RESUMO
BACKGROUND: Transcatheter aortic valve implantation (TAVI) has had an exponential increase of its indication, being incorporated into the Brazilian Unified Public Health System in 2022, thus requiring assessment of its use in Brazil. OBJETICVE: To assess the factors associated with in-hospital mortality and non-fatal complications in both genders in the Brazilian Registry of Transcatheter Aortic Valve Implantation and New Technologies (RIBAC-NT) population. METHOD: Analysis of the RIBAC-NT database from 2008 to 2022 was performed. Logistic models and machine learning were used for statistical assessment of the association between variables and outcomes. The software R was used and a 5% significance level, adopted. RESULTS: Analysis of 2588 patients (women, 51.2%; in-hospital death, 8.2%). Mortality was associated with procedural complications, of which major vascular complication (VC) and acute kidney injury (AKI) stood out (p<0.001). Major VC occurred in 6% of the patients, with 34% mortality; AKI occurred in 8.8%, with 13% mortality, which increased up to 8 times when AKI coexisted with other complications. Non-fatal complications occurred in 50.5% of all patients, affecting 63% of those with 1st generation (1G) bioprosthesis and 39% of those with 2nd generation (2G) bioprosthesis (p<0,001). Non-femoral access and heart rhythm influenced non-fatal complications in patients with 1G prostheses, while complications in patients with 2G prosthesis associated with the female gender (39.6% vs. 30.4%, p=0.003). CONCLUSION: In-hospital mortality in the RIBAC-NT population was directly associated with procedural complications, mainly major VC and AKI. The occurrence of non-fatal complications differed according to gender and bioprosthesis type.
FUNDAMENTO: O implante valvar aórtico transcateter (TAVI) apresenta crescimento exponencial de suas indicações e foi incorporado ao Sistema Único de Saúde em 2022, sendo necessário avaliar seu uso no Brasil. OBJETIVO: Conhecer os fatores associados a mortalidade e complicações não fatais intra-hospitalares, em ambos os gêneros, na população do Registro Brasileiro de Implante de Bioprótese Aórtica por Cateter e Novas Tecnologias (RIBAC-NT). MÉTODO: Análise do banco de dados RIBAC-NT de 2008 a 2022. Aplicados modelos logísticos e machine learning na avaliação estatística da associação das variáveis com os desfechos, empregando o software R e nível de significância de 5%. RESULTADOS: Analisados 2.588 pacientes (mulheres, 51,2%; óbito intra-hospitalar, 8,2%). Mortalidade associou-se a complicações do procedimento, dentre elas destacam-se complicações vasculares (CV) maiores e insuficiência renal aguda (IRA) (p< 0,001). A CV maior ocorreu em 6%, com 34% de mortalidade; IRA ocorreu em 8,8%, com 13% de mortalidade, que aumentou até 8 vezes quando IRA coexistiu com outras complicações. Complicações não fatais ocorreram em 50,5% do total de pacientes, acometendo 63% daqueles com bioprótese de 1a geração (1G) e 39% daqueles com bioprótese de 2a geração (2G) p<0,001. O acesso não femoral e o ritmo cardíaco influenciaram as complicações não fatais nas próteses 1G, enquanto complicações das próteses 2G associaram-se ao gênero feminino (39,6% vs. 30,4%, p= 0,003). CONCLUSÃO: A mortalidade intra-hospitalar na população do RIBAC-NT associou-se diretamente a complicações do procedimento, principalmente CV maior e IRA. A ocorrência de complicações não fatais diferiu conforme o gênero e o tipo da bioprótese.
Assuntos
Mortalidade Hospitalar , Sistema de Registros , Substituição da Valva Aórtica Transcateter , Humanos , Feminino , Masculino , Substituição da Valva Aórtica Transcateter/efeitos adversos , Substituição da Valva Aórtica Transcateter/mortalidade , Brasil/epidemiologia , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Fatores de Risco , Complicações Pós-Operatórias/mortalidade , Complicações Pós-Operatórias/epidemiologia , Resultado do Tratamento , Estenose da Valva Aórtica/cirurgia , Estenose da Valva Aórtica/mortalidade , Fatores de Tempo , Fatores SexuaisRESUMO
Psychosocial stress can affect cardiovascular health through multiple pathways. Certain stressors, such as socioeconomic disadvantage, childhood adversity, intimate partner violence, and caregiving stress, are especially common among women. The consequences of stress begin at a young age and persist throughout the life course. This is especially true for women, among whom the burden of negative psychosocial experiences tends to be larger in young age and midlife. Menarche, pregnancy, and menopause can further exacerbate stress in vulnerable women. Not only is psychosocial adversity prevalent in women, but it could have more pronounced consequences for cardiovascular risk among women than among men. These differential effects could reside in sex differences in responses to stress, combined with women's propensity toward vasomotor reactivity, microvascular dysfunction, and inflammation. The bulk of evidence suggests that targeting stress could be an important strategy for cardiovascular risk reduction in women.
