Quando Narciso acha feio o que é espelho: o sofrimento do sujeito contemporâneo no adoecimento dermatológico / When Narcissus finds its ugly what he sees in the mirror: the suffering of contemporary subjects in dermatologic illness
Este trabalho versa sobre uma reflexão acerca de algumas questões atuais que envolvem o sujeito contemporâneo a partir de uma compreensão histórica e psicanalítica, enfatizando a experiência corpórea, de sua relação com a pele e com o adoecimento. Nosso propósito foi o de investigar as implicações contemporâneas na constituição da subjetividade diante do processo de adoecimento dermatológico. Utilizamos o método clínico-qualitativo de pesquisa apoiado na teoria psicanalítica para a análise dos dados. Foram analisados os discursos de 3 pacientes, em tratamento dermatológico ambulatorial de um hospital, em que utilizamos a entrevista semidirigida para a apreensão do discurso do paciente e, posteriormente, foram realizadas a análise do conteúdo temático e latente com o objetivo de compreender o significado simbólico apresentado sujeito doente diante do adoecimento. Chama-nos a atenção, em especial, a experiência cotidiana do sujeito na sua convivência com a doença. O narcisismo, enquanto conceito psicanalítico, apresentou um recurso fundamental para compreender o sofrimento do sujeito diante das demandas psíquicas versadas sob a perspectiva do ideal de eu. A pele, entendida enquanto limite e continência do eu, mostra uma importante interface entre o eu e o outro. Com a falência dos ideais sociais, passa a existir um primado dos ideais narcísicos e da corpolatria. Os modelos de beleza produzidos na cultura são tomados como ideais e determinam padrões estéticos que são incorporados pelo sujeito. Consequentemente, a doença e, em especial, no nosso estudo, a dermatose traz um sofrimento ampliado ao paciente (...)
This work is about reflections concerning some actual questions which are raised with contemporary subjects based on a comprehension of history and psychoanalytics, stress of the physical experience; and the relationship of skin and falling ill. It is proposed to investigate the contemporary implications in subjective organization prior to the suffering dermatologic. A qualitative-clinical method of inquiry using psychoanalytic theory as the foundation of analysis of data is utilized. By analysis of discourse of 3 ambulatory patients in hospital dermatologic treatment, and semi-directive interviews concerning the suffering reported by patients, and later, conducting a latent theme content analysis with the objective of understanding the symbolic significance as shown by subjects becoming ill. Special attention is called to the daily experience of subjects in relationship to their illness. Whereas the narcissistic concept psychoanalytically presents to be how the basic complaint is the daily experience of the subject, in relationship to illness; before the demand of psychic versions under the perspective of the ideal self. The skin is understood to limit the contingence of display, and is thus an important interface between the inner, and outer self. With failure of the social ideal, there is the existence of the primary ideal of narcissistic physical projection. Our models of beauty are produced by a culture which takes sound ideals and determines esthetic requirements that are embodied by subjects as to how skin should appear. Consequently, an illness, and especially in the study, (...)