RESUMEN
A autora propõe um estudo teórico-clínico sobre alguns dos elementos que compõem a aptidão psíquica para a felicidade. Parte de vinhetas do cotidiano que descrevem ocorrências de felicidade para, em seguida, discriminar, explicitar e desenvolver qual o funcionamento psíquico que as possibilita. Propõe que a aptidão à felicidade depende de duas condições muito simples e, ao mesmo tempo, sofisticadas do ponto de vista psíquico: o luto primário, que nos torna aptos a amar algo para além do próprio eu; e a criatividade psíquica, que nos torna aptos a transcender a concretude sensorial da vida para aceder ao plano mental da existência. As ideias são ilustradas por um caso clínico. Finaliza argumentando que prazeres e alegrias só dão acesso à felicidade se estiverem integrados numa vida que tenha sentido, isto é, que seja uma expressão genuína do self
The author proposes a theoretical-clinical study on some of the elements that make up the psychic aptitude for happiness. She starts with everyday vignettes that describe occurrences of happiness and then discriminates, explains, and develops the psychic functioning that makes them possible. She proposes that the aptitude for happiness depends on two very simple and, at the same time, sophisticated conditions from a psychic point of view: primary mourning, which makes us capable of loving something beyond the ego; and psychic creativity, which makes us capable of transcending the sensorial/concreteness of life to access the mental plane of existence. The ideas are illustrated by a clinical case. She ends by arguing that pleasures and joys only give access to happiness if they are integrated into a life that has meaning, that is, that is a genuine expression of the self
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A autora estuda o nascimento do Eu desempoderado em quatro etapas. Na primeira, apresenta o material clínico que será o eixo condutor da discussão, detendo-se na dinâmica intrapsíquica. Em seguida, dá voz à criança que a paciente pode ter sido para que descreva, em primeira pessoa, o modo de presença de seu objeto no vínculo precoce, numa abordagem intersubjetiva. Na terceira parte, mostra como esse modo de presença dificultou a conquista da separação sujeito-objeto e o desenvolvimento de sua autonomia, de seu empoderamento. E, por fim, aborda o trabalho clínico com pacientes que apresentam esse tipo de sofrimento: as principais características do campo transferencial-contratransferencial e algumas pinceladas sobre a estratégia terapêutica
The author studies the birth of the disempowered self in four stages. In the first, she presents the clinical material that will be the guiding axis of the discussion, focusing on the intrapsychic dynamics. Then, she gives voice to the child that the patient may have been so that she can describe in the first person the mode of presence of her object in the early bond, in an intersubjective approach. In the third part, she shows how this mode of presence made it difficult to achieve the subject-object separation and the development of its autonomy/empowerment. Finally, she approaches the clinical work with patients who present this type of suffering: the main characteristics of the transference-countertransference field and some ideas on the therapeutic strategy
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Membro Efetivo e Analista Didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise
de São Paulo, doutora pela Universidade Federal de São Paulo, autora
dos livros Diálogos sobre a clínica psicanalítica, Novos diálogos
sobre a clínica psicanalítica, Neurose e não neurose, Transferência
e contratransferência, A posteriori, um percurso (Ed. Blucher)
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Este texto é uma homenagem à querida Sonia Eva Tucherman, que se foi prematuramente, tendo, porém, deixado entre tantos legados a marca de sua criatividade e inteligência clínica. Entre eles, o conto clínico. Destacou-se nessa categoria, tendo sido premiada num concurso de contos promovido pela ipa em 2021. Mas o texto que o leitor tem em mãos vai além de um conto clínico. Traz o painel que foi apresentado no xxvi Congresso Brasileiro de Psicanálise (2017), tendo como tema As Patologias do Vazio. O caso clínico foi apresentado por Sonia Eva Tucherman; Susana Muszkat e Cláudio Laks Eizirik foram os comentadores naquela mesa. Marion Minerbo fez uma intervenção ad hoc da plateia, que foi incluída no painel porque pôs em evidência e nomeou a quebra de paradigma do que estava sendo executado naquele momento: uma performance científica
This text is a homage to our dear Sonia Eva Tucherman, who prematurely departed, having left us nevertheless amongst so many other legacies the mark of her creativity and clinical intelligence. One of such legacies are her clinical short stories. She was acknowledged in such category, having won a literary ipa award for best short story in 2021. However, the text the reader now holds, goes beyond a clinical short story. It conveys the panel presented during the xxvi Brazilian Congress of Psychoanalysis (2017), having the Void Pathologies as its theme. The clinical case was presented by Sonia Eva Tucherman and commented by Susana Muszkat and Cláudio Laks Eizirik. Marion Minerbo made an ad hoc intervention from the floor, which was then included in the panel, as it gave testimony to, and named the paradigmatic shift that was being produced at that moment: a scientific performance
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Este estudo psicanalítico das depressões parte do pressuposto de que esse
quadro é sintoma da atividade de um núcleo inconsciente que se organiza em resposta
a modos específicos de presença do objeto primário: 1) operatório, 2) em
codependência, e 3) por desinvestimento ou por investimento negativo do sujeito.
