O racismo à brasileira como risco para a constituição subjetiva

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o racismo à brasileira como risco para constituição subjetiva. Para tanto, dou ênfase à tese de Guimarães e Podkameni que fazem uma leitura winnicottiana do ambiente brasileiro como não suficiente bom para as pessoas negras, o que pode se apresentar com potencial traumático para as crianças negras que crescem no País. Retorno brevemente a textos mais consagrados, e exaustivamente trabalhados, sobre racismo e psicanálise no país, com as teses de Lélia Gonzalez e de Neusa Santos Souza. Apresento também uma formulação sobre possíveis impactos do racismo à brasileira compreendido como um desmentido

This article aims to reflect on racism as a risk for subjective constitution. I emphasize the thesis of Guimarães and Podkameni who make a Winnicottian interpretation of the Brazilian environment as not good enough for black people, which can present itself with traumatic potential for black children growing up in the country. I return briefly to more consecrated and exhaustively worked texts about racism and psychoanalysis in the country, with the theses of Lélia Gonzalez and Neusa Santos Souza. I also present a reading on possible impacts of Brazilian-style racism understood as a denial

Leituras sobre o Inconsciente com O Espelho de Machado de Assis: um passeio pela alma brasileira / Comprehensions about the Unconscious with reading of the O Espelho by Machado de Assis: a tour of the Brazilian soul

A partir do conto O Espelho, de Machado de Assis, analiso o eleitor abstêmio das eleições presidenciais brasileiras de 2018 como paradigmático para pensar a alma brasileira. Parto da noção de universal de Frantz Fanon, trago a função especular tal como discutida por Françoise Dolto, introduzo o das unheimliche de Freud e trago para discussão a tese de Lélia Gonzalez sobre o racismo na cultura brasileira

From the short story O Espelho by Machado de Assis I study the abstemious voter of the 2018 Brazilian presidential electionsas a paradigm for thinking about theBrazilian soul. I start from Frantz Fanon'snotion of universal, I bring up the specularfunction as discussed by Françoise Dolto, I introduce Freud's das unheimliche and I discuss Lélia Gonzalez's thesis on racism in Brazilian culture

Crueldade, guerra e o cidadão de bem: nada além do ponto final

A partir de uma composição de Caetano Veloso e Gilberto Gil, “Eles”, a

autora discute a ideia de banalidade do mal da filósofa Hannah Arendt sob a ótica

psicanalítica. Retoma brevemente os chamados textos sociológicos de Freud Por

que a guerra?, Totem e tabu, Psicologia das massas e análise do eu e O mal-estar na

civilização para refletir sobre a formação mítica da sociedade ocidental em torno

da culpa pelo parricídio e da criação dos laços fraternos como forma de evitar

novas manifestações da violência fundamental. Considera as pulsões de vida e de

morte, como lidas por Freud em Além do princípio do prazer e por Zaltzman em

A pulsão anarquista, para pensar a crueldade exercida por pessoas comuns ou, em

outros termos, a banalidade do mal