Oncological results of surgical treatment versus organ-function preservation in larynx and hypopharynx câncer / Resultado oncológico de tratamento cirúrgico versus protocolo de preservação de órgão em câncer de laringe e hipofaringe

ABSTRACT

Summary Introduction: Since the beginning of the 1990s, non-surgical radiochemotherapy treatment has become popular with the prospect of maintaining oncological results and preserving the organ in patients with advanced squamous cell carcinoma of the larynx and hypopharynx. However, subsequent studies demonstrated increased recurrence and mortality after the non-surgical treatment became popular. Objective: To compare the oncological results of surgical and non-surgical treatments of patients with larynx and hypopharynx cancer and to evaluate the variables associated with disease recurrence. Method: This is a retrospective cohort study of 134 patients undergoing surgical (total or partial laryngectomy) or non-surgical (isolated radiotherapy, chemotherapy or induction chemotherapy followed by radiotherapy and chemotherapy) treatment, with 62 patients in the surgical group and 72 in the non-surgical group. Results: Disease-free survival rates were higher in the surgical group (81.7% vs. 62.2%; p=0.028), especially in III/IV stages (p=0.018), locally advanced tumors T3 and T4a (p=0.021) and N0/N1 cases (p=0.005). The presence of cervical lymph nodes, especially N2/N3, was considered a risk factor for disease recurrence in both groups (HR=11.82; 95CI 3.42-40.88; p<0.0001). Patients not undergoing surgical treatment were 3.8 times more likely to develop recurrence (HR=3.76; 95CI 1.27-11.14; p=0.039). Conclusion: Patients with larynx or hypopharynx cancer non-surgically treated had a poorer disease-free survival, especially in cases with locally advanced tumors (T3 and T4a) and in which the neck was only slightly affected (N0/N1).

RESUMO

Resumo Introdução: A partir de estudos do início dos anos 1990, popularizou-se o tratamento não cirúrgico com radioquimioterapia, com a perspectiva de manutenção do resultado oncológico e preservação do órgão em pacientes com carcinoma espinocelular avançado de laringe e hipofaringe. Entretanto, estudos posteriores demonstraram aumento da recorrência e da mortalidade com a difusão do tratamento não cirúrgico. Objetivo: Comparar o resultado oncológico dos tratamentos cirúrgico e não cirúrgico de pacientes com câncer de laringe e hipofaringe e avaliar as variáveis associadas à recidiva de doença. Método: Estudo de coorte retrospectiva de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico (laringectomia total ou parcial) e não cirúrgico (radioterapia isolada, radioterapia concomitante a quimioterapia ou quimioterapia de indução seguida de radioterapia e quimioterapia) de 134 pacientes, sendo 62 no grupo cirúrgico e 72 no não cirúrgico. Resultados: As taxas de sobrevivência livre de doença foram maiores no grupo cirúrgico (81,7% vs. 62,2%; p=0,028), principalmente em estádios III/IV (p=0,018), tumores localmente avançados T3 e T4a (p=0,021) e casos N0/N1 (p=0,005). A presença de linfonodos cervicais, principalmente N2/N3, foi considerada fator de risco para recidiva de doença nos dois grupos (HR=11,82; IC95% 3,42-40,88; p<0,0001). Pacientes não submetidos ao tratamento cirúrgico apresentaram 3,8 vezes mais chance de desenvolvimento de recidiva (HR=3,76; IC95% 1,27-11,14; p=0,017). Conclusão: Pacientes com câncer de laringe ou hipofaringe tratados de forma não cirúrgica tiveram menor sobrevivência livre de doença, especialmente nos tumores localmente avançados (T3 e T4a) e com pescoço pouco comprometido (N0/N1).