RESUMEN
Assombrado pela extensa lista de desaparecidos que as
ditaduras latino-americanas impingiram a pais, mães e companheiros, o
autor relê uma das obras fundadoras da civilização ocidental a Ilíada
e tenta compreender por que os gregos e os troianos lutam furiosamente
para reaver o corpo de seus mortos. Desrespeitar um cadáver indigna
os próprios deuses. Não poder lhe render as homenagens fúnebres é
uma hipótese nem sequer cogitada. O quase impossível trabalho do luto
requer o corpo, afirma o autor. Sem ele, não se criam os sonhos nem
as narrativas. Nem a melancolia pode se instalar. Cria-se no espírito
um buraco negro que, como um parasita, atrai para si o pensamento
e os afetos e impede a vida de prosseguir. No plano da cultura e da
história ocorrerá a mesma deformação que se abate sobre os destinos
individuais
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Em julho de 2017, a Associação Psicanalítica Internacional criou um grupo
de trabalho para incentivar as novas gerações de psicanalistas a participar da
entidade. Como chair desse grupo, o autor expõe suas considerações preliminares
sobre o projeto, enfatizando a seguinte ideia: a geração atualmente no poder deve
aceitar abrir mão de parte dos hábitos, das tradições, das cristalizações culturais
que carrega consigo; deve se permitir ser fertilizada pelos mais novos pelos nativos
dos tempos, como ele os chama. As possibilidades de êxito do encontro de
gerações estão necessariamente vinculadas a essa abertura para o novo (AU)
Asunto(s)
Psicoanálisis , PsicoanálisisRESUMEN
Mesclando considerações de cunho histórico e teórico, o autor
re$ete sobre as complexas relações entre as palavras psicanálise
e cultura. Explorando a%nidades da teoria freudiana com o
pensamento de historiadores da arte (Warburg e Belting), inclui
a psicanálise entre as práticas que se ocupam da construção
de imagens e, portanto, de cultura. Ao trabalhar para criar
imagens e representações onde estas não existiam, a psicanálise
domestica o terror, captura uma catástrofe pessoal. Para tanto, é
imprescindível o conhecimento encarnado, que tem a mesma
substância dos sonhos. Assim, ancorada num método e numa
metapsicologia próprios, a psicanálise assume uma identidade ao
mesmo tempo como estética e como ética, esta compreendida
como submissão incondicional à alteridade (Lévinas). Em
seguida, num panorama sucinto dos primórdios da psicanálise no
Brasil, o autor destaca componentes da formação sociocultural
brasileira, como o passado escravagista, a in$uência europeia
via imigração e certa $uidez nas relações de classes, os quais
con%guram uma tendência ao sincretismo que se re$ete no
modo como a psicanálise é assimilada e exercida no país (AU)
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Neste artigo, me proponho a analisar o avanço da psicanálise à luz do movimento
grupal, em sociedade, que faz com que o conhecimento avance. É no diálogo que ampliamos o
repertório expressivo e, como numa escalada, aumentamos nosso raio de visão e vemos mais
longe o que não conhecemos. Ao nos depararmos com indagações tais como: Como aprendemos
psicanálise? Como chegamos a um autor? Quem nos fala ao íntimo? Como nos fala? Como o
transformamos ao nos aproximar dele? Como nosso patrimônio se modifica com esse contato?,
temos como resposta que o isolamento nos torna estéreis, embora constate-se também que a
alteridade é inatingível. Para tanto, trago neste trabalho como que uma homenagem a Antonino
Ferro, velho participante de meus diálogos íntimos, e uma comemoração de seu trabalho. Ferro
está entre aqueles que nos proporcionam essa ocasião, de troca e aprendizado. É um autor
que nos traz novas narrativas analíticas. Tomando como pano de fundo conceitual sua ideia
de alfabetizar as emoções e articulando-a com reflexões que venho desenvolvendo nos últimos
anos, discutirei aspectos da coabitação da tradição, do hábito e do novo e algumas de suas
implicações na nossa prática cotidiana de acolher a alteridade
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Assombrado pela extensa lista de desaparecidos que as ditaduras latinoamericanas
impingiram a pais, mães e companheiros, o autor relê uma das obras
fundadoras da civilização ocidental a Ilíada e tenta compreender por que os
gregos e os troianos lutam furiosamente para reaver o corpo de seus mortos.
Desrespeitar um cadáver indigna os próprios deuses. Não poder lhe render as
homenagens fúnebres é uma hipótese nem sequer cogitada. O quase impossível
trabalho do luto requer o corpo, afirma o autor. Sem ele, não se criam os sonhos
nem as narrativas. Nem a melancolia pode se instalar. Cria-se no espírito um
buraco negro que, como um parasita, atrai para si o pensamento e os afetos e
impede a vida de prosseguir. No plano da cultura e da história ocorrerá a mesma
deformação que se abate sobre os destinos individuais
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Em 19 de junho de 2012, recebemos o atual presidente da FEPAL, Leopold
Nosek, membro efetivo da SBPSP Sociedade Brasileira de Psicanálise
de São Paulo, para uma entrevista concedida ao Jornal de Psicanálise.1
Em clima descontraído, conversamos sobre a FEPAL, sobre o lançamento
da revista Caliban, sobre o próximo Congresso de Psicanálise que será
realizado, este ano, em São Paulo, sobre a escolha do tema do congresso:
Tradição Invenção e sua relação com a Autoria, tema do presente número
do Jornal
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Este artigo pretende apresentar os pressupostos de origem psicanalítica que inspiraram a exposição Dor, forma, beleza, realizada de junho a setembro de 2005, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em ambos os casos privilegia-se como angústia básica o abismo, momento sem representação - em que ainda não há construção onírica -, portanto, sem delimitação do território do consciente e do inconsciente. A partir disso, o projeto principal da psicanálise não seria tornar o inconsciente consciente, mas sim permitir a passagem do estado de natureza para cultura. A passagem da dor para a forma marca a figuração que essa exposição buscou
Asunto(s)
Belleza , Dolor , Sueños , Heridas y LesionesRESUMEN
Depois de uma cirurgia em que estrai o útero, os ovários e as trompas, uma paciente se questiona: para onde vão os produtos do sexo, agora que sua vagina se tornou um saco de fundo cego? A pergunta leva o autor a rever o conceito de genitalidade e a propor uma nova articulação entre a singularidade absoluta de cada gesto psicanalítico e a universalidade do que ele chama anseio metapsicológico