RESUMO
INTRODUÇÃO: Doenças tireoidianas são comumente diagnosticadas na prática médica. Estima-se que o hipotireoidismo clínico acomete cerca 3% da população feminina. Através de mecanismos variados, pode levar a alterações cardiovasculares como: redução da contratilidade miocárdica e débito cardíaco, aumento da resistência vascular periférica, além de aterosclerose e doença arterial coronariana. RELATO DE CASO: Paciente de 74 anos, hipertensa, dislipidêmica, diabética e ex-tabagista, procurou pronto--socorro cardiológico devido dispneia classe funcional II e dispneia paroxística noturna havia 1 mês, associado a mal estar e dor torácica atípica havia 24 horas. Na admissão, apresentava-se em anasarca, estável hemodinamicamente e eletrocardiograma com ritmo de fibrilação atrial de alta resposta ventricular (FAARV). Após avaliação inicial, foi também diagnosticada com síndrome cardiorrenal tipo 1. O ecocardiograma evidenciava função sistólica preservada com hipertrofia ventricular esquerda concêntrica, sem outras alterações. Após compensação clínica e laboratorial, recebeu alta hospitalar e encaminhada para seguimento ambulatorial. Dois meses após, retornou em pronto-socorro com piora da dispneia (classe funcional IV). Em novo ecocardiograma (TABELA 1), apresentava fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) de 29% e derrame pericárdico moderado sem repercussão hemodinâmica, com lâmina de 16 milímetros (mm). ng/dl, Exames laboratoriais evidenciaram TSH > 100 mU/L e T4L < 0,04 sendo então iniciado imediatamente tratamento com Levotiroxina, associado ao manejo clínico de insuficiência cardíaca. Durante a internação, apresentou melhora clínica, redução dos níveis de TSH e do derrame pericárdico, além do retorno da FEVE ao valor basal, confirmado em ecocardiograma de controle. Dois meses após a alta hospitalar, encontrava-se mU/L assintomática, em uso de Levotiroxina 100 mcg ao dia, com níveis de TSH 6, 88 e ng/dl, T4L 1,42 e ecocardiograma realizado ambulatorialmente (TABELA 2) evidenciava derrame pericárdico discreto e lâmina de 04mm. CONCLUSÃO: O rastreio de alterações tireoidianas deve fazer parte da investigação rotineira de insuficiência cardíaca, visto que mesmo o hipotireoidismo subclínico pode causar repercussão cardiovascular significativa e a implementação de terapia específica traz bons resultados, muitas vezes com reversão do quadro.
Assuntos
Diagnóstico , Insuficiência Cardíaca , HipotireoidismoRESUMO
As doenças valvares do coração acometem pacientes de várias faixas etárias. A mais prevalente no Brasil é a estenose mitral reumática, a qual manifesta-se no adulto jovem, em plena fase produtiva, seguida pela insuficiência mitral reumática, degenerativa e isquêmica, e pela estenose aórtica que acomete a idade mais avançada. O tratamento dos pacientes portadores dessas enfermidades compreende a correção do defeito valvar no momento correto. A cirurgia cardíaca convencional, plastia, comissurotomia e troca valvar, muda a história natural da doença, melhora a qualidade de vida e aumenta a sobrevida dos pacientes...