Assuntos
Doenças Cardiovasculares , Estresse Psicológico , Humanos , Estresse Psicológico/psicologia , Estresse Psicológico/epidemiologia , Feminino , Doenças Cardiovasculares/psicologia , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Saúde da MulherRESUMO
BACKGROUND: Risk stratification is an important step in perioperative evaluation. However, the main risk scores do not incorporate biomarkers in their set of variables. OBJECTIVE: Evaluate the incremental power of troponin to the usual risk stratification. METHODS: A total of 2,230 patients admitted to the intensive care unit after non-cardiac surgery were classified according to three types of risk: cardiovascular risk (CVR), Revised Cardiac Risk Index (RCRI); and inherent risk of surgery (IRS). The main outcome was all-cause mortality. Cox regression was used as well as c-statistics before and after addition of high-sensitivity troponin (at least one measurement up to three days after surgery). Finally, net reclassification index and integrated discrimination improvement were used to assess the incremental power of troponin for risk stratification. Significance level was set at 0.05. RESULTS: Mean age of patients was 63.8 years and 55.6% were women. The prevalence of myocardial injury after non-cardiac surgery (MINS) was 9.4%. High CVR-patients had a higher occurrence of MINS (40.1 x 24.8%, p<0.001), as well as high IRS-patients (21.3 x 13.9%, p=0.004) and those with a RCRI≥3 (3.0 x 0.7%, p=0.009). Patients without MINS, regardless of the assessed risk, had similar mortality rate. The addition of troponin to the risk assessment improved the predictive ability of death at 30 days and at 1 year in all risk assessments. CONCLUSION: The prevalence of MINS is higher in the high-risk population. However, its prevalence in lower-risk population is not negligible and causes a higher risk of death. The addition of high-sensitivity troponin increased the predictive ability of risk assessment in all groups.
FUNDAMENTO: A estratificação ode risco é uma importante etapa na avaliação perioperatória. No entanto, os principais escores de risco não incorporam biomarcadores em seus conjuntos de variáveis. OBJETIVO: Avaliar o poder incremental da troponina à estratificação de risco tradicional. MÉTODOS: Um total de 2230 pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva após cirurgia não cardíaca foram classificados de acordo com três tipos de risco: Risco Cardiovascular (RCV), Índice de Risco Cardíaco Revisado (IRCR), e Risco Inerente da Cirurgia (RIC). O principal desfecho foi mortalidade por todas as causas. A regressão de Cox foi usada, assim como a estatística C antes e após a adição de troponina ultrassensível (pelo menos uma medida até três dias após a cirurgia). Finalmente, o índice de reclassificação líquida e a melhoria de discriminação integrada foram usadas para avaliar o poder incremental da troponina para a estratificação de risco. O nível de significância usado foi de 0,05. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi 63,8 anos e 55,6% eram do sexo feminino. A prevalência de lesão miocárdica após cirurgia não cardíaca (MINS) foi 9,4%. Pacientes com um RCV elevado apresentaram uma maior ocorrência de MINS (40,1% x 24,8%, p<0,001), bem como pacientes com alto RIC (21,3 x 13,9%, p=0,004) e aqueles com IRCR≥3 (3,0 x 0,7%, p=0,009). Pacientes sem MINS, independentemente do risco avaliado, apresentaram taxa de mortalidade similar. A adição de troponina à avaliação de risco melhorou a capacidade preditiva de mortalidade em 30 dias e de mortalidade em um ano em todas as avaliações de risco. CONCLUSÃO: A prevalência de MINS é mais alta na população de alto risco. No entanto, sua prevalência na população de risco mais baixo não é desprezível e causa um maior risco de morte. A adição da troponina ultrassensível melhorou a capacidade preditiva da avaliação de risco em todos os grupos.
