RESUMEN
Este trabalho busca identificar vetores representativos das principais abordagens sobre as temporalidades no pensamento clínico em psicanálise. Amplia a reflexão sobre as relações entre tempo, história, memória e simbolização presentes na psicanálise contemporânea. O autor argumenta que a esperança emerge na medida em que o sujeito se reconhece como constituído pelas diferentes temporalidades que o habitam. Assim, propõe que o manejo clínico da esperança se baseia na escuta atenta da narrativa do paciente, na identificação transferencial das temporalidades que o constituem e na criação de um espaço no qual o paciente possa se reconhecer como autor de sua própria história. A sensibilidade aos diferentes tempos da clínica permite uma articulação do traumático numa rede de simbolização, resgatando pela experiência o valor do tempo e da história como elementos estruturantes da subjetividade
This work seeks to identify representative vectors of the main approaches to temporalities in clinical psychoanalytical thought. It expands the reflection on the relationships between time, history, memory and symbolization present in contemporary psychoanalysis. The author argues that hope emerges as the subject recognizes himself as constituted by the different temporalities that inhabit him. Thus, he proposes that the clinical management of hope is based on careful listening to the patients narrative, on the transferential identification of the temporalities that constitute him and on the creation of a space in which the patient can recognize himself as the author of his own story. Sensitivity to the different times of the clinic allows for an articulation of the traumatic in a network of symbolization, rescuing through experience the value of time and history as structuring elements of subjectivity
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Este trabalho investiga aspectos do impacto das transformações
socioculturais na produção de subjetividades. Dispõe-se a enfocar olhar
reflexivo em torno da revolução digital e da sua aguda hiperconexão que
levam ao estabelecimento de uma particular relação espaçotemporal. O
foco deste trabalho é tomar dois modos de jogo colocados no eixo temporal
de 1920 a 2021 que permitiram alguma indagação sobre certas diferenças
a respeito do que pode ser um jogo ou um brincar estruturante Fort-Da,
analisado por Freud em Além do princípio do prazer , e um jogo lúdico
da nossa era digital o Fortnite. A análise aborda a singularidade de cada
uma dessas duas experiência lúdicas e contribui para elucidar certa confusão,
reinante no meio psicanalítico, entre a constituição do sujeito psíquico e a
subjetividade historicamente determinada, bem como alude sinteticamente
aos modos de entrelaçamento
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O objetivo deste texto é apresentar a importância fundamental do infantil
para a clínica e a teoria psicanalíticas. O infantil pode ser apreendido na experiência
psicanalítica como expressão princeps da realidade psíquica, da dimensão inconsciente
da subjetividade humana. O infantil não concerne apenas aos analistas de
crianças, pois não é assimilável à infância ou às fases de desenvolvimento. Diferente
do infantilismo comportamental, o infantil obedece a uma sobredeterminação causal,
não linear, de composição aberta ao acaso, ao incerto. Longe de ser uma memória
fotográfica do passado ou de condutas infantis no adulto, o infantil aponta para os
modos de registro e inscrição do que Freud chamou de Erlebnis, vivência infantil.
A tese nuclear é que, para o sujeito, na clínica psicanalítica e independentemente
de preferências por um ou outro modelo teórico-clínico, estará sempre em jogo a
eficácia dessas inscrições, sua metabolização e simbolização possível ou não, e sua
força pulsional viva no presente. O infantil não emerge apenas como resistência ou
testemunho do recalcamento da sexualidade infantil, mas como representante atual
e vivo da busca por uma experiência criativa e reparadora (neogênese) do que não
pôde ser experimentado como continuidade de ser, como expressão potencial, como
impulso criativo, e que, por incapacidade ou inadequação do objeto primário, teve de
ser recalcado ou clivado. Transformar a relação com o infantil não significa eliminá-
-lo, mas permitir um reordenamento, uma ressignificação para que o novo possa
advir. Fonte de desilusão ou inspiração, nunca deixará de ser referência
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
