1998 de 1,25 para 1,35 para o sexo masculino e de 0,85 para 1 para o sexo feminino. Esses fatos indicam que a doença cerebrovascular representa importante causa de morte entre os brasileiros, apesar da tendência declinante das taxas, correspondendo, provavelmente, à prevalência elevada de hipertensão arterial e a níveis médios elevados de pressão arterial.