RESUMEN
O artigo versa sobre o entrelaçamento da violência inerente aos diferentes
âmbitos sociais com a violência presente na instituição escolar. É relatada
uma situação de violência ocorrida em uma escola pública de Porto
Alegre, com base na qual se discutem os vários níveis envolvidos no
engendramento do episódio. Destaca-se neste o aspecto ético da violência.
Discussões teóricas relacionadas ao tema promovem o embasamento e
aprofundamento da visão dos autores sobre as vicissitudes do social na
instituição escola
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A parceria smed-sppa, que há mais de 12 anos trabalha na disponibilização e aplicação do conhecimento psicanalítico para a formação continuada de educadores da educação infantil, constituiu um grupo de pesquisa interinstitucional e interdisciplinar. O objetivo desta investigação, fruto desse grupo de pesquisa, é estudar o trabalho realizado com grupos de educadores, assessores pedagógicos e psicanalistas, que em ciclos de oito encontros conversam processualmente sobre graves problemas vividos no dia a dia desses educadores, como violência extrema nas comunidades em que se situam as escolas e situações de abuso de crianças. Pretende-se, através desta pesquisa, estudar o impacto de tal intervenção (rodas de conversa smed-sppa) para os sujeitos participantes, sejam eles educadores, assessores pedagógicos ou psicanalistas, nesse contexto específico, que é o de conversar e pensar, de forma articulada, estruturada e processual, sobre situações traumáticas vividas em sala de aula pelos educadores presentes nas reuniões
The partnership smed-sppa between the Board of Education of Porto Alegre (smed) and the Psychoanalytic Society of Porto Alegre (sppa) has played an active role for more than twelve years to provide and apply psychoanalytic knowledge towards the continuing education of early childhood educators. The inter-institutional and interdisciplinary Research Group, resulting from that partnership, studies the interactions between educators, pedagogical advisors, and psychoanalysts in those groups. In eight-meetings cycles, the groups discuss procedurally serious problems, experienced daily by the educators. Examples of topics discussed are the extreme violence in the communities where their schools are located, as well as child abuse, among others. In this article, we discuss the impact of the Conversation Circles smed-sppa for all participants: educators, pedagogical advisors, and psychoanalysts, and we articulate traumatic situations experienced in the classroom by the educators that attended these meetings
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O grupo formado a partir da parceria SMED SPPA, que há mais de
doze anos trabalha com o estudo e com a aplicação de técnicas que
disponibilizem o conhecimento psicanalítico na formação continuada de
profissionais voltados à educação infantil, expandiu-se para um grupo de
pesquisa interinstitucional e interdisciplinar com a finalidade de estudar as
Rodas de conversa SMED SPPA através de metodologia desenvolvida
ao longo desses anos. O presente artigo descreve sucintamente a história
da parceria entre as duas instituições, apresentando também a Fase 1
do Projeto de Pesquisa Diálogo entre educação e psicanálise: rodas de
conversa entre SMED e SPPA. Trata-se de pesquisa naturalística com
abordagem qualitativa exploratória. Trabalha-se com uma amostra de
dois grupos, compostos, cada um, por vinte educadores, um assessor
pedagógico da SMED e dois psicanalistas da SPPA. Para a coleta de
dados, são utilizados os seguintes instrumentos: gravação de vídeos das
reuniões; cadernos de campo escritos pelos psicanalistas e assessores
e, por fim, questionários sobre expectativas a serem preenchidos pelos
educadores. As narrativas que emergem da transcrição dos vídeos são
analisadas pelo método de Bardin. Aproveitar-se-á a primeira experiência
de campo (Fase 1) para a definição das categorias temáticas significativas,
de tal forma que a sua relevância seja testada em uma segunda rodada
do trabalho de campo
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O grupo de trabalho Psicanalistas em um mundo plural foi formado a
partir do desejo de troca de práticas realizadas por psicanalistas fora das
fronteiras do consultório. O objetivo do grupo é construir coletivamente
uma caixa de ferramentas para enriquecer a leitura das particularidades
que ocorrem nas diferentes experiências. Trata-se de questões que tomam
como ponto de partida alguns afetos e sentimentos surgidos no campo
transferencial durante intervenções ocorridas em situações clínicas no
campo social em Porto Alegre e Buenos Aires. Pensar, de forma histórica
e socialmente situada, tanto os processos de subjetivação quanto a prática
psicanalítica requer incorporar a diversidade e a pluralidade em nossas
teorias e práticas, assim como visibilizar a existência de um imaginário
hegemônico nas sociedades psicanalíticas. Trata-se de desnaturalizar
certas relações de poder, colocando em crise perspectivas históricas
mantidas como oficiais para, assim, propor formas alternativas de
construção do comum
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Há aproximadamente dezesseis anos, um grupo de psicanalistas da
Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA) tem se questionado sobre
que psicanálise deseja realizar no Brasil. Neste artigo, decidimos fazer
um recorte enfocando uma experiência de Rodas de Conversa realizada
em uma escola municipal de ensino fundamental na modalidade Ensino
de Jovens e Adultos (EJA), situada na periferia de Porto Alegre, zona
leste, em um bairro de baixa renda e população predominantemente
negra. Evidenciou-se problemas que nos inquietam de várias formas:
éticas, políticas e epistêmicas. O artigo trata não de praticar teorias, mas
de teorizar novas práticas
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Os autores apresentam a experiência de um trabalho em parceria de um
grupo de psicanalistas da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre (SPPA)
com a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) junto
às instituições de educação infantil. Na atividade (Rodas de Conversa),
participam os profissionais envolvidos na educação cotidiana das crianças
em comunidades de alta vulnerabilidade social. Ressaltam que, a partir
de uma atitude de acolhimento e continência das vivências compartilhadas,
mais do que respostas/soluções às perguntas, os participantes conversam
sobre as situações com vistas a encontrar alternativas possíveis e a tolerar
não ter condições para resolver todos os problemas, a ouvir o que o outro
tem a dizer e a aprender com a narrativa do outro. Observa-se que a
autoestima dos educadores se fortalece percebendo que são capazes de
avançar em sua trajetória pessoal e profissional. Finalizam trazendo
questionamentos sobre o alcance do trabalho realizado, reconhecendo
que segue sendo uma atividade em construção nestes nove anos
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O artigo utiliza o mito de Sísifo para ilustrar o trabalho que um grupo de
psicanalistas da SPPA realiza desde 2006 em parceria com a SMED
(Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre) e, a partir de 2013, com o Projeto Pescar/POA. Apresenta uma
contextualização e relato de ambas as experiências através de vinhetas.
Salienta que este trabalho, fora dos consultórios, desperta muitas
inquietações e sentimentos de impotência. Obriga-nos a sair da posição do
saber até a de sentir o desamparo frente à extrema violência. A banalização
da violência tenderia a prejudicar nossa escuta? Primo Levi (1988) e Boris
Cyrulnik (2009), que sobreviveram aos campos de concentração, nos
ensinam a importância da palavra para dar um sentido possível ao sem
sentido; destacam a possibilidade de mudar o sentimento íntimo de uma
pessoa a partir do relato de suas experiências. Nos grupos de adolescentes,
nos encontros com as famílias do Projeto Pescar e nas rodas de conversa
com educadores e assessores da SMED, tentamos criar um espaço
transicional que favoreça a criação de metáforas possíveis que ampliem
a capacidade dos sujeitos de dar conta de seus impasses (Botbol, 2013)