A pandemia e seus efeitos: as consequências psíquicas do excesso de idealização
Joergensen Schlemm, Julia.
Nat. Hum. (Online)
; 22(2): 125-133, 2020.
Artículo
en Portugués
| Bivipsil | ID: psa-140117
A pandemia de corona vírus, com início em março de 2020 no Brasil, impôs aos indivíduos mudanças na realidade material. Com Freud (1900), estabelece-se que essa realidade compartilhada não é percebida por todos do mesmo modo, constituindo, com isso, outra realidade, a saber, a psíquica. Na obra freudiana, a castração aparece como elemento central para se pensar a formação da realidade psíquica em cada um, relação brevemente demonstrada neste trabalho. O objetivo deste artigo foi questionar as diferentes formações psíquicas geradas diante de um mesmo cenário, especificamente a melancolia. A escolha por essa patologia se deu pelo seu quadro depressivo presente atualmente em muitos relatos. Para tanto, relacionou-se a melancolia à castração, indicando o modo como esta é vivida nessa patologia. Na teoria freudiana, a castração é tomada como sinônimo da percepção da diferença da realidade material que acarreta uma perda de um estado de idealização narcísico. Diante dessa constatação, o melancólico se inebria, impossibilitado de renunciar ao estado de idealização. Conclui-se que as mudanças impostas pelo contexto atual podem ser vivenciadas de modo melancólico, enquanto repetição de um excesso de idealização que se recusa renunciar
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