Assuntos
Biomarcadores , Troponina , Humanos , Feminino , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Medição de Risco/métodos , Biomarcadores/sangue , Idoso , Troponina/sangue , Fatores de Risco , Período Perioperatório , Valor Preditivo dos Testes , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios/mortalidade , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios/efeitos adversos , Fatores de Tempo , Doenças Cardiovasculares/mortalidade , Doenças Cardiovasculares/sangue , Complicações Pós-Operatórias/mortalidade , Complicações Pós-Operatórias/sangueRESUMO
Resumo Fundamento A estratificação ode risco é uma importante etapa na avaliação perioperatória. No entanto, os principais escores de risco não incorporam biomarcadores em seus conjuntos de variáveis. Objetivo Avaliar o poder incremental da troponina à estratificação de risco tradicional. Métodos Um total de 2230 pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva após cirurgia não cardíaca foram classificados de acordo com três tipos de risco: Risco Cardiovascular (RCV), Índice de Risco Cardíaco Revisado (IRCR), e Risco Inerente da Cirurgia (RIC). O principal desfecho foi mortalidade por todas as causas. A regressão de Cox foi usada, assim como a estatística C antes e após a adição de troponina ultrassensível (pelo menos uma medida até três dias após a cirurgia). Finalmente, o índice de reclassificação líquida e a melhoria de discriminação integrada foram usadas para avaliar o poder incremental da troponina para a estratificação de risco. O nível de significância usado foi de 0,05. Resultados A idade média dos pacientes foi 63,8 anos e 55,6% eram do sexo feminino. A prevalência de lesão miocárdica após cirurgia não cardíaca (MINS) foi 9,4%. Pacientes com um RCV elevado apresentaram uma maior ocorrência de MINS (40,1% x 24,8%, p<0,001), bem como pacientes com alto RIC (21,3 x 13,9%, p=0,004) e aqueles com IRCR≥3 (3,0 x 0,7%, p=0,009). Pacientes sem MINS, independentemente do risco avaliado, apresentaram taxa de mortalidade similar. A adição de troponina à avaliação de risco melhorou a capacidade preditiva de mortalidade em 30 dias e de mortalidade em um ano em todas as avaliações de risco. Conclusão A prevalência de MINS é mais alta na população de alto risco. No entanto, sua prevalência na população de risco mais baixo não é desprezível e causa um maior risco de morte. A adição da troponina ultrassensível melhorou a capacidade preditiva da avaliação de risco em todos os grupos.
Abstract Background Risk stratification is an important step in perioperative evaluation. However, the main risk scores do not incorporate biomarkers in their set of variables. Objective Evaluate the incremental power of troponin to the usual risk stratification Methods A total of 2,230 patients admitted to the intensive care unit after non-cardiac surgery were classified according to three types of risk: cardiovascular risk (CVR), Revised Cardiac Risk Index (RCRI); and inherent risk of surgery (IRS). The main outcome was all-cause mortality. Cox regression was used as well as c-statistics before and after addition of high-sensitivity troponin (at least one measurement up to three days after surgery). Finally, net reclassification index and integrated discrimination improvement were used to assess the incremental power of troponin for risk stratification. Significance level was set at 0.05. Results Mean age of patients was 63.8 years and 55.6% were women. The prevalence of myocardial injury after non-cardiac surgery (MINS) was 9.4%. High CVR-patients had a higher occurrence of MINS (40.1 x 24.8%, p<0.001), as well as high IRS-patients (21.3 x 13.9%, p=0.004) and those with a RCRI≥3 (3.0 x 0.7%, p=0.009). Patients without MINS, regardless of the assessed risk, had similar mortality rate. The addition of troponin to the risk assessment improved the predictive ability of death at 30 days and at 1 year in all risk assessments. Conclusion The prevalence of MINS is higher in the high-risk population. However, its prevalence in lower-risk population is not negligible and causes a higher risk of death. The addition of high-sensitivity troponin increased the predictive ability of risk assessment in all groups.
