RESUMO
INTRODUÇÃO: A taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica (TVPC) é um diagnóstico raro e faz parte das síndromes eletrogenéticas, que levam jovens a risco de morte súbita durante a atividade física. Reconhecer precocemente e fazer o diagnóstico preciso com a ergometria propicia ao médico instituir a terapêutica betabloqueadora adequada e testar sua eficácia no protocolo de esteira adaptado a estes jovens. A agilidade diagnóstica diminui a morbidade e mortalidade e propicia precocemente se pensar na necessidade de CDI como profilaxia primária de morte cardíaca súbita. OBJETIVO: Descrever o comportamento clínico, diagnóstico e terapêutico de 3 casos de crianças entre 5 e 10 anos portadores de TVPC. Descrição da série: três pacientes (2 meninas e 1 menino) com idades de 4, 8 e 10 anos apresentaram-se ao serviço de eletrofisiologia com história de sincope (2 casos) e palpitação (1 caso). Apenas uma paciente possuía histórico familiar de morte súbita em 3 irmãos ainda antes da idade adulta. Os episódios de síncope ocorreram durante o esforço. Após o descarte de cardiopatias obstrutivas, o teste ergométrico (TE) foi utilizado como método diagnóstico a todos os pacientes. Todos apresentaram em algum momento durante o esforço a presença de taquicardia ventricular polimórfica que sofreu redução com o decremento da carga e interrupção do teste. Imediatamente após o teste iniciamos terapia oral com propranolol de 1 a 5 mg/kg com intuito de betabloqueio. O teste ergométrico foi repetido após 7 dias da terapêutica farmacológica com melhora significativa e ausência de taquicardias em todos os casos. A boa resposta ao betabloqueador e a proibição da atividade física propiciou o não implante do CDI. Todos os pacientes seguem em acompanhamento clínico rigoroso e controle com teste ergométrico e Holter para detecção de situações do dia a dia. CONCLUSÃO: 1) o histórico de palpitação e sincope com esforço complementado com a realização do TE são altamente eficazes no diagnóstico da TVPC 2) O uso do betabloqueador com boa resposta aos testes de controle é uma opção razoável ao uso do CDI em crianças 3) o TE realizado em crianças pequenas com cuidado e protocolos individualizados permite o diagnóstico preciso de TVPC mesmo em crianças abaixo dos cinco anos. (AU)
Assuntos
Humanos , Criança , Ergometria , Taquicardia Ventricular , AnamneseRESUMO
INTRODUÇÃO: As bradicardias em adolescentes podem ser geradas por doenças próprias no tecido de condução ou por influência externa (tônus vagal por exemplo). A vagotonia sintomática leva profissionais de saúde a precocemente indicar o implante de dispositivos de estimulação cardíaca artificial. Entretanto a exiguidade de próteses em nosso meio, relacionado à grande demanda e o caráter transitório da vagotonia na população hebiatrica leva ao receio da superindicação. Os inibidores de fosfodieterase como o cilostazol podem auxiliar na disfunção transitória por aumentar a condução dos canais de sódio na fase de despolarização espontânea (canais funny) das células automáticas. OBJETIVO: Descrever 4 casos de adolescentes com bradicardia de causa extrínseca em avaliação para implante de marca-passo definitivo submetidos à terapia oral com cilostazol. RESULTADOS: Foram avaliados 4 adolescentes (12,15,16 e 18 anos), sendo 3 masculinos, com bradicardia de origem externa (responsivas à ergometria ou atropina) foram submetidos à terapia medicamentosa com cilostazol após descartar-se arritmias ventriculares originadas por atividade deflagrada. Uma paciente possuia cardiopatia congênita (cavopulmonar total - ventrículo único tipo esquerdo sem isomerismo atrial). Os demais possuíam coração estruturalmente normal. A função ventricular estava preservada em todos. Todos apresentavam pausas sinusais superiores a 2,5s e ou bloqueios atrioventriculares paroxísticos. A dose inicial de 50 mg/dia foi introduzida com progressão da dose até 100 mg a cada 12 horas como objetivo terapêutico. Apenas a portadora de cardiopatia congênita foi mantida com a dose inicial devido boa resposta do Holter e na saturação. Em todos houve redução de mais de 90% das pausas com elevação da FC média sem exacerbação dos períodos de taquicardia ao Holter (periodicidade quinzenal). A variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e da frequência após o uso do fármaco apresentou melhora da relação LF/HF em todos os casos e redução do pNN50 em 75% dos pacientes. Não houve alteração hepática ou renal durante o uso de medicação. Todos estiveram assintomáticos durante o seguimento de 3 meses a 4 anos. CONCLUSÃO: 1) O uso de cilostazol diminui o desbalanço simpático parassimpático reduzindo episódios de pausas e bradicardias; 2) O tratamento do desequilíbrio autonômico com cilostazol em adolescentes púberes sintomáticos pode evitar o implante de dispositivo anti bradicardia. (AU)