El objetivo de este texto es presentar la importancia fundamental de loinfantil para la clínica y la teoría psicoanalíticas. Lo infantil puede seraprehendido en la experiencia psicoanalítica como expresión príncepsde la realidad psíquica, de la dimensión inconsciente de la subjetividadhumana. Lo infantil no atañe solo a los analistas de niños, pues no es asimilablea la infancia o las fases de desarrollo; diferente del infantilismocomportamental, lo infantil obedece a una sobredeterminación causal,no linear, de composición abierta al acaso, a lo incierto. Lejos de una memoriafotográfica del pasado o de conductas infantiles en el adulto, lo infantilapunta a los modos de registro e inscripción de lo que Freud llamóErlebnis, vivencias infantiles. La tesis nuclear es que, para el sujeto, enla clínica psicoanalítica e independientemente de preferencias por esteotro modelo teórico-clínico, estará siempre en juego la eficacia de estasinscripciones, su metabolización y simbolización posible o no, y su fuerzapulsional viva en el presente.Lo infantil no emerge solo como resistencia o testimonio de la represiónde la sexualidad infantil, sino como representante actual y vivo dela búsqueda por una experiencia creativa y reparadora (neogénesis) delo que no pudo ser experimentado como continuidad de ser, como expresiónpotencial, como impulso creativo y que, por incapacidad o inadecuacióndel objeto primario, debió ser reprimido o clivado.Transformar la relación con lo infantil no significa eliminarlo, sinopermitir una reordenación, una resignificación para que lo nuevo puedaadvenir. Fuente de desilusión o inspiración, nunca dejará de ser referencia
O objetivo deste texto é apresentar a importância fundamental do infantilpara a clínica e a teoria psicanalíticas. O infantil pode ser apreendidona experiência psicanalítica como expressão princeps da realidade psíquica,da dimensão inconsciente da subjetividade humana. O infantilnão concerne apenas aos analistas de crianças, pois não é assimilável àinfância ou às fases de desenvolvimento. Diferente do infantilismo comportamental,o infantil obedece a uma sobredeterminação causal, nãolinear, de composição aberta ao acaso, ao incerto. Longe de ser uma memóriafotográfica do passado ou de condutas infantis no adulto, o infantilaponta para os modos de registro e inscrição do que Freud chamou deErlebnis, vivência infantil. A tese nuclear é que, para o sujeito, na clínicapsicanalítica e independentemente de preferências por um ou outro modeloteórico-clínico, estará sempre em jogo a eficácia dessas inscrições,sua metabolização e simbolização possível ou não, e sua força pulsionalviva no presente. O infantil não emerge apenas como resistência outestemunho do recalcamento da sexualidade infantil, mas como representanteatual e vivo da busca por uma experiência criativa e reparadora(neogênese) do que não pôde ser experimentado como continuidade deser, como expressão potencial, como impulso criativo, e que, por incapacidadeou inadequação do objeto primário, teve de ser recalcado ou clivado. Transformar a relação com o infantil não significa eliminá-lo, maspermitir um reordenamento, uma ressignificação para que o novo possaadvir. Fonte de desilusão ou inspiração, nunca deixará de ser referência
Asunto(s)
Psicoanálisis , PsicoanálisisRESUMEN
Este texto destaca as Passagens, diz respeito à formação dos
analistas, mas também procura uma amplitude e maior alcance para discutir
os contextos. O texto lembra que comemoraremos em 2022 os 100 da
Semana de Arte Moderna, movimento motivado pelo questionamento das
convenções instituídas nas artes e na cultura. Junto com os modernistas da
Semana de 22, chega ao Brasil a psicanálise, que, ao longo desses anos, viveu
e vive transformações, entendidas como a própria matéria da qual a psique
se nutre. Assim, propõe a ideia de passagens como experiência de regiões de
limiar e trânsito, o que constantemente ocorre na vida mental, em momentos
de transformação nas várias fases da vida, em detalhes sutis do cotidiano,
como os instantes de passagem do sonho para a vigília. Também aponta para
as instituições psicanalíticas, as passagens, a maneira pela qual elas ocorrem,
e a possível cristalização em certos lugares. Procura-se chamar a atenção a
atenção para riscos de burocratizar as passagens em contraposição destaca-se
o aspecto questionador e criativo das passagens, trilhas que os modernistas e
nossos pioneiros nos sinalizaram
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Propomos a ideia de que, para pensar o futuro da psicanálise, faz-se necessário
recuperar a perspectiva histórico-temporal, evitando que as bolhas do
presente impeçam um olhar em perspectiva. É preciso reconhecer nossos acertos
e erros, nossos recalques e recusas defensivas, para quem sabe imaginar um futuro
que não esteja condenado à compulsão à repetição. Apresentamos uma reflexão
sobre o nosso lugar no cenário das práticas clínicas e sobre o diferencial que temos
a oferecer aos jovens profissionais que nos procuram para formação. Sugerimos
que, quando inspiradas na psicanálise, na sua ética, mesmo que pontuais e breves,
diferentes modalidades de intervenção podem fazer parte da formação no nosso
Instituto. Isso permitiria que os analistas atendessem demandas diferentes, que solicitassem
adaptações técnicas, mas ancorados numa sólida base metodológica da
psicanálise, desenvolvendo assim, ao longo da sua formação, um enquadre interno
capaz de dar conta dessa variedade de demandas. Apresentamos a ideia de que