Assuntos
Brasil , Doenças Cardiovasculares , Transtornos Cerebrovasculares , Estatística , Fibrilação Atrial , Flutter Atrial , Tabagismo , Exercício Físico , Doença das Coronárias , Diabetes Mellitus , Dislipidemias , Sobrepeso , Insuficiência Cardíaca , Doenças das Valvas Cardíacas , Hipertensão , Cardiomiopatias , ObesidadeRESUMO
Resumo Fundamento O implante valvar aórtico transcateter (TAVI) apresenta crescimento exponencial de suas indicações e foi incorporado ao Sistema Único de Saúde em 2022, sendo necessário avaliar seu uso no Brasil. Objetivo Conhecer os fatores associados a mortalidade e complicações não fatais intra-hospitalares, em ambos os gêneros, na população do Registro Brasileiro de Implante de Bioprótese Aórtica por Cateter e Novas Tecnologias (RIBAC-NT). Método Análise do banco de dados RIBAC-NT de 2008 a 2022. Aplicados modelos logísticos e machine learning na avaliação estatística da associação das variáveis com os desfechos, empregando o software R e nível de significância de 5%. Resultados Analisados 2.588 pacientes (mulheres, 51,2%; óbito intra-hospitalar, 8,2%). Mortalidade associou-se a complicações do procedimento, dentre elas destacam-se complicações vasculares (CV) maiores e insuficiência renal aguda (IRA) (p< 0,001). A CV maior ocorreu em 6%, com 34% de mortalidade; IRA ocorreu em 8,8%, com 13% de mortalidade, que aumentou até 8 vezes quando IRA coexistiu com outras complicações. Complicações não fatais ocorreram em 50,5% do total de pacientes, acometendo 63% daqueles com bioprótese de 1a geração (1G) e 39% daqueles com bioprótese de 2a geração (2G) p<0,001. O acesso não femoral e o ritmo cardíaco influenciaram as complicações não fatais nas próteses 1G, enquanto complicações das próteses 2G associaram-se ao gênero feminino (39,6% vs. 30,4%, p= 0,003). Conclusão A mortalidade intra-hospitalar na população do RIBAC-NT associou-se diretamente a complicações do procedimento, principalmente CV maior e IRA. A ocorrência de complicações não fatais diferiu conforme o gênero e o tipo da bioprótese.
Abstract Background Transcatheter aortic valve implantation (TAVI) has had an exponential increase of its indication, being incorporated into the Brazilian Unified Public Health System in 2022, thus requiring assessment of its use in Brazil. Objeticve To assess the factors associated with in-hospital mortality and non-fatal complications in both genders in the Brazilian Registry of Transcatheter Aortic Valve Implantation and New Technologies (RIBAC-NT) population. Method Analysis of the RIBAC-NT database from 2008 to 2022 was performed. Logistic models and machine learning were used for statistical assessment of the association between variables and outcomes. The software R was used and a 5% significance level, adopted. Results Analysis of 2588 patients (women, 51.2%; in-hospital death, 8.2%). Mortality was associated with procedural complications, of which major vascular complication (VC) and acute kidney injury (AKI) stood out (p<0.001). Major VC occurred in 6% of the patients, with 34% mortality; AKI occurred in 8.8%, with 13% mortality, which increased up to 8 times when AKI coexisted with other complications. Non-fatal complications occurred in 50.5% of all patients, affecting 63% of those with 1st generation (1G) bioprosthesis and 39% of those with 2nd generation (2G) bioprosthesis (p<0,001). Non-femoral access and heart rhythm influenced non-fatal complications in patients with 1G prostheses, while complications in patients with 2G prosthesis associated with the female gender (39.6% vs. 30.4%, p=0.003). Conclusion In-hospital mortality in the RIBAC-NT population was directly associated with procedural complications, mainly major VC and AKI. The occurrence of non-fatal complications differed according to gender and bioprosthesis type.
