RESUMEN
A análise com adolescentes implica mudanças no tratamento psicanalítico que favorecem uma nova experiência compartilhada entre paciente e analista, no qual dois inconscientes se comunicam e se transformam reciprocamente dentro de um campo bipessoal. Consideramos que o elemento fundamental da transformação é a disponibilidade da analista para acolher as diferentes modalidades de comunicação (ações, enactment, desenho, rêverie) que foram construídas graças à adesão ao setting analítico e à pessoa da analista que se deixou usar pela adolescente. No contato com o medo e a impotência de um pensamento vazio de representações, pode acontecer que o agir da analista funcione como socorro, como remédio à urgência, e que forneça uma saída; tratase de algo que não se encontra ali para ser decodificado, mas que está à espera de uma rêverie e de um desenvolvimento narrativo. Como numa cena de teatro, os desenhos conferem figurabilidade aos conflitos, às emoções, às lembranças evocadas na consulta e tornam acessível a entrada do novo e do não representável
Asunto(s)
Psicoanálisis , DibujoRESUMEN
O contato com o inconsciente, com a dor, não é fácil com nenhum paciente e, muitas vezes, usamos medidas defensivas contra o encontro psicanalítico, tão sofrido. Com crianças, talvez, isso se manifeste em certa dificuldade de acreditar na força do inconsciente na determinação de suas ações, das interações, do sentido atribuído a suas vivências. Escutar uma criança desde o vértice psicanalítico impõe o reconhecimento dessa força com que são capazes de nos atingir, ao mesmo tempo em que é essa comunicação entre inconscientes que possibilita acreditar nas possibilidades do instrumento analítico com esses pacientes. Recursos técnicos diversificados são necessários para que as formas de comunicação possíveis às crianças se tornem acessíveis à escuta analítica. A autora postula ser essa escuta o que constrói e possibilita o trabalho psicanalítico, também, com esses pacientes específicos. Neste artigo estuda-se o tema através do processo analítico com uma menina que iniciou sua psicanálise com menos de seis anos e que desencadeava intensos sentimentos de ódio, de desespero e de obstaculização
Asunto(s)
Psicoanálisis , Contratransferencia , Dibujo , OdioRESUMEN
Nos últimos anos, temos observado a presença crescente de irmãos no exame pré-natal ultrassonográfico, ocasião em que surgem atitudes, reações, questionamentos que evidenciam a necessidade de pesquisas aprofundadas. Assim, resolvemos realizar um estudo centrado na relação pais-feto(s)-irmão(s) utilizando, como em estudos prévios, o Método Bick (1964) e estendendo a análise a desenhos de crianças realizados após o exame. Participaram do estudo cerca de setenta e cinco crianças que assistiram ao exame, acompanhadas por uma observadora. Este novo contexto - pais-feto-irmão/imagens da ultrassonografia - promove um nível de profunda comunicação, satisfação e realização. A criança, convidada a uma visita importante, experiencia um contato desejado e simultaneamente temido. Tanto os relatos das observações como os desenhos traduziram conteúdos psíquicos de grande profundidade especialmente relacionados ao complexo fraterno. O acolhimento da equipe possibilitou às crianças expressarem suas angústias, ódios, rivalidades, amor fraterno, desejos desde os mais vívidos àqueles que nem ousamos admitir. Criou-se um espaço no qual a equipe e a criança compartilharam de um brinquedo criativo. Ela cria algo que já está aí e não está nem dentro nem fora do útero da mãe, tampouco de si própria. Não é um eu e também um não eu. Esta é a proposta acordada por todos. Curtindo esta ilusão, vai surgindo uma desilusão gradual, sinalizada pela presença da discriminação, alteridade e uma maior aceitação da realidade. Nesta situação, a criança exercita sua onipotência mágica, criando, do nada, a ilusão de um irmão que é apresentado, desenhado, aceito
Asunto(s)
Psicoanálisis , Ultrasonografía , Atención Prenatal , DibujoRESUMEN
Este artigo foi elaborado a partir do amálgama de duas atividades importantes para a autora: a Psicanálise e a Arte. É um esforço reflexivo de aproximar o desenho, o processo criativo e o encontro psicanalítico na sua dimensão estética. O texto explora questões que se manifestam no âmbito do próprio fazer artístico e da clínica psicanalítica, procurando um diálogo entre a tradição da arte e a inventividade no processo de formação de novos símbolos
Asunto(s)
Dibujo , Arte , CreatividadRESUMEN
