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Sci. med. (Porto Alegre, Online) ; 28(4): ID32169, out-dez 2018.
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-981130

RESUMEN

OBJETIVOS: Analisar os dados de gestações com risco de toxoplasmose congênita e investigar a evolução dos recém-nascidos, em um hospital de nível II em Portugal. MÉTODOS: Um estudo transversal retrospetivo incluiu recém-nascidos com risco de toxoplasmose congênita e suas mães, cujo parto ocorreu entre janeiro de 2000 e dezembro de 2015. Os critérios de inclusão foram mãe com soroconversão para toxoplasmose durante a gestação ou primeira amostra sérica com IgM e IgG específicas positivas. O diagnóstico de toxoplasmose congênita foi definido por IgM específica positiva ao nascimento e/ou reação em cadeia da polimerase positiva no líquido amniótico e/ou persistência de IgG específica até os 12 meses de vida. A toxoplasmose congênita foi definida como sintomática quando os achados clínicos foram atribuídos à doença. Os testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher foram usados para testar associações entre variáveis, assumindo-se significado estatístico quando p<0,05. RESULTADOS: Ocorreram 39.585 nascimentos vivos no período em estudo e foram identificados 98 casos com risco de toxoplasmose congênita, dos quais 89 completaram o seguimento. A prevalência de IgG para T. gondii nas gestantes foi de 26% (intervalo de confiança [IC] 95% 24-27%). Foram confirmados 22 casos de toxoplasmose congênita (5,6 por 10.000 nascidos vivos, IC95% 3,5-8,5 por 10.000). Dos 22 recém-nascidos, 18 (82%, IC95% 61-93%) eram sintomáticos. Os achados clínicos mais frequentes foram calcificação intracraniana (64%), hepatomegalia e/ou elevação das transaminases (32%) e retinocoroidite (14%). As lesões cerebrais foram mais frequentes quando a infeção materna foi documentada no primeiro e segundo trimestres em comparação com o terceiro (p=0,018). Em 31 casos (35%), as gestantes foram tratadas desde o momento do diagnóstico até o parto com espiramicina, não se tendo encontrado diferenças relativamente à taxa de transmissão vertical ou ao aparecimento de manifestações clínicas entre os recém-nascidos de mães tratadas e não tratadas. CONCLUSÕES: A prevalência de toxoplasmose congênita foi superior à reportada em outros países da Europa. A prevalência de calcificações intracranianas foi maior do que a descrita na literatura, enquanto que a de retinocoroidite e estrabismo foi menor. As alterações cerebrais nos recém-nascidos foram mais frequentes nas infecções de primeiro e segundo trimestre. Não houve diferença na taxa de transmissão vertical e na ocorrência de manifestações clínicas entre os recém-nascidos cujas mães receberam espiramicina na gestação ou não receberam tratamento.


AIMS: To analyze the data on pregnancies with risk of congenital toxoplasmosis and to investigate the newborns' outcome, in a level II hospital in Portugal. METHODS: A cross-sectional retrospective study included newborns at risk for congenital toxoplasmosis and their mothers, whose delivery occurred between January 2000 and December 2015. The inclusion criteria were mother with seroconversion to toxoplasmosis during pregnancy or first serum sample with positive specific IgM and IgG. The diagnosis of congenital toxoplasmosis was defined by positive specific IgM at birth and/or polymerase chain reaction positive in amniotic fluid and/or persistence of specific IgG up to 12 months of life. Congenital toxoplasmosis was defined as symptomatic when clinical findings were attributed to the disease. Chi-square or Fisher's exact tests were used to test associations between variables, assuming statistical significance when p<0.05. RESULTS: There were 39,585 live births in the study period and 98 cases with risk of congenital toxoplasmosis were identified, of which 89 completed the follow-up. The prevalence of anti-T. gondii IgG in the pregnant women was 26% (95% confidence interval [CI] 24-27%). Twenty-two cases of congenital toxoplasmosis (5.6 per 10,000 live births, 95%CI 3.5-8.5 per 10,000) were confirmed. Of the 22 newborns, 18 (82%, 95%CI 61-93%) were symptomatic. The most frequent clinical findings were intracranial calcification (64%), hepatomegaly and / or elevation of transaminases (32%) and retinochoroiditis (14%). Cerebral lesions were more frequent when maternal infection was documented in the first and second trimester compared to the third trimester (p=0.018). In 31 cases (35%), the pregnant women were treated from the time of diagnosis until delivery with spiramycin, and no differences were found regarding the rate of vertical transmission or the appearance of clinical manifestations among the newborns of treated and non-treated mothers treated. CONCLUSIONS: The prevalence of congenital toxoplasmosis was higher than that reported in other European countries. The prevalence of intracranial calcifications was higher than that described in the literature, whereas retinochoroiditis and strabismus occurrence was lower. Brain lesions in newborns were more frequent in first- and second-trimester infections. There was no difference in the rate of vertical transmission and in the occurrence of clinical manifestations among newborns whose mothers received spiramycin during gestation and those whose mothers did not receive treatment.


Asunto(s)
Toxoplasmosis Congénita , Pediatría , Recién Nacido , Medicina
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