RESUMO
BACKGROUND: Previous studies have identified inequalities in the variation of mortality rates from ischemic heart disease (IHD) and cerebrovascular disease (CBVD) when comparing regions with different levels of socioeconomic development indicators. OBJECTIVE: To analyze the variation in IHD and CBVD mortality rates and economic development, evaluated by the sociodemographic index (SDI) and social vulnerability index (SVI) in Brazil over a period of 20 years. METHODS: Ecological study of time series of crude and standardized mortality rates (direct method, based on the Brazilian population in year 2000) from IHD and CBVD by sex and Federative Unit (FU) between 2000 and 2019, compared using the SDI and SVI. RESULTS: There was an improvement in SDI and SVI concomitantly to a reduction in age-standardized mortality rate from IHD and CBVD in the country; however, this occurred unevenly across the FUs. The FUs with the best socioeconomic indicators had the greatest reduction in mortality rates. DISCUSSION: The variations in mortality rates from IHD and CBVD, compared using variations in socioeconomic development, are aligned with those from previous studies, but the present study goes further by including the indicators SDI and SVI in the comparison. The limitations include the observational nature of the study, the use of databases, and the vulnerability to ecological bias. CONCLUSION: The observed data raise the hypothesis that the improvement in socioeconomic conditions is one of the factors responsible for the reduction in mortality rates from IHD and CBVD.
FUNDAMENTO: Estudos prévios identificaram desigualdade na variação das taxas de mortalidade por doença isquêmica do coração (DIC) e doença cerebrovascular (DCBV) quando comparadas regiões com diferentes níveis de indicadores de desenvolvimento socioeconômico. OBJETIVO: Analisar a variação das taxas de mortalidade por DIC e DCBV e do desenvolvimento econômico, avaliado pelos índices sociodemográfico (ISD) e de vulnerabilidade social (IVS) no Brasil, em um período de 20 anos. MÉTODOS: Estudo ecológico de séries temporais das taxas de mortalidade bruta e padronizada (método direto com a população brasileira de 2000) por DIC e DCBV por sexo e UF entre 2000 e 2019 comparadas com o ISD e com o IVS. RESULTADOS: Houve melhora do ISD e IVS concomitante a redução da taxa de mortalidade padronizada por faixa etária por DIC e por DCBV no país, entretanto isso ocorreu de modo desigual entre as unidades federativas (UFs). As UFs com melhores indicadores socioeconômicos obtiveram maior redução nas taxas de mortalidade. DISCUSSÃO: A variação das taxas de mortalidade por DIC e DCBV em comparação com a variação do desenvolvimento socioeconômico são compatíveis com estudos prévios, mas vamos além ao comparar de modo concomitante com o ISD e o IVS. As limitações são o fato de ser um estudo observacional, trabalhar com bancos de dados e estar sujeito ao viés ecológico. CONCLUSÃO: Os dados observados levantam a hipótese de que a melhora das condições socioeconômicas é um dos fatores responsáveis pela redução das taxas de mortalidade por DIC e DCBV.
Assuntos
Transtornos Cerebrovasculares , Isquemia Miocárdica , Humanos , Brasil/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Fatores de Tempo , MortalidadeRESUMO
BACKGROUND: At the beginning of the COVID-19 pandemic, patients with myocardial infarction (MI) took longer to present to hospitals because of fear of contamination and health care access difficulties. OBJECTIVES: To assess interventional cardiology procedures performed during the COVID-19 pandemic and its implications for MI approach. METHODS: Prospective registry of 24 cardiac catheterization laboratories in Brazil, with adult patients undergoing interventional cardiology procedures between May 26 and November 30, 2020. The outcomes were cardiovascular (CV) and non-CV complications, death, and MI. Concomitant COVID-19 was confirmed using RT-PCR. Machine learning techniques were used with nonparametric Classification Trees models, and Simple Correspondence Analysis, with R statistical software package. Significance level adopted of 5%. RESULTS: This study included 1282 patients, 435 of whom (33.9%) had MI as follows: ST-segment elevation MI (STEMI), 239 (54.9%); and non-ST-segment elevation MI (NSTEMI), 196 (45.1%). Of the 1282 patients, 29 had CV complications, 47 had non-CV complications, and 31 died. The diagnosis of COVID-19 was confirmed in 77 patients (6%), with 15.58% mortality and non-CV complications in 6.49%. Most patients had significant coronary artery disease (63%), and an intracoronary thrombus was more often found in the presence of STEMI (3.4%) and COVID-19 (4%). A door-to-table time longer than 12 hours in NSTEMI was associated with 30.8% of complications, 25% in COVID-19 patients. CONCLUSIONS: All deaths were preceded by CV or non-CV complications. The presence of COVID-19 was associated with death and non-fatal complications of patients undergoing interventional cardiology procedures during the pandemic.