transmitir e enriquecer de forma transformadora nosso legado não deve ser pautado
por uma verdade imutável a ser imposta, mas por uma tradição vista como
fonte inspiradora, que possa ser interrogada e sujeita a críticas e revisões
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
El texto desarrolla una reflexión en relación con los aspectos éticos de
las publicaciones psicoanalíticas en el contexto actual. El trabajo aborda,
entre otros, los diferentes aspectos vinculados a la escritura psicoanalítica,
como el género, el estilo, la narrativa, la dimensión ficcional. La naturaleza
singular de la investigación en psicoanálisis, el método y la ética clínica
son tratados aquí en relación con la transformación en el campo de las
publicaciones, dada la proliferación de los nuevos medios de publicación
electrónica y las exigencias normativas de los principales indexadores (AU)
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
El autor afirma que la riqueza y el poder del psicoanálisis residen
en la permanente apertura a las singularidades de cada configuración
psíquica, en la productiva tensión entre diferentes modelos teóricos,
manteniéndose un método de abordar el sufrimiento humano
frente a los múltiples determinantes de la subjetividad. A partir de
consideraciones sobre fidelidad (Puget) y profanación (Agamben),
el autor propone no tener un dispositivo estándar, sino necesidades
singulares del analizando que señalan el dispositivo más adecuado
para enfocarnos en los diferentes modos de dolor psíquico, y en los
diferentes contextos en los que el psicoanalista puede llegar a actuar.
Aparece la necesidad de perfeccionar herramientas de escucha en
nuevos contextos y dispositivos, así como la creación de espacios institucionales
para reflexionar y preguntarnos sobre el psicoanálisis y
sus múltiples clínicas
O autor afirma que a riqueza e o poder da psicanálise residem
na permanente abertura para as singularidades de cada configuração
psíquica, na produtiva tensão entre diferentes modelos teóricos,
mantendo-se um método de abordar o sofrimento humano face aos
múltiplos determinantes da subjetividade. A partir de considerações
sobre fidelidade (Puget) e profanação (Agamben), o autor propõe
não haver um dispositivo padrão, mas sim necessidades singulares
do analisando que assinalam o dispositivo mais adequado para focar
nos diferentes modos de dor psíquica, e os diferentes contextos
nos quais o psicanalista pode vir a atuar. Aparece a necessidade de
aperfeiçoar ferramentas de escuta em novos contextos e dispositivos,
assim como a criação de espaços institucionais para refletir e nos indagar
sobre a psicanálise e suas múltiplas clínicas
Asunto(s)
Psicoanálisis , PsicoanálisisRESUMEN
O presente trabalho parte da constatação no campo da nossa disciplina
da existência de um hiato entre a clínica e a teoria. Procura caracterizar a ideia
de pensamento clínico inspirado na obra de André Green e outros autores, como
uma singular racionalidade, e trata de criar pontes entre a experiência vivida na
clínica e certos parâmetros norteadores da teoria (ou teorizações ad hoc) que não
tornem a experiência uma mera aplicação técnica, mas que em contrapartida
não desabem numa idealização da espontaneidade irrefletida e/ou atuada. A
fecundidade da noção de pensamento clínico nos casos limite será explicitada
a partir de um relato clínico no qual podem ser investigadas e reconhecidas
noções como enquadre, trauma, limite da representação, indiscriminação afeto-
-representação e traumatismo narcísico-identitário
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A partir das transformações culturais e socioeconômicas inerentes à
passagem da Modernidade para a Contemporaneidade, o autor indaga as mudanças
nas relações do sujeito com as dimensões de desejo, poder, passagem ao
ato e transgressão. Recorre à crônica Mineirinho, de Clarice Lispector, como
forma de introduzir uma discussão ética ao explicitar novos lugares para os atos
justiceiros, que no atual contexto escapam à simbolização. Conclui apontando
que novas configurações clínicas nas quais domina um déficit de simbolização implicam
transformações do lugar do analista na clínica e que, consequentemente,
demandam uma reflexão sobre a ética no exercício atual da psicanálise
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O texto tece uma reflexão em torno de aspectos éticos nas publicações psicanalíticas
no atual contexto. O trabalho aborda diferentes aspectos vinculados à escrita psicanalítica
gênero, estilo, narrativa, dimensão ficcional e outros. A natureza singular da pesquisa em
psicanálise, método e ética clínica são tratados aqui em sua relação com a transformação no
campo das publicações, devido à proliferação dos novos meios de publicação eletrônica e às
exigências normativas dos principais indexadores
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Este trabajo busca identificar vectores representativos de los principales
enfoques acerca del tiempo en el pensamiento clínico en psicoanálisis.
