Mielite transversa é uma incomum desordem neurológica, apresentando
causas variadas e incertas. O processo inflamatório acarreta
lesão extensa de fibras da
medula espinal, podendo resultar de
infecções virais, bacterianas, baixo fluxo vascular medular,
doenças autoimunes e raramente associados a
neoplasias. Relatamos um
caso de
paciente com quadro clínico compatível com
mielite transversa, potencialmente associada a
adenocarcinoma mamário.
Paciente sexo feminino, de 50 anos, com quadro de
adenocarcinoma mamário, em
pós-operatório tardio, karnofski de 100, evoluindo com
paraplegia súbita, com nível sensitivo em T10, um dia após o início de
quimioterapia. Sem outros antecedentes patológicos. Não há relato de
febre ou
infecção precedendo o déficit em meses. Deu entrada em nosso
pronto-socorro, sendo submetida a
ressonância magnética de coluna torácica, sem alteração de sinal. Foi negativa a
pesquisa para colagenoses. Iniciou corticoterapia para
mielite transversa. Evoluiu com
recuperação gradativa dos déficits. Avaliado após seis meses se apresentava com
força muscular grau V em
membro inferior direito e grau IV em
membro inferior esquerdo. O
caso chama atenção para esta possível
associação ainda não descrita, contudo a exclusão de
lesão compressiva metastática ou
metástase intramedular em quadros como esse com
diagnóstico prévio de
lesão tumoral é imprescindível.