Self-perceived hearing handicap and hearingsensitivity in nursing home elderlies / Autopercepção e sensibilidade auditiva em idosos institucionalizados

ABSTRACT

Objectives: To identify hearing sensitivity and self-perceived handicap and their relation. Methods: Schooling, dependence for daily activities and auditory complaints were investigated in 79 nursing home elderly subjects, male and female, aged from 66 to 100 years. All underwent basic hearing evaluation and answered a self-assessment scale (HHIE-S). Results: Mean schooling was of 8.3 years. Thirty-one subjects (39.3%) were classified as independent, 43 (54.4%) as semi-dependent and 5 (6.3%) as dependent. Fifty-eight (73.4%) subjects had complaints concerning their hearing. Only 25.3% demonstrated normal hearing for low and medium frequencies, and 8.9% and 7.6% for high frequencies on the right and left ears, respectively. Hearing loss for low and medium frequencies was mild, while that for high frequencies was moderate. The great majority of subjects (64.6%) did not demonstrate hearing handicap as evaluated by the HHIE-S. Conclusions: Hearing loss without self-perceived hearing handicap was prevalent in the group and these aspects were highly associated, that is, the worse the hearing sensitivity, more evident the handicap. The development of hearing loss is usually slow and only perceived when affecting the entire frequency range, leading to difficulties in social integration and lack of motivation in maintaining interpersonal relations, strengthening the social barriers and demonstrating the importance of the audiologist in these institutions.

RESUMO

Objetivos: Identificar o grau de sensibilidade auditiva e a autopercepção do handicap em idosos e verificar a relação entre ambos. Métodos: Realizou-se o levantamento da escolaridade, grau de dependência para as atividades de vida diária e das queixas relacionadas à audição de 79 indivíduos, de ambos os gêneros, na faixa etária de 66 a 100 anos, residentes em uma instituição de longa permanência. Submetidos à avaliação audiológica básica e à aplicação de um questionário de autoavaliação (HHIE-S). Resultados: A escolaridade mostrou uma média de 8,63 anos cursados; 31 indivíduos (39,3%) foram classificados como independentes, 43 (54,4%) semidependentes e 5 (6,3%) dependentes; 58 (73,4%) indivíduos apresentaram alguma queixa relacionada à audição. Apenas 25,3% da amostra apresentou grau de sensibilidade auditiva normal para as frequências baixas e médias e 8,9% à direita e 7,6% à esquerda para as altas, sendo o grau leve o mais frequente para as baixas e médias, e o moderado para as altas, para ambos os lados. A maioria dos idosos não apresentou percepção do handicap auditivo (64,6%). Conclusões: Houve alta prevalência de deficiência auditiva, porém sem percepção do handicap na maioria dos indivíduos avaliados, estando estes dois aspectos amplamente relacionados. O caráter lento e progressivo da deficiência auditiva, que só passa a ser notado quando se atinge altos graus de comprometimento, soma-se à dificuldade de integração social deste grupo e o desinteresse em manter as relações interpessoais, intensificando as barreiras e apontando para a grande necessidade da atuação fonoaudiológica dentro destas instituições.