Contexto: O Ministério da
Saúde do
Brasil anunciou, em março de 2018, uma expansão das
políticas para práticas integrativas em
saúde dentro do
Sistema Único de Saúde (SUS) , incorporando 10 novos tipos de práticas integrativas à
lista de
procedimentos disponíveis no sistema público de
saúde brasileiro.
Objetivo: Identificar, sintetizar e avaliar criticamente evidências de revisões sistemáticas Cochrane sobre as novas práticas de
medicina integrativa inseridas no
SUS .
Métodos: Revisão de revisões sistemáticas conduzida pela Disciplina de
Medicina Baseada em Evidências ,
Escola Paulista de
Medicina (EPM),
Universidade Federal de SaÌo Paulo (Unifesp), sobre as seguintes intervenções
apiterapia ,
aromaterapia ,
bioenergética ,
constelação familiar ,
terapia de florais,
cromoterapia ,
geoterapia ,
hipnoterapia ,
imposição de mãos e
ozonioterapia .
Resultados: Foram incluídas 16 revisões sistemáticas 4 sobre
apiterapia , 4 sobre
aromaterapia , 6 sobre
hipnoterapia e 2 sobre
ozonioterapia . Não foram encontradas revisões sistemáticas Cochrane referentes aos temas
bioenergética ,
constelação familiar ,
cromoterapia ,
geoterapia ,
terapia de florais ou
imposição de mãos . A única evidência de alta qualidade encontrada nessas revisões foi sobre o potencial
benefício da
apiterapia , especificamente para o uso de
curativos de
mel para
cura parcial de
feridas por
queimadura , para redução de
tosse entre
crianças com
tosse aguda e para
prevenção de
reações alérgicas a
picadas de
insetos .
Conclusão: Exceto por alguns usos específicos da
apiterapia (
mel para
lesões por
queimadura e para
tosse aguda e do
veneno de
abelhas para
reações alérgicas às
picadas de
insetos ), o uso das 10 práticas integrativas recentemente incorporadas ao
SUS não é embasado por evidências de revisões sistemáticas Cochrane.