Assuntos
Humanos , Pacientes , Bradicardia , Adolescente , CilostazolRESUMO
INTRODUÇÃO: As bradicardias em adolescentes podem ser geradas por doenças próprias no tecido de condução ou por influência externa(tônus vagal por exemplo). A vagotonia sintomática leva profissionais de saúde a precocemente indicar o implante de dispositivos de estimulação cardíaca artificial. Entretanto a exiguidade de próteses em nosso meio, relacionado à grande demanda e o caráter transitório da vagotonia na população hebiatrica leva ao receio da superindicação. Os inibidores de fosfodieterase como o cilostazol podem auxiliar na disfunção transitória por aumentar a condução dos canais de sódio na fase de despolarização espontânea (canais funny) das células automáticas. OBJETIVO: Descrever 4 casos de adolescentes com bradicardia de causa extrínseca em avaliação para implante de marca-passo definitivo submetidos à terapia oral com cilostazol. RESULTADOS: Foram avaliados 4 adolescentes (12,15,16 e 18 anos), sendo 3 masculinos, com bradicardia de origem externa (responsivas à ergometria ou atropina) foram submetidos à terapia medicamentosa com cilostazol após descartarse arritmias ventriculares originadas por atividade deflagrada. Uma paciente possuia cardiopatia congênita (cavopulmonar total - ventrículo único tipo esquerdo sem isomerismo atrial). Os demais possuíam coração estruturalmente normal. A função ventricular estava preservada em todos. Todos apresentavam pausas sinusais superiores a 2,5s e ou bloqueios atrioventriculares paroxísticos. A dose inicial de 50 mg/dia foi introduzida com progressão da dose até 100 mg a cada 12 horas como objetivo terapêutico. Apenas a portadora de cardiopatia congênita foi mantida com a dose inicial devido boa resposta do Holter e na saturação. Em todos houve redução de mais de 90% das pausas com elevação da FC média sem exacerbação dos períodos de taquicardia ao Holter (periodicidade quinzenal). A variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e da frequência após o uso do fármaco apresentou melhora da relação LF/HF em todos os casos e redução do pNN50 em 75% dos pacientes. Não houve alteração hepática ou renal durante o uso de medicação. Todos estiveram assintomáticos durante o seguimento de 3 meses a 4 anos. CONCLUSÃO: 1) O uso de cilostazol diminui o desbalanço simpático parassimpático reduzindo episódios de pausas e bradicardias; 2) O tratamento do desequilíbrio autonômico com cilostazol em adolescentes púberes sintomáticos pode evitar o implante de dispositivo anti bradicardia. (AU)
Assuntos
Adolescente , Bradicardia , Adolescente , CilostazolRESUMO
INTRODUÇÃO: Os beta-bloqueadores (BB) são os medicamentos de escolha para tratar a ectopia ventricular (EV), mas não há estudos que comparem a diferença entre a resposta de Succinato de Metoprolol e Atenolol no controle EV. MÉTODOS: Ensaio de crossover duplo-cego randomizado com 2 grupos. O primeiro começou com Atenolol e mudou para Succinato de Metocrolol (A-S). O segundo começou com Succinato de Metocrolol e mudou para Atenolol (S-A). Cada etapa teve um intervalo de tempo mínimo de 15 dias, para garantir o washout adequado da medicação anterior. Foram incluídos pacientes ≥ 18 anos, com fração de ejeção do ventrículo esquerdo ≥40% e uma taxa de VE ≥5%. O desfecho primário foi o número absoluto e a porcentagem de EV observada em Holter de 24h. O questionário de qualidade de vida (QVFAv2) e a preferência do paciente foram os desfechos secundários. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para variáveis quantitativas e o teste exato de Fisher para variáveis qualitativas...(AU)
Assuntos
Humanos , Atenolol , Ectopia Cordis/tratamento farmacológico , MetoprololRESUMO
A hipertrofia ventricular esquerda é situação comum da prática clínica, sendo fenótipo de patologias diversas com fisiopatologias específicas. Sua diferenciação e abordagem muda a história natural da doença podendo ser, em alguns casos, potencialmente reversível. Seu diagnóstico precoce é de fundamental importância visando redução de morbimortalidade. Padrão de referência entre as etiologias que geram hipertrofia ventricular, a Cardiomiopatia Hipertrófica é causa comum de morte súbita cardíaca em jovens...