FUNDAMENTO: No início da pandemia de COVID-19, os pacientes com infarto do miocárdio (IM) demoraram para procurar um hospital por medo de contágio ou dificuldades no acesso aos serviços de saúde. OBJETIVOS: Avaliar procedimentos de cardiologia intervencionista realizados durante a pandemia de COVID-19 e implicações na abordagem do IM. MÉTODOS: Registro prospectivo de 24 centros de hemodinâmica no Brasil, com pacientes adultos submetidos a procedimentos de cardiologia intervencionista entre 26 de maio e 30 de novembro de 2020. Os desfechos foram complicações cardiovasculares (CV) e não CV, morte e IM. A concomitância de COVID-19 foi confirmada com RT-PCR. Técnicas de machine learning foram usadas com modelos não paramétricos de árvores de classificação. Usou-se análise de correspondência simples com o software R. Adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: Este estudo incluiu 1.282 pacientes, 435 dos quais (33,9%) apresentaram IM: IM com supra de ST (IMCSST), 239 (54,9%); e IM sem supra de ST(IMSSST), 196 (45.1%). Dos 1.282 pacientes, 29 tiveram complicações CV, 47 tiveram complicações não CV e 31 morreram. O diagnóstico de COVID-19 foi confirmado em 77 pacientes (6%), com 15,58% de mortalidade e 6,49% de complicações não CV. A maioria dos pacientes apresentou significativa doença arterial coronariana (63%). Trombo intracoronariano foi mais frequente na presença de IMCSST (3,4%) e COVID-19 (4%). Tempo porta-mesa superior a 12 horas no IMSSST associou-se a 30,8% de complicações, 25% em pacientes com COVID-19. CONCLUSÕES: Todos os óbitos foram precedidos por complicações CV ou não CV. A presença de COVID-19 foi associada a óbito e complicações não fatais dos pacientes submetidos a procedimentos de cardiologia intervencionista durante a pandemia.
Assuntos
COVID-19 , Cardiologia , Infarto do Miocárdio , Infarto do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST , Infarto do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST , Adulto , Humanos , COVID-19/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Pandemias , Infarto do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST/epidemiologia , Infarto do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST/terapiaRESUMO
Abstract Introduction: Currently, two types of phenotypes have been recognized in individuals who are obese. Among the factors related to lifestyle, diet has a relevant influence, although there is no consensus regarding the role of diet in metabolic phenotypes; furthermore, diet is a strong moderator of chronic systemic inflammation. Objective: Investigate dietary inflammatory potential between metabolic phenotypes and to compare the differences between anti-inflammatory and pro-inflammatory diets in individuals with the same phenotype. Methods: This is a cross-sectional observational study that utilized the database of 533 individuals divided into 4 groups, according to metabolic phenotype and dietary inflammatory characteristic. Sociodemographic, clinical, anthropometric and biochemical characteristics were evaluated and the inflammatory index of the diet was calculated. Results: The mean Dietary Inflammatory index (DII) of the total sample was 0.974±1.02, with a maximum of 4.34 and a minimum of −1.74. In the metabolically unhealthy groups, we found a statistical difference in relation to systolic blood pressure when comparing the anti-inflammatory [median 120 (110.0-130.0)] and pro-inflammatory diets [median 130 (120.0-140.0); p = 0.022], and mean isoprostane concentrations were lower in the metabolically healthy group with anti-inflammatory diet. In regression analysis, the only variable that demonstrated a higher risk of alterations in all groups when compared to the metabolically healthy and anti-inflammatory group were isoprostane concentrations. Conclusion: We are able to conclude that an anti-inflammatory diet is associated with lower oxidative stress in metabolically healthy obese, and a pro-inflammatory diet is associated with higher systolic blood pressure values.
