RESUMEN
A partir do retorno gradual ao atendimento presencial, no consultório, a
autora reflete sobre a experiência de atendimento exclusivamente on‑line
acontecido ao longo de dezoito meses, durante a recente pandemia
causada pelo Coronavírus. Procura pensar as repercussões na técnica
psicanalítica, especialmente levando em conta o fato de o atendimento
virtual ter possibilitado a continuidade dos tratamentos, mas em um arranjo
externo muito diferente do habitual. A começar por ter o próprio paciente
que ser responsável por prover um espaço físico para o acontecer das
sessões, invertendo a habitual oferta pelo analista de um espaço privado,
especialmente planejado para a psicanálise. As posições analista/
analisando, marcadas pelo uso do divã, ficaram diferentes, em função disto.
Através de vinhetas clínicas, a autora vai reconhecendo a possibilidade de
acontecer a psicanálise, o processo psicanalítico, nesse outro modelo. E
se pergunta quais seriam as condições para isto. A escuta característica
do método talvez seja a invariante mais reconhecível. A busca por tornar
audível o conteúdo latente, por dar significado à experiência seguiu
acontecendo, assim como a vivência de intensas emoções no campo.
Ficam muitas questões a serem pensadas, mais questionamentos do
que respostas. E uma confirmação de o método analítico poder acontecer
independentemente da realidade factual. O que impõe muitas reflexões.
O trabalho propõe que o estudo das vicissitudes da prática nessa outra
dimensão, virtual, estabelecida através da tecnologia, especialmente o
questionamento de princípios consagrados como determinantes, pode
levar à produção de mais conhecimento e ao desenvolvimento de nossa
disciplina. O que só acontecerá se nos encorajarmos a pôr em dúvida
princípios consagrados
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Uma vivência clínica remete a um conceito teórico de Winnicott que dá
significado a esta vivência e esclarece o conceito. É desta experiência que
trata o presente trabalho. O encontro analítico com pacientes homens fez
a autora pensar na importância do pai para os filhos ao longo da vida. Não
apenas o pai real, ou o pai edípico que se desdobra no pai superegóico, ou
o pai como figura de identificação, mas a relação com o pai em todas as
suas dimensões, fator de construção da identidade. Sem desconsiderar ser
esta relação essencial para filhos e filhas, a autora reflete sobre a relação
dos filhos homens com os pais, a partir do trabalho com analisandos que
não contaram com a possibilidade de crescer tendo os pais presentes.
Estas experiências psicanalíticas evidenciaram a importância de tornarse
adulto junto ao pai que envelhece. Este acompanhar-se na vida leva
a questionar o mito infantil de pai, modificando a identificação com este
mito infantil como ideal de si mesmo. A oportunidade de reconhecer o
pai como um indivíduo que constrói sua história, o reconhecimento de
estar construindo uma outra história, própria, possibilita ao filho e ao
pai- o compartilhamento de vivências em uma relação mais realista ao
longo da vida. Isto humaniza esta relação, interna e externa, tornando
possível usufruir da amizade oriunda da rivalidade masculina, de que fala
Winnicott. A conquista da independência que possibilita esta amizade é
acontecimento de toda a vida, como ensina este autor e as reflexões a
partir das vivências clínicas aqui esboçadas
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A partir de um instigante artigo publicado por Antonino Ferro e Elena Molinari
em 2011, no qual questionam a necessidade do uso de interpretações na psicanálise de
crianças, a autora reflete sobre esta questão em sua prática clínica. Considera este tema
ligado ao do mecanismo de ação da psicanálise e pensa sua especificidade quando o
analisando é uma criança, ainda construindo sua habilidade para o uso da linguagem verbal
como meio de comunicação. Usando vinhetas de sua experiência clínica, defende que não
se deve prescindir do uso das palavras, que podem construir significado e mudança, ainda
que não seja este o único veículo possível para tal. Enfatiza a necessidade de a pessoa em
análise vir a reconhecer a teoria de si mesma que construiu a partir daquilo que viveu, para
não ficar prisioneira deste único lugar. Acredita que palavras, intervenções verbais dirigidas
a material inconsciente, são essenciais neste caminho
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A partir da leitura do livro Desaparecido, da autoria de cinquenta jovens de
11 anos de idade de uma escola de Porto Alegre, o conceito psicanalítico
de sexualidade é estudado. O livro conta a busca de um jovem casal,
recém-casado, por Diogo Soares, o pai da noiva, desaparecido desde o
casamento. Impossível não ler aí uma recriação do mito edípico, sendo
a autora psicanalista. O fato de ter sido escrito por cinquenta jovens
mentes reforça a noção freudiana de ser este o complexo nuclear do
desenvolvimento psicossexual do ser humano. Controvérsias dentro da
teoria psicanalítica sobre o conceito são examinadas. A autora propõe
que, assim como a resolução do complexo de Édipo impõe a renúncia
aos pais e ao eu infantis e um trabalho de luto daí decorrente, precisamos
renunciar ao Freud que teria todas as respostas para torná-lo inspiracional,
possibilitando o desenvolvimento da psicanálise
