O
câncer na
adolescência implica além das mudanças decorrentes do
desenvolvimento biopsicossocial dessa fase da
vida, a elaboração do
diagnóstico e das alterações na rotina do sujeito. As alterações corporais decorrentes dos efeitos colaterais do
tratamento modificam a
imagem corporal dos
pacientes. Com as diversas mudanças, os sujeitos necessitam re-elaborar suas vivências. Esse
trabalho tem como
objetivos descrever a
percepção do
adolescente portador de
câncer sobre a fase inicial do
diagnóstico, as alterações corporais e suas repercussões, e o
papel da Casa de Apoio no amparo aos
pacientes. Essa é uma
pesquisa qualitativa com abordagem fenomenológica que visa compreender como os sujeitos vivenciam a
doença e atribuem significados. Participaram do estudo por meio de
entrevista. semiestruturada e
produção de autorretrato seis
adolescentes de cada
gênero, portadores de
Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA),
Leucemia Mielocítica Aguda (LMA),
Osteossarcoma e
Tumor Cerebral. Foi também realizada
observação participante com abordagem etnográfica no qual demonstrou ser a Casa de Apoio um local de
acolhimento e re-significação do
adoecimento ao proporcionar compartilhar experiências com outros
pacientes. A trajetória inicial do
diagnóstico foi vivida como um momento de intensa mobilização. As entrevistas e produções gráficas apontaram que as alterações corporais trazem repercussão na
vida escolar, na
alimentação e
socialização dos
adolescentes. Após essas etapas foi produzido um
livro lúdico com o objetivo de promover a participação, re-elaboração e
compreensão da trajetória do
adoecimento considerando a afetividade. Os dados sinalizam a necessidade de melhoria na.
comunicação pacientes-
profissionais, possibilitando uma maior
adesão ao tratamento e mínima sequela psicológica.
Estratégias que atuem na
promoção da saúde são importantes para desenvolver a capacidade
crítica, co-participação e uma melhor
qualidade de vida.