RESUMO
A associação entre o consumo de álcool durante a gestação e o aumento da incidência de efeitos embriofetóxicos tem sido bem estabelecida, sendo a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) a manifestação mais severa deste efeito. Esta síndrome, em recém nascidos expostos intra uterinamente ao álcool, é caracterizada pela presença de malformações, craniofaciais, retardo no crescimento e no desenvolvimento mental. As estimativas de ocorrência da SAF variam consideravelmente e oscilam entre 0,4 a 3,1 casos por 100 nascimentos, sendo esta incidência significativamente maior entre as mulheres alcoolistas (30 a 40 por cento). A quantidade mínima de álcool ingerida capaz de afetar o concepto, assim como os mecanismos pelos quais o álcool exerce sua ação embriofetóxica ainda não estão bem elucidados, porém diversos estudos têm contribuído para o entendimento destas importantes questões. O objetivo deste trabalho consiste em descrever os efeitos teratogênicos do álcool em humanos e esclarecer sobre as formas de exposição, a ocorrência, os mecanismos de ação e as características clínicas, revisadas recentemente da literatura.