Padrões de adoecimento e de morte da população brasileira: os renovados desafios para o Sistema Único de Saúde / Patterns of death and disease in the Brazilian population: renewed challenges for the National Health System (SUS)
Artigo
em Português
| ENSP, FIOCRUZ | ID: ens-22146
No século XX, o Brasil passou por intensas transformações na sua estrutura populacional e no padrão de morbi-mortalidade. Este estudo tem o objetivo de apresentar uma reflexão sobre os grandes problemas de saúde enfrentados pela população brasileira neste momento contemporâneo. Dentre as principais causas de óbito e internações estão as doenças crônico-degenerativas, os acidentes e as diversas formas de violência. Entretanto, as doenças infecciosas ainda se apresentam como problemas importantes de morbidade. A falta de solução para problemas estruturais e básicos, a manutenção de condições e modo de vida inadequados, a insuficiência dos mecanismos que regulam os danos ao meio ambiente ocasionam riscos à saúde que se superpõem, em vez de se sucederem. Essa superposição implica na manutenção de uma alta carga de morbidade e mortalidade na população que se mantém ao longo dos anos. A redução desta carga representa um desafio para a definição de políticas de saúde. Portanto, é importante enfatizar a necessidade de ações multissetoriais para a prevenção e controle das doenças e do sofrimento humano e para dar a cada indivíduo a garantia de atingir a sua plenitude física e mental. Estas ações devem integrar não só o setor saúde, como também políticas econômicas e sociais.(AU)
During the twentieth century, Brazil underwent sweeping changes in its population structure and its morbidity and mortality patterns. This study presents some reflections on major health problems faced by the Brazilian population today. The main causes of death and hospitalization include chronic and degenerative diseases, accidents and various forms of violence. However, infectious diseases are still an important problem in terms of morbidity. The lack of solutions for basic structural problems, the continuation of inadequate living conditions and ways of life, and the weakness of mechanisms regulating damage to the environment all result in health risks that overlap rather than succeed each other. The outcomes are high morbidity and mortality rates in the population that remain unchanged over the years. Lightening this burden is a challenge when drawing up health policies. Consequently, it is important to stress the need for multi-sector actions that help prevent and control diseases and ease human suffering, offering each individual a guarantee of full physical and mental achievement. These actions involve not only the healthcare sector, but must also encompass economic, social and policies.(AU)