Amplía la reflexión para las relaciones entre tiempo, historia,
memoria y simbolización. reconoce un amplio espectro de perspectivas
clínicas en el psicoanálisis post-freudiano que tratan de dar cuenta de
las experiencias traumáticas en la vivencia singular y en la cultura.
Sugiere que la sensibilidad a diferentes tiempos en la clínica permite
una articulación de lo traumático en una red de simbolización, rescatando
a través de la experiencia el valor del tiempo y la historia como
elementos estructuradores de la subjetividad (AU)
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O objetivo deste trabalho é revisitar o clássico e polemico tema do cruzamento clínico-conceitual entre história, memória e temporalidade. O autor ilustra clinicamente sua perspectiva e propõe algumas ideias em torno da atualidade e valor das construções no processo analítico e das tramas que constituem nossa subjetividade. Dialoga com psicanalistas e pensadores da história que aprofundaram o assunto concluindo que o esforço em direção à história aponta para o reconhecimento do lugar da história traumática, diferente de uma história factual, como será explicitado ao longo do texto, e das condições e possibilidades de sua simbolização
Asunto(s)
Psicoanálisis , Memoria , HistoriaRESUMEN
O autor reflete sobre a heterogeneidade dos processos temporais que regem o psiquismo e a situação transferencial. São identificados dois modos de conceber esses processos: em termos de continuidade e em termos dos processos de ressignificação a posteriori (après-coup). Uma vinheta clínica e um conto de Julio Cortázar ilustram tais processos. Ambos os movimentos temporais articulam-se no processo analítico, criando condições para a temporalização, a historização e a simbolização do recalcado e do não metabolizado
Asunto(s)
MemoriaRESUMEN
O corpo editorial do Jornal de Psicanálise1 recebeu, no dia 29 de outubro de
2011, os colegas: Ana Maria Azevedo, Antonio Sapienza e Bernardo Tanis para
um debate sobre o tema deste número do Jornal, Os tempos da psicanálise.
Foi um debate caloroso e instigante, com uma revisão a posteriori do trajeto
de nossos convidados, como psicanalistas, e suas inquietações em relação ao
presente e futuro da psicanálise
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
A partir das transformações culturais e socioeconômicas inerentes à passagem da Modernidade para a Contemporaneidade, o autor indaga as mudanças nas relações do sujeito com as dimensões de desejo, poder, passagem ao ato e transgressão. Recorre à crônica "Mineirinho", de Clarice Lispector, como forma de introduzir uma discussão ética ao explicitar novos lugares para os "atos justiceiros", que no atual contexto escapam à simbolização. Conclui apontando que novas configurações clínicas nas quais domina um déficit de simbolização implicam transformações do lugar do analista na clínica e que, consequentemente, demandam uma reflexão sobre a ética no exercício atual da psicanálise
Asunto(s)
Psicoanálisis , ÉticaRESUMEN
O texto tece uma reflexão em torno de aspectos éticos nas publicações psicanalíticas no atual contexto. O trabalho aborda diferentes aspectos vinculados à escrita psicanalítica gênero, estilo, narrativa, dimensão ficcional e outros. A natureza singular da pesquisa em psicanálise, método e ética clínica são tratados aqui em sua relação com a transformação no campo das publicações, devido à proliferação dos novos meios de publicação eletrônica e às exigências normativas dos principais indexadores. (AU)
The text weaves a reflection on ethical issues in psychoanalytic publications in the current context. The paper discusses different aspects related to psychoanalytic writing genre, style, narrative, fictional dimension and others. The singular nature of research in psychoanalysis, a method and clinical ethics are treated here in its relation to transformation in the field of publications, due to the proliferation of new means of electronic publishing andthe regulatory requirements of the major indexes. (AU)
El texto teje una reflexión sobre cuestiones éticas en las publicaciones psicoanalíticas en el contexto actual. El documento analiza los diferentes aspectos relacionados con la escriturapsicoanalítica género, estilo, narrativa, dimensión de ficción y otros. La naturaleza singular de la investigación en psicoanálisis, método y ética clínica se tratan aquí en su relación con la transformación en el campo de las publicaciones, debido a la proliferación de nuevos medios de publicación electrónica y los requisitos reglamentarios de los principales índices. (AU)
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Em 1928, Freud teve em suas mãos m exemplar do primeiro número da Revista Brasileira de Psicanálise, enviado por Durval Marcontes, seu criador. Em 1967 a RBP voltou a ser publicada com a ideia de ser um lugar de acolhimento e respeito à diversidade, com espali para a psicanálise de outras latitudes e de outros campos do conhecimento