RESUMO
Este estudo longitudinal teve por objetivo conhecer as representações de família por parte de estudantes de um curso de Psicologia a partir de dois momentos da formação: no início do curso, na transição para a universidade, e ao final do primeiro semestre letivo. Participa-ram 16 estudantes de Psicologia de uma universidade pública com idades entre 17 e 21 anos, entrevistados individualmente nesses dois momentos e submetidos a uma intervenção grupal que contou com a discussão de filmes que retratavam o tema família. Nas primeiras entrevistas a família emergiu como espaço afetivo relacional que transcende laços consanguíneos, em uma concepção ampliada. Nas entrevistas finais, emergiu a dificuldade para definição de uma representação única que englobe todas as possibilidades de ser família. O exercício de reflexão promovido pelas atividades permi-tiu que os estudantes transitassem de uma representação mais cristalizada do que é família para uma leitura mais flexível sobre o que pode ser essa instituição e suas configurações. Em um contexto sociocultural permeado por discursos sociopolíticos em defesa de uma única representação familiar, atividades como a apresentada neste estudo podem fornecer condições para formação de psicólogos críticos e comprometidos com as diferentes possibilidades de ser família na atualidade.
Este estudio longitudinal tuvo como objetivo conocer las representaciones de la familia por parte de los estudiantes de un curso de psicología, a partir de dos momentos en la formación: inicio del curso en la transición a la universidad, y al final del primer semestre académico. Participaron 16 estudiantes de psicología entre 17 y 21 años de una universidad pública, entrevistados individualmente en estos dos momentos y sometidos a una intervención grupal que incluyó la discusión de películas que retrataban el tema de la familia. En las primeras entrevistas, la familia surgió como un espacio afectivo-relacional que trasciende los lazos consanguíneos, en una concepción expandida. En las entrevistas finales, se evidenció la dificultad de definir una sola representación que abarque todas las posibilidades de ser familia. El ejercicio de reflexión promovido por las actividades permitió a los estudiantes pasar de una representación más cristalizada de lo que es una familia a una lectura más flexible de lo que puede ser esta institución y sus configuraciones. En un contexto sociocultural permeado por discursos sociopolíticos en defensa de una representación familiar única, actividades como la presentada pueden brindar condiciones para la formación de psicólogos críticos comprometidos con las diferentes posibilidades de ser familia actualmente.
This longitudinal study aimed to know the representations of family by students of a psychology class at two moments of their educational training: the beginning of the course, during the transition to university, and the end of the first academic semester. Sixteen psycho-logy students from a public university aged between 17 and 21 participated, were individually interviewed during those two moments and submitted to a group intervention that included the discussion of films that portrayed the theme of family. In the first interviews, the family emerged as an affective-relational space that transcends consanguineous ties in an expanded conception. In the final interviews, the difficulty emerged in defining a single representation that encompasses all the possibilities of being a family. The reflection exercise promoted by the activities allowed the stu-dents to move from a more crystallized representation of what a family is to a more flexible reading of what this institution and its configurations can be. In a so-ciocultural context permeated by discourses defending a single family representation, activities such as the one presented in this study can provide conditions to train critical psychologists committed to the different possibilities of being a family today.