Colonização de mãos de profissionais de enfermagem por fungos e bactérias / Hand colonization of nursing profissional hands by fungi and bacteria

RESUMO

A lavagem das mãos deve ser um hábito entre os profissionais da área hospitalar e a adesão a esta prática é um desafio para a equipe de controle de infecção. Esta pesquisa teve como objetivos: investigar a colonização de mãos dos profissionais de enfermagem por fungos e bactérias em unidades de internação e do bloco cirúrgico; quantificar as bactérias existentes nas mãos dos profissionais de enfermagem, antes da utilização do álcool gel e após seu uso, analisando sua eficácia como redutor de espécies bacterianas; avaliar a resistência e sensibilidade de bactérias e fungos encontrados nas mãos investigadas. Trata-se de um estudo experimental realizado nos Laboratórios de Micologia e Microbiologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba. Foram pesquisadas as mãos direita e esquerda de forma emparelhada de 116 profissionais, sendo 37 enfermeiros, 79 técnicos e auxiliares de enfermagem do Hospital Universitário Lauro Wanderley, no período de outubro 2000 a maio de 2001. Os resultados evidenciaram prevalência de colonização por bactérias Gram-positivas em 86,1 por cento das mãos e Gram negativas em 13,9 por cento, considerando 74,5 por cento de Staphylococcus Coagulase Negativo e 8,6 por cento de Enterococcus spp. A análise estatística revelou que a Clínica Obstétrica e o CTI possuem os mesmos riscos para os funcionários, observando-se que o valor médio de colônias bacterianas encontradas por enfermeiros foi de 2,59 e para os técnicos e auxiliares de enfermagem 2,60. Registrou-se a eficácia do álcool gel em 53,3 por cento dos achados comprovando sua eficiência para uso no hospital. O padrão de sensibilidade das bactérias foi superior a 70,0 por cento confirmando o excelente desempenho dos antimicrobianos testados. Entre as leveduras, houve predomínio de Candida parapsilosis em 40/116 (34,5 por cento) para espaços interdigitais e 10/116 (8,6 por cento) em escamas ungueais das mãos direita e esquerda. A média de leveduras por pessoa variou de 0,14 a 0,58 dos achados e os locais de maior risco foram a clínica obstétrica com 0,53 e o CTI com 0,58. A média de sensibilidade das leveduras aos antifúngicos foi de 74,5 por cento confirmando a eficiência das drogas testadas. A partir da compreensão do fenômeno investigado, é possível recomendar à equipe de enfermagem a utilização do álcool gel, como agente eficaz para lavagem higiênica das mãos, retratando uma visão inovadora na conduta assistencial em vez de água e sabão, como se faz...