Assuntos
Cardiomiopatia Hipertrófica , Diagnóstico Diferencial , Hipertrofia Ventricular EsquerdaRESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Pacientes vítimas de trauma ortopédico apresentam como resposta ao estresse, elevação transitória da frequência cardíaca e da pressão arterial (PA), fenômenos da reatividade cardiovascular, sendo erroneamente classificados como hipertensos, e medicados como tal. O objetivo deste estudo foi avaliar os pacientes com elevação transitória da PA, bem comoos hipertensos. MÉTODO: Estudo transversal, realizado em hospital de referencia, na cidade de Dourados, MS. A amostra foi de 50 indivíduos, vítimas de trauma ortopédico, com idade ? 18 anos. Foram excluídos os pacientes com período de internação menor que 24h, trauma grave ou instabilidade hemodinâmica. Foram realizadas diariamente, três medidas da PA em um dos membros superiores,com intervalo de um minuto entre as medidas, e a média das duas últimas medidas foi considerada a PA do indivíduo. Para as aferições foi utilizado aparelho de coluna de mercúrio de acordo comas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Para o diagnostico de hipertensão o critério foi pressão arterial sistólica (PAS) ? 140 oupressão arterial diastólica (PAD) ? 90 mmHg. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, estado civil, raça, escolaridade, diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica (HAS), tratamento farmacológico para HAS, comorbidades associadas, PAS e PAD. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi de 31,9 ± 14,7 anos para normotensos, 41,2 ± 17,7 para elevação transitória e 41,0 ± 19,8 para hipertensos. Foram classificados como: em normotensos (50%), elevação transitória (26%) e hipertensos (24%). CONCLUSÃO: A reatividade cardiovascular ao trauma provoca elevação transitória da PA. A sua interpretação correta na urgência tem papel importante no diagnóstico e cuidados da doença hipertensiva.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: In response to stress, orthopedic trauma patients present transient elevation in heart rate and blood pressure (BP), cardiovascular reactivity phenomena, being wrongly classified as hypertensive, and treated as such. The aim of this study was to evaluate patients with transient elevation of BP, as well as hypertension. METHOD: Cross-sectional study in reference hospital in the city of Dourados, state of Mato Grosso do Sul (MS). The sample consisted of 50 patients, victims of orthopedic trauma, aged ? 18 years. We excluded patients hospitalized for less than 24 hours, with severe trauma, or hemodynamicaly instable. Three BP measurements were performed daily in either upper limb, with an interval of one minute, and the average of the last two measurements was considered the subject's BP. For the measurements, a mercury column device according to the V Brazilian Guidelines on Hypertension was used. The criterion for diagnosing hypertension was systolic blood pressure (SBP) ? 140 or diastolic blood pressure (DBP) ? 90 mmHg. The variables analyzed were: age, gender, marital status, race, education level, previous diagnosis of systemic hypertension (SH), pharmacological treatment for SH, associated comorbidities, SBP and DBP. RESULTS: The average age of patients was 31.9 ± 14.7 years for normotensives, 41.2 ± 17.7 to transient elevation and 41.0 ± 19.8 for hypertensive patients. They were classified as normotensive (50%), transient elevation (26%) and hypertensive (24%). CONCLUSION: The cardiovascular reactivity to trauma causes transient elevation of blood pressure. The correct interpretation of BP levels in trauma patients has an important role in the diagnosis and care of hypertensive disease.