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A proposta deste trabalho é organizar parte dos estudos sobre o tema representação, dando continuidade ao projeto do Grupo de Estudos de Epistemologia Psicanalítica da SPPA de refletir sobre conceitos fundamentais da psicanálise à luz da mudança das ciências no sentido do paradigma da complexidade e a forma como o pensamento psicanalítico se insere nesta perspectiva. Partindo de uma breve revisão de autores psicanalíticos, passando por contribuições da semiótica e das ciências cognitivas, procura discutir problemas quanto à utilização do conceito na atualidade e propor modelos possíveis para seguir pensando acerca de representação. Assim, são apresentados os dois modos de pensar sobre representação e não representação que surgiram das discussões: num deles, se proporia um espectro representacional, abolindo a noção de não representação no psiquismo; noutro, se manteria um campo do não representado como uma forma de conhecer. Apesar das diferenças, ambos têm em comum o fato de tentarem se desvincular da noção cartesiana de representação, na qual há um mundo externo pronto a ser representado, buscando um modelo em que o mundo que conhecemos é visto como resultado da enação do sujeito que conhece, com sua estrutura particular e em congruência com seu meio. O trabalho de representação é fundamental para a organização do conhecimento, mas o que procuramos ressaltar é a centralidade, na sessão analítica, do conhecimento ainda desconhecido, construído momento a momento entre analista e paciente. Uma noção mais fácil de assimilar na teoria do que na prática clínica, já que nos afasta da segurança do conhecido e organizado, mas que é essencial para a criatividade do trabalho analítico
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Cada processo psicanalítico é, em si mesmo, uma história. Que tem a peculiaridade de dedicar-se a encontrar, com o paciente, a história deste desde seu próprio ponto de vista. Na história de cada psicanálise de criança existem algumas peculiaridades, especificidades técnicas impostas pelas condições da faixa etária. Como se constrói na mente do analista a escuta geradora de sentido? Certamente essa é uma questão sem resposta absoluta ou última. Neste trabalho procuro refletir sobre alguns aspectos dessa construção. Sugiro que vivências oriundas das múltiplas fontes do campo da psicanálise de crianças podem ser utilizadas na busca de entendimento da construção dessa escuta tão específica. A partir de vivências clínicas com três crianças busco pensar a escuta psicanalítica que constrói meu entendimento e o que comunico - verbalmente ou não - a meus pacientes. Uma peculiaridade do tratamento de crianças é que trabalhamos com os outros de nossos pacientes não apenas como objetos internos, como é comum na análise de adultos, mas também como objetos presentes no campo. Neste trabalho sugiro que, respeitados os inevitáveis limites de nossa competência, a complexidade de encontros na psicanálise de crianças pode ser inspiradora, contribuindo para a compreensão do paciente, enriquecendo a história do próprio processo, ampliando as interpretações possíveis e podendo nos ensinar sobre a especificidade da escuta que estrutura nosso encontro psicanalítico com os pacientes, seja qual for sua idade
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O contato com o inconsciente, com a dor, não é fácil com nenhum paciente e, muitas vezes, usamos medidas defensivas contra o encontro psicanalítico, tão sofrido. Com crianças, talvez, isso se manifeste em certa dificuldade de acreditar na força do inconsciente na determinação de suas ações, das interações, do sentido atribuído a suas vivências. Escutar uma criança desde o vértice psicanalítico impõe o reconhecimento dessa força com que são capazes de nos atingir, ao mesmo tempo em que é essa comunicação entre inconscientes que possibilita acreditar nas possibilidades do instrumento analítico com esses pacientes. Recursos técnicos diversificados são necessários para que as formas de comunicação possíveis às crianças se tornem acessíveis à escuta analítica. A autora postula ser essa escuta o que constrói e possibilita o trabalho psicanalítico, também, com esses pacientes específicos. Neste artigo estuda-se o tema através do processo analítico com uma menina que iniciou sua psicanálise com menos de seis anos e que desencadeava intensos sentimentos de ódio, de desespero e de obstaculização
Asunto(s)
Psicoanálisis , Contratransferencia , Dibujo , OdioRESUMEN
O contato com o inconsciente, com a dor, não é fácil com nenhum paciente e, muitas vezes, usamos medidas defensivas contra o encontro psicanalítico, tão sofrido. Com crianças, talvez, isso se manifeste em certa dificuldade de acreditar na força do inconsciente na determinação de suas ações, das interações, do sentido atribuído a suas vivências. Escutar uma criança desde o vértice psicanalítico impõe o reconhecimento dessa força com que são capazes de nos atingir, ao mesmo tempo em que é essa comunicação entre inconscientes que possibilita acreditar nas possibilidades do instrumento analítico com esses pacientes. Recursos técnicos diversificados são necessários para que as formas de comunicação possíveis às crianças se tornem acessíveis à escuta analítica. A autora postula ser essa escuta o que constrói e possibilita o trabalho psicanalítico, também, com esses pacientes específicos. Neste artigo estuda-se o tema através do processo analítico com uma menina que iniciou sua psicanálise com menos de seis anos e que desencadeava intensos sentimentos de ódio, de desespero e de obstaculização
Asunto(s)
Psicoanálisis , Contratransferencia , Dibujo , OdioRESUMEN
Estudo retrospectivo através da leitura de trabalhos realizados para obtenção do título de Psicanalista e Membro Associado da SPPA; os autores examinam algumas características da prática psicanalítica exercida entre 1963 e 1995. Inclui a metodologia utilizada, conclusões, tabelas de trabalhos e discussões finais
Asunto(s)
Metodología como un TemaRESUMEN
Estudo retrospectivo através da leitura de trabalhos realizados para obtenção do título de Psicanalista e Membro Associado da SPPA; os autores examinam algumas características da prática psicanalítica exercida entre 1963 e 1995. Inclui a metodologia utilizada, conclusões, tabelas de trabalhos e discussões finais