RESUMEN
Em diferentes momentos de sua história, a psicanálise é interpelada no debate público com relação à sua cientificidade. Neste artigo, os autores apresentam, por meio da observação de alguns resultados de uma pesquisa na zona de interface entre psicanálise, psiquiatria e medicina, uma reflexão sobre o que se considerou como exigências éticas da clínica a esse debate, e sobre como a desconsideração de elementos provenientes dela (inclusão da singularidade e do descentramento do inconsciente) pode produzir vieses, equívocos e desvios éticos
At different times in its history, psychoanalysis has been challenged in the public debate regarding its scientificity. In this article, the authors present, through the observation of some of the results of a research project in the interface zone between psychoanalysis, psychiatry and medicine, a reflection on what they considered to be the ethical demands of the clinic in this debate, and on how the disregard of elements deriving from it (the inclusion of singularity and the decentering of the unconscious) can produce biases, misunderstandings and ethical deviations
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Enquanto as limitações e falências do reducionismo biológico tornam urgente a readmissão de outras formas de compreensão ao discurso científico, a psicanálise que nunca recuou diante dos limites de um ideal de objetividade oferece uma apreensão da experiência clínica que vai além do que os ensaios clínicos tradicionais conseguem oferecer. Com base na discussão sobre os efeitos da natureza do objeto e das limitações da chamada medicina baseada em evidências, reafirmamos a esperança de um futuro no qual não só a psicanálise participe do discurso científico, como também possa restabelecer uma alternativa para a crise do modelo que busca por marcadores biológicos para todas as formas de sofrimento psíquico
While the limitations and shortcomings of biological reductionism make it urgent to reintroduce other forms of understanding into scientific discourse, psychoanalysis which has never retreated in the face of the limits of an ideal of objectivity offers an apprehension of the clinical experience that goes beyond what traditional clinical trials can offer. From the discussion on the effects of the nature of the object and the limitations of so-called evidence-based medicine, we reaffirm the hope for a future in which not only does psychoanalysis participate in scientific discourse, but it can also establish an alternative to the crisis of the model that seeks biological markers for all forms of psychic suffering