Simulação como estratégia de ensino na graduação médica / Simulation as a teaching stratergy in medical schools

RESUMO

O interesse pela simulação como metodologia de ensino na área de saúde tem crescico nos últimos nos. Percebe-se um movimento importante de escolas de medicina interessadas na aplicação dessa estratégia, porém o conceito e a aplicabilidade de tais ferramentas ainda estão em fase de amadurecimento. O presente artigo tem como finalidade de apresentar os principais aspectos da simulação como estratégia de ensino na área de saúde. Tradicionalmente, o aspecto prático do aprendizado médico é obtido no contato com pacientes sob supervisão, o que possui limitações importantes, como a dificuldade de repetição e a segurança do paciente. A simulação traz diversas vantagens nesse aspecto, por criar um ambiente seguro para a prática de habilidades médicas pela primeira vez, sem o risco de ferir o paciente. Além disso, há a possibilidade de repetição e aperfeiçoamento, permitindo trabalhar simultaneamente habilidades cognitivas e psicomotoras e também os aspectos afetivos, tais como a ética e a postura profissional, a comunicação e a relação médico-paciente. Para que isso aconteça, é necessário um preparo adequado dos docentes. No entanto, nota-se grande foco na tecnologia envolvida na simulação e pequeno foco no treinamento e capacitação dos profissionais envolvidos. Com adequado treinamento docente e integração curricular, a simulação pode contribuir como valiosa estratégia para melhorar a formação dos futuros médicos, com o intuito final de aumentar a segurança para pacientes e profissionais.

ABSTRACT

Interest in clinical simulation as a teaching strategy in healthcare education has increased in recent years. There has been great interest by medical schools in the use of this strategy; however, the concept and applicability of these tools are still under development. The present study is aimed at presenting the main aspects of simulation as a teaching strategy in healthcare education. Traditionally, the clinical aspects of medical learning are obtained by means of contact with patients under supervision, which has important limitations, such as repetitions and patient safety. Simulation has a lot of advantages in this regard, as it creates a safe environment to practice clinical skills for the first time, without any risk of harming the patient. In addition, it is possible to repeat and improve, allowing the development of cognitive, psychomotor and emotional skills, such as ethics, professional attitude, communication and patient-doctor relationship. To accomplish this, adequate teacher training is required. However, there has been a significant focus on the technology related to clinical simulation with only a minor focus on the training and capacity building of the professionals involved in this process. With adequate teacher training and curricular integration, simulation can be a useful tool to improve the training of future doctors and therefore improving safety for patients and doctors.