RESUMEN
Este artigo investiga nuances significativas da noção de Nachträglichkeit nas produções freudiana e pós-freudianas, principalmente a escola francesa de psicanálise, bem como sua possível manifestação na dinâmica analista-analisando. A pesquisa foi conduzida através de revisão bibliográfica e análise de caso clínico. Os resultados destacam a importância do après-coup para a compreensão da temporalidade em psicanálise, envolvendo a causalidade psíquica, a constituição da subjetividade e o tratamento em psicanálise. Conclui-se que essa lógica a posteriori na transferência evoca questões sobre as técnicas da interpretação, da sugestão e da construção e pode ser elucidada por meio das noções de retranscrição e falha da tradução
This article investigates significant nuances of the notion of Nachträglichkeit in both Freudian and post-Freudian texts, particularly in the French school of psychoanalysis, as well as its possible manifestation in the analyst-analysand dynamics. The research was conducted through literature review and clinical case analysis. The results highlight the importance of après-coup for understanding temporality in psychoanalysis, involving psychic causality, subjectivity constitution and treatment in psychoanalysis. It is concluded that this a posteriori logic in transference raises questions about interpretation, suggestion and construction techniques and can be elucidated through the notions of retranscription and translation failure. KEYWORDS: Freud; Nachträglichkeit; après-coup; a posteriori; re-transcription
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A delimitação das fronteiras do Eu está diretamente ligada ao processo
de individuação, sendo ambos temas caros à clínica psicanalítica. Pretendemos
abordar o desenvolvimento individual especialmente a partir das contribuições de
Winnicott. Com sua teoria da transicionalidade, produziu não somente uma ruptura
com as concepções modernas a respeito desse processo, mas também uma prática
clínica própria. Buscamos neste trabalho ilustrar essa discussão por meio de uma
vinheta clínica, que evidencia os desafios envolvidos para a formação das fronteiras
do Eu. Em última instância, consideramos importante enfatizar que o Eu só existe
por causa do outro, de forma que ao mesmo tempo em que não existe separação
total, a afirmação dessa independência parcial é a condição para uma vivência
psíquica saudável uma tarefa para toda a vida