RESUMO
Abstract Metabolic syndrome (MetS) is increasing at epidemic proportions worldwide. MetS and its components are frequent among Brazilian women (41.8%). Women are affected by changes in adipose tissue distribution, lipid profile, insulin resistance (IR), and vascular remodeling during their lives. These changes result from the lack of estrogen after menopause. There have been various attempts to propose a uniform origin for the clustering of the MetS components, including genetics, IR, obesity, lifestyle, sleep disturbances, inflammation, fetal and neonatal programming, and disturbed circadian rhythm of the body functions. The proinflammatory and prothrombotic state in MetS is well-defined. Socioeconomic and lifestyle-related factors are also essential triggers of MetS, which is associated with a higher risk for coronary artery diseases (CAD) and stroke in women. Population measures in health and community medicine, such as continuing education on the importance of lifestyle change to reduce cardiovascular risks from early childhood, are fundamental strategies. Statins reduce high-sensitivity C-reactive protein blood levels and treat high cholesterol. According to the patient, hypoglycemic agents, such as dipeptidyl peptidase-4 (DPP-4) inhibitors, glucagon-like peptide-1(GLP-1a), and sodium-glucose transport protein 2 (SGLT2) inhibitors, in addition to metformin, have their indication due to their beneficial cardiometabolic and vascular effects. Angiotensin-converting enzyme inhibitor (ACEI) and angiotensin-receptor blocker (ARB) should be the first choice to treat hypertension in postmenopausal womem. The recognition of the different gender- and age-specific risk factors, allowing for specific and targeted interventions, is fundamental, especially for women.
RESUMO
BACKGROUND: Chronic noncommunicable diseases (CNCDs) caused more than 734,000 deaths (55% of all deaths) in Brazil in 2019, with an important socioeconomic impact. OBJECTIVES: To analyze the mortality rates from CNCDs in Brazil from 1980 to 2019 and their association with socioeconomic indicators. METHOD: This was a descriptive, time-series study of deaths from CNCDs in Brazil from 1980 to 2019. Data on the annual frequencies of deaths and on population were obtained from the Department of Informatics of the Brazilian Unified Health System. Crude and standardized mortality rates per 100,000 inhabitants were estimated using the direct method (Brazilian population in 2000). The quartiles of each CNCD were calculated, where a quartile change, due to an increase in mortality rate, was represented by a chromatic gradient. The Municipal Human Development Index (MHDI) of each Brazilian federative unit was extracted from the Atlas Brasil website and correlated with the rates of CNCD mortality. RESULTS: There was a reduction in mortality rates due to diseases of the circulatory system during the period, except in the Northeast Region. There was also an increase in mortality from neoplasia and diabetes, while the rates of chronic respiratory diseases showed little variation. There was an inverse correlation between the federative units with greater reduction in CNCD mortality rates and the MHDI. CONCLUSIONS: The observed decrease in mortality due to diseases of the circulatory system may reflect an improvement in socioeconomic indicators in Brazil during the period. The increase in mortality rates due to neoplasms is probably related to the aging of the population. The higher mortality rates of diabetes seem to be associated with an increase in the prevalence of obesity in Brazilian women.
FUNDAMENTO: No Brasil, em 2019, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) acarretaram mais de 734 mil óbitos, 55% de todas as mortes, com importante impacto socioeconômico. OBJETIVOS: Analisar as taxas de mortalidade das DCNT, no Brasil, de 1980 a 2019, e sua associação com indicadores socioeconômicos. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, de séries temporais dos óbitos por DCNT, no Brasil, de 1980 a 2019. Os dados relativos às frequências anuais de mortes e da população foram obtidos do DATASUS. Foram estimadas as taxas de mortalidade brutas e padronizadas por 100.000 habitantes, pelo método direto (população do Brasil de 2000). Foram calculados os quartis de cada DCNT, onde a mudança de quartil, por aumento das taxas de mortalidade, foi representada por gradiente cromático. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de cada unidade da federação (UF) foi extraído do site Atlas Brasil e correlacionado com as taxas de mortalidade por DCNT. RESULTADOS: Ocorreu redução nas taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório no período, exceto na região Nordeste. Houve também aumento da mortalidade por neoplasia e diabetes, enquanto as taxas das doenças respiratórias apresentaram poucas variações. Houve correlação inversa entre as UF com maior redução nas taxas de mortalidade por DCNT e o IDHM. CONCLUSÕES: A redução observada na mortalidade por doenças do aparelho circulatório pode refletir melhoria dos indicadores socioeconômicos, no Brasil, nesse período. O aumento da taxa de mortalidade por neoplasias provavelmente se relaciona com o envelhecimento da população. As maiores taxas de mortalidade por diabetes parecem ser associadas com o aumento da prevalência da obesidade nas mulheres brasileiras.