Essa compreensão permite reconhecer as características do campo transferencial-
-contratransferencial e conduzir as análises em cada caso
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A autora aborda a experiência inquietante de sermos possuídos por
afetos e comportamentos que não reconhecemos como meus, e que nos
impõem a pergunta: de onde me vem Isso? Em resposta a esta questão, Freud
precisou criar o conceito de inconsciente. Um inconsciente vivo, constituído pelas
marcas deixadas pela história emocional vivida na relação com o objeto, mas
não suficientemente integrada. Por meio de dois casos clínicos, a autora ilustra o
retorno do recalcado e do clivado, enfatizando a dimensão intersubjetiva daquilo
que foi recalcado e clivado
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A teoria do apoio foi abrindo espaço, ao longo da história da psicanálise, para o lugar e a
função do objeto nos destinos da pulsão. A autora argumenta
que a crise das instituições dificulta o trabalho de domesticar
a pulsão, além de lançar o sujeito num estado de desamparo
identitário. Vários sintomas sociais nos dão notícias desse sofrimento:
certo tipo de violência social, fanatismos de todos os
tipos, o lobo solitário e o neoconservadorismo. São alguns dos
destinos da pulsão em tempos de miséria simbólica
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Escrito na forma de diálogo com um jovem colega, o artigo tem como
ponto de partida material clínico ligado a núcleos neuróticos e não neuróticos
em uma mesma paciente. O objetivo é discutir como se constituem esses núcleos,
como se dá sua repetição na transferência e como trabalhar com eles na situação
analítica
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Em forma de diálogo, a autora apresenta o conceito de trauma como
acontecimento que bloqueia, em algum ponto, o processo de simbolização. Este
pode ser cumulativo ou consequência do susto condição em que o sujeito
não teve como antecipar o perigo para se defender. Diferencia dois níveis
qualitativamente distintos nesse processo: a simbolização primária e a secundária.
Desenvolve a ideia de que a situação traumática no vínculo primário não gera a
libido necessária para promover ligações psíquicas e para o investimento positivo
da função simbolizante; ao contrário, obriga o psiquismo em formação a um
funcionamento defensivo e evacuatório (antissimbolizante). Finaliza com duas
situações clínicas que ilustram dois modos distintos de retorno do traumático em
análise, bem como a retomada do processo de simbolização no seio da situação
transferencial
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Na forma de perguntas e respostas e amplamente apoiada em exemplos
clínicos, a autora procura mostrar como a dimensão do campo da psicopatologia
psicanalítica da neurose para o funcionamento psicótico, e deste para as
várias formas de sofrimento narcísico-identitário foi exigindo do psicanalista
a extensão dos modos de sua escuta. A autora insiste na diferença entre escutar
o adulto e escutar a criança-no-adulto e exemplifica as diversas formas de
associatividade e de expressão do inconsciente
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Na forma de perguntas e respostas, e ancorada na prática clínica, a
autora procura transmitir com simplicidade a ideia e a importância do pensamento
clínico. O pensamento que emerge da clínica articula história de vida e história
da análise, integra teoria e clínica e orienta o analista em suas intervenções e na
condução do processo
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Na forma de diálogo com um jovem colega, a autora procura apresentar
o sofrimento narcísico tanto de um ponto de vista clínico quanto teórico.
Entende que esse sofrimento está ligado às dificuldades na constituição do eu,
que se fragiliza porque é obrigado a recorrer a defesas primárias clivagens e
identificações com o agressor para sobreviver ao trauma precoce. Para além
das definições clássicas de trauma, a autora sugere que este pode se originar
em um vínculo primário com características tanáticas: a figura materna ataca
inconscientemente o eu da criança por meio de identificações projetivas. Por
fim, mostra como a fragilidade narcísica se manifesta na clínica por meio de um
funcionamento psicótico, no qual se articulam falhas diversas na constituição
das funções egoicas, dificuldade em manter a integridade das fronteiras do eu e
ataques do supereu cruel contra o eu
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Na forma de perguntas e respostas, o texto busca recuperar a
abrangência do conceito de transferência e sua necessidade na clínica. A autora
usa um fragmento clínico como fio condutor e relaciona a transferência com
a forma de ser e de sofrer da criança-no-adulto; revisita criticamente a noção
de interpretação transferencial; recorre à noção de dupla transferência de Green
para resgatar as duas dimensões da transferência tal como formuladas por Freud:
intrapsíquica e intersubjetiva; por fim, mostra como trabalha com essas ideias na
clínica interpretando a transferência na transferência
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A autora ensaia uma interpretação de um fenômeno novo no mundo fashion: a apresentação de fotos em que top models aparecem nuas em revistas de moda. Subjetivamente, a modelo não está nua, mas vestindo apenas o nome do estilista
Asunto(s)
MercadotecníaRESUMEN
Na forma de diálogo com um jovem colega, a autora procura apresentar o sofrimento narcísico tanto de um ponto de vista clínico quanto teórico. Entende que esse sofrimento está ligado às dificuldades na constituição do eu, que se fragiliza porque é obrigado a recorrer a defesas primárias - clivagens e identificações com o agressor - para sobreviver ao trauma precoce. Para além das definições clássicas de trauma, a autora sugere que este pode se originar em um vínculo primário com características tanáticas: a figura materna ataca inconscientemente o eu da criança por meio de identificações projetivas. Por fim, mostra como a fragilidade narcísica se manifesta na clínica por meio de um funcionamento psicótico, no qual se articulam falhas diversas na constituição das funções egoicas, dificuldade em manter a integridade das fronteiras do eu e ataques do supereu cruel contra o eu
Asunto(s)
NarcisismoRESUMEN
Este texto aborda a relação entre a pós-modernidade, entendida como crise generalizada das instituições, e as formas de sofrimento psíquico que lhe são consubstanciais. O psiquismo depende das significações oferecidas pelas instituições para poder atribuir algum sentido à realidade e simbolizar as experiências emocionais. Em sua falta - condição aqui denominada depleção simbólica -, o psiquismo é obrigado a recorrer a mecanismos defensivos específicos, dentre os quais destacamos: a) o transbordamento pulsional "para fora" na forma de atuações violentas, e "para dentro" na forma de somatizações; b) o desinvestimento pulsional dos objetos, produzindo sentimentos de vazio, tédio e apatia; c) o recurso aditivo a estímulos sensoriais autocalmantes e a comportamentos compulsivos que visam produzir próteses identitárias