RESUMO
A relação entre a literatura e a psicanálise frequentemente é entendida dentro de um modelo mecanicista da "aplicação" dos conceitos psicanalíticos à obra literária. Tal prática tem sido objeto de pertinentes críticas, cujo alvo seria revelar o caráter reducionista desse procedimento no que diz respeito à literatura e também à psicanálise. O artigo discute a relação entre a literatura e a psicanálise indicando que a leitura que nos interessa não se alinha à aplicação dos conceitos psicanalíticos à obra literária. Parte-se da ideia de que "a verdade se revela numa estrutura poética" para localizar a relação dialógica entre a literatura e a psicanálise, deslocando a ideia de "aplicação" para a de "implicação" e desta para uma "prática da letra", através da qual seja possível executar sua potência. Encontra-se em Lacan a chave de leitura que orienta a relação da psicanálise com a literatura: "isso não é um madrigal, mas uma baliza de mé todo".
The relationship between literature and psychoanalysis is often understood within a mechanistic model of the "application" of psychoanalytic concepts to literary work. This practice has been the object of pertinent criticism, whose aim would be to reveal the reductionist character of this procedure with regard to literature and also to psychoanalysis. The article discusses the relation between literature and psychoanalysis, indicating that the reading that interests us is not aligned in the application of psychoanalytic concepts to the literary work. It starts from the idea that "truth is revealed in a poetic structure" to locate the dialogical relationship between literature and psychoanalysis, shifting the idea of "application" to that of "implication" and from it to a "practice of the letter", where it is possible to execute its power. We find in Lacan the key of reading that guides the relation of psychoanalysis to literature: "this is not a madrigal, but a goal of method".
La relación entre la literatura y el psicoanálisis a menudo se entiende dentro de un modelo mecanicista de la aplicación de los conceptos psicoanalíticos a la obra literaria. Tal práctica ha sido objeto de pertinentes críticas, cuyo objetivo sería revelar el carácter reduccionista de ese procedimiento en lo que se refiere a la literatura y también al psicoanálisis. El artículo discute la relación entre literatura y psicoanálisis indicando que la lectura que nos interesa no se alinea en la aplicación de los conceptos psicoanalíticos a la obra literaria. Se parte de la idea de que "la verdad se revela en una estructura poética" para localizar la relación dialógica entre la literatura y el psicoanálisis, desplazando la idea de "aplicación" a la de "implicación" y de ésta a una "práctica de la letra", donde sea posible ejecutar su potencia. Encontramos en Lacan la clave de lectura que orienta la relación del psicoanálisis con la literatura: "eso no es un madrigal, sino una baliza de método".
RESUMO
A autora investiga e discute as concepções que sustentam a prática das oficinas, dentro da reforma psiquiátrica, e propõe as oficinas de arte como alternativa aos modelos 'instrumentais' de oficina, como possibilidade de construção da cidadania...AU