A reconstrução criativa dos desenhos de uma criança de sete anos permitiu observar que eles correspondiam à expressão de angústias primitivas relacionadas a fantasias arcaicas sobre a concepção, nidação e gestação. Foram três reconstruções: a primeira ocorreu por ocasião da análise, há vinte e nove anos; a segunda foi possível pela digitalização dos desenhos, ampliando a investigação e permitindo o acesso à mente primitiva; a terceira, feita com o reforço dos traços dos desenhos, permitiu alcançar novos níveis de expressão. A capacidade da mente de se inscrever em vários planos, tal qual um palimpsesto, graças à pulsão de vida, presente neste caso, é objeto desta investigação. Os autores sugerem uma leitura em dois níveis: o da realidade presente e o da verdade histórica. Estes vértices possibilitam à mente aproximar-se de sua "verdade", objeto da psicanálise - "verdade" que, por sua vez, permite a construção analítica da identidade do analisando
Asunto(s)
Dibujo , Niño , CreatividadAsunto(s)
Psicoanálisis , Pesar , Terrorismo , Juego e Implementos de Juego , Socialización , Dibujo , ÉticaRESUMEN
O entendimento de que a criança é parte de um sistema relacional complexo assegurou que todos os analistas de crianças concordassem sobre a necessidade de estabelecer uma aliança terapêutica com os pais. A dinâmica inconsciente de conflitos envolve o analista de crianças e o inclui, desde a primeira consulta, em um campo analítico que é mais próximo daquele de um grupo do que do sistema bipessoal da terapia com adultos. Com o auxílio de um exemplo clínico, a autora apresenta a hipótese de que os desenhos e as brincadeiras da criança podem ser vistos como ferramentas capazes de mapear as emoções inconscientes presentes no campo analítico que se estendem para além da dupla criança-analista. Brincadeiras e desenhos podem ser usados na relação com os pais, não com um sentido explanatório, mas como uma sonda com a qual explorar o universo das emoções inconscientes presentes no campo do grupo. As imagens ou as histórias de brincadeiras usadas nessa modalidade particular se apresentam como um caminho atraente e que é eficaz para facilitar a função alfa de cada um dos membros do grupo. Além disso, nesse sentido, criam as condições para uma situação através da qual os pais podem tomar conhecimento das suas emoções inconscientes que foram transmitidas para a criança e expressas através de sua sintomatologia. A possibilidade para o pequeno grupo de sujeitos envolvidos em uma análise de criança de oscilar em um campo dual-grupal permite não apenas uma experiência compartilhada do conhecimento mas também uma criatividade compartilhada voltada para o conhecimento da verdade emocional
Asunto(s)
Niño , DibujoRESUMEN
O contato com o inconsciente, com a dor, não é fácil com nenhum paciente e, muitas vezes, usamos medidas defensivas contra o encontro psicanalítico, tão sofrido. Com crianças, talvez, isso se manifeste em certa dificuldade de acreditar na força do inconsciente na determinação de suas ações, das interações, do sentido atribuído a suas vivências. Escutar uma criança desde o vértice psicanalítico impõe o reconhecimento dessa força com que são capazes de nos atingir, ao mesmo tempo em que é essa comunicação entre inconscientes que possibilita acreditar nas possibilidades do instrumento analítico com esses pacientes. Recursos técnicos diversificados são necessários para que as formas de comunicação possíveis às crianças se tornem acessíveis à escuta analítica. A autora postula ser essa escuta o que constrói e possibilita o trabalho psicanalítico, também, com esses pacientes específicos. Neste artigo estuda-se o tema através do processo analítico com uma menina que iniciou sua psicanálise com menos de seis anos e que desencadeava intensos sentimentos de ódio, de desespero e de obstaculização
Asunto(s)
Psicoanálisis , Contratransferencia , Dibujo , OdioRESUMEN
La idea central del trabajo sugiere que la relación psicológica que cada persona tiene con la imaginación es similar a la calidad del vínculo que domina su relación de apego con los objetos humanos. Al igual que en las relaciones personales, el apego con la imaginación podrá ser seguro anticipando que la imaginación será hospitalaria y de ayuda para sus necesidades emocionales, o será inseguro, esperando que la imaginación será hostil o adversa a sus necesidades. Basándose en la teoría del apego se sugiere que la calidad del vínculo de apego surge de la naturaleza de la relación con la figura maternante en el temprano desarrollo y luego se generaliza a la relación con la propia imaginación. El ensayo concluye una ilustración del estrecho interjuego entre la imaginación y el juego simbólico (AU)