Os autores realizaram um estudo epidemiológico (586
pacientes) sobre o
uso de fármacos na
gestaçåo e fatores associados (incluindo estratificaçåo trimestral). O estudo foi realizado durante o 1§ semestre de 1992 na
Maternidade do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foi analisada, também, a
prevalência de variáveis secundárias, como
prescriçåo de
fármacos no
trabalho de parto,
prescriçåo de
fármacos no
puerpério imediato, uso de agentes abortivos no 1§ trimestre,
tabagismo,
alcoolismo,
drogadiçåo, uso casiro de
inseticidas e
exposiçåo à radiaçåo na
gravidez. Foram analisadas duas investigaçöes paralelas; na primeira (
investigaçåo A), foram incluídos, durante a
gestaçåo, os antianêmicos/
vitaminas e, no
puerpério imediato, os antianêmicos/
vitaminas e os
analgésicos; na segunda (
investigaçåo B), foram excluídos esses
fármacos por serem de uso rotineiro. Detectou-se, na
investigaçåo A, 89 por cento de
uso de fármacos na
gestaçåo, com 62 por cento de uso no 1§ trimestre, enquanto na
investigaçåo B estes percentuais foram de 71 e 37 por cento, respectivamente. No
trabalho de partohouve
prevalência de 56 por centode uso de
drogas em ambas as investigaçöes. No
puerpério imediato, 100 por cento das
pacientes usaram
fármacos na
investigaçåo A, enquanto na
investigaçåo B detectaram-se 39 por cento de
medicalizaçåo. Os grupos farmacológicos de maior
prevalência na
gestaçåo foram os antianêmicos/
vitaminas (58 por cento), os
analgésicos (38 por cento) e os
antimicrobianos (21 por cento). O grupo de maior
prevalência no
trabalho de parto foi o dos
analgésicos (37 por cento). Já no
puerpério imediato, os
analgésicos (100 por cento), os antianêmicos (92 por cento) e os
ocitócicos (16,5 por cento) foram os
fármacos mais utilizados. Três percentuais dos
fármacos usados na
gravidez eram da categoria X (
FDA). O índice de
automedicaçåo foi 18 por cento. As
gestantes que tiveram
cuidados pré-natais mostraram, quando comparadas aquelas sem
assistência pré-natal, maior
prevalência de
uso de fármacos na
gravidez (p<0,01)