RESUMEN
A psicanálise é uma ciência? A controvérsia suscitada por essa questão gira em torno de se a ciência é una e se atém ao modelo da física clássica, posição sustentada, em geral, por filósofos positivistas, logicistas ou hermeneutas que não trabalharam pessoalmente em ciências naturais; ou de se as ciências são muitas, cada uma com seus próprios métodos e formas de validação, sem pretender aceder a certezas. Neste trabalho, o autor traz para a discussão um participante que não costuma ser convocado para o debate, Albert Einstein, examinando a seguir as diferenças epistêmicas entre as ciências exatas e as ciências descritivo-observacionais, cujo modelo deriva da biologia de Aristóteles. Depois, considera a trajetória epistêmica de Freud, do cartesianismo do Projeto até suas posturas finais, e revisa as amplas coincidências de Freud com os credos epistêmicos de Darwin e Einstein, operando a partir dos fatos para chegar às teorias. Para finalizar, apresenta os desafios colocados pela época atual
Is psychoanalysis a science? The controversy raised by this question revolves around whether science is one and sticks to the model of classical physics, a position generally held by positivist philosophers, logicians or hermeneuts who have not personally worked in the natural sciences; or whether the sciences are many, each one with their own methods and forms of validation, without claiming to have certainties. In this work, the author brings into the discussion a participant who is not usually invited to the debate, Albert Einstein, and then examines the epistemic differences between the exact sciences and the descriptive-observational sciences, whose model derives from Aristotles biology. He then considers Freuds epistemic trajectory, from the Cartesianism of the Project to his final positions, and reviews Freuds broad coincidences with the epistemic creeds of Darwin and Einstein, operating from facts to arrive at theories. Finally, he presents the challenges posed by the current era
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Como o próprio título do artigo propõe, o autor parte do
encontro entre Freud e Breuer e seus trabalhos iniciais, ao mesmo
tempo em que resgata o Projeto para uma psicologia científica (Freud,
1895) como proposta inicial, logo abandonada. Demonstra, em um
estudo minucioso, a evolução do pensamento freudiano ao longo do
seu percurso, ancorado em suas principais obras, tendo como base suas
descobertas clínicas, sobretudo o fenômeno da transferência. Destaca
a atualidade do pensamento psicanalítico de Freud e conclui com uma
associação entre a sua fase tardia e o pensamento de Darwin
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Frente às mudanças das psicopatologias que hoje nos acabrunham como psicanalistas e, inclusive, como cidadãos, o presente trabalho pretende deslindar se tais mudanças, no início do psiquismo, são, em princípio, passíveis de serem abrangidas pelas filosofias - exemplificadas pela fenomenologia de Habermas - ou pelas neurociências. A fenomenologia só chega a vislumbrar tentativamente e, como uma periferia, a ocorrência de fenômenos psíquicos por fora do modelo do texto a que se cinge, enquanto as neurociências só timidamente ampliam seu campo de estudo para além do cartesianismo de base de seus modelos mecânicos. Para tal fim, questiona-se a distinção, pelas neurociências, de uma memória procedimental ou implícita, que supõem não distinguir indivíduos ou eventos, e uma memória explícita, que só apareceria a partir de dois a três anos. Fica, pois, para a psicanálise, localizada na linha do naturalismo amplo de Freud, distante dos cartesianismos, conciliar seu devido lugar com o estudo das incidências da cultura dos meios sobre a simbolização e a representação, em especial quanto ao psiquismo precoce, no marco da atual epidemia de autismo
Asunto(s)
Psicoanálisis , Neurociencias , Cultura , Memoria , Trastorno AutísticoRESUMEN
Este trabalho sustenta que a tarefa clínica da psicanálise dá lugar a um duplo trabalho das evidências, cujo deslinde é assunto de analisando e analista. As interpretações do analista são, fundamentalmente, conjecturas em busca da representatividade e dos esclarecimentos das evidências, de forma que o analisando guarda para si para o melhor e para o pior o papel de árbitro epistêmico. Esse fato e a presença de paradoxos que se atravessam no caminho do crescimentopsíquico referem-se, quanto à objetividade clínica, à operação contra-indutiva no deslinde de um realismo de formas ou padrões, na realidade psíquica do analisando, que se contrapõe a linearidades nascidas nos realismos teóricos. Nas vicissitudesdo início de um tratamento, o material clínico ilustra a multiplicidade deníveis e os paradoxos que entram em jogo no deslinde das realidades psíquicas por parte da analisanda e do analista.(AU)
Asunto(s)
Psicoanálisis , ConocimientoRESUMEN
Abordagem do tema apresentando da distinção entre investigação empírica e investigação conceitual
Asunto(s)
InvestigaciónRESUMEN
Debate realizado em 9 de setembro de 2000 por ocasião do Congresso da FEPAL, 23
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Comentários dos autores ao trabalho de Ana María Rizzuto
Asunto(s)
Psicoanálisis , Habla , Lenguaje , Relaciones Madre-HijoRESUMEN
As mudanças psicopatológicas, nestas décadas são o desafio da técnica. A onipresença dos meios visuais perturba a elaboração dos lutos iniciais e das separações psíquicas, estabelecendo-se defesas autístico-miméticas, diante das quais o insight e enquadres mais amplos que o que cada um tolera, são vividos como ameaça. Sem questionar a pertinência do enquadre clássico de quatro a cinco sessões semanais, faz-se evidente que corresponde a um momento privilegiado da cultura, em que os pacientes puderam nos outorgá-lo. Na Era da Imagem, a maioria dos que nos consultam carecem dos espaços mentais indispensáveis, e a ampliação do enquadre deverá depender das evoluções psíquicas no espaço reduzido de contato emocional e temporal que nossos atuais pacientes possam tolerar e utilizar
RESUMEN
O texto questiona a mutação da psicanálise ao passar da privacidade das sessões para os espaços acadêmicos públicos
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O autor afirma que a laboriosa investigação freudiana da realização disfarçada dos desejos inconscientes é contraposta, na pós-modernidade, pelo desenvolvimento da vida cotidiana baseado no fenômeno onírico. Aborda as assim chamadas Culture Wars, as guerras da cultura e as Freud Wars, a atual belicosidade contra a obra e a integridade intelectual de Freud
Asunto(s)
Psicoanálisis , Filosofía , Literatura , ComentarioRESUMEN
Limitaçöes da psicanálise e sua aplicaçäo na sessäo que Freud apresenta em Análise Terminável e Interminável, säo examinadas nos termos dos esquemas conceituais da psicologia unipessoal e bipessoal