Estudo clinico e laboratorial da neurocisticercose em Brasilia
Revista Brasileira de Neurologia
; 2(26): 35-40, mar./abr. 1990.
Article
| INDEXPSI
| ID: psi-10200
Biblioteca responsável:
PUCCAMP
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo analisar clinica e laboratorialmente pacientes com sintomatologia neurologica residentes em Brasilia, identificando aqueles cujos sintomas eram decorrentes da neurocisticercose. Foram examinados 520 doentes, sendo 428 com epilepsia; 29 com hipertensao intracraniana; e 63 com cefaleia persistente de causa nao identificada e/ou com calcificacao no estudo radiologico de cranio. Classificou-se a neurocisticercose nas seguintes formas epileptica; hipertensiva, subdividida nas formas hidrocefalica, pseudotumoral e tumoral; com cefaleia; apopletica; psiquica e raquidiana. Foram identificados 67 pacientes (12,9 por cento) com neurocisticercose, sendo 35 (6,7 por cento) com o diagnostico confirmado por apresentarem um ou ambos testes imunologicos reagente no liquor ou cistos intracranianos (Grupo A) e 32 (6,1 por cento) por mostrarem calcificacoes intracranianas e ambos testes imunologicos nao-reagentes no liquor (Grupo B). Entre os enfermos com cistos, 18,2 por cento tiveram os testes imunologicos nao-reagentes no liquor. As formas clinicas mais frequentemente encontradas foram a epileptica, quer seja isolada ou associada, surgiu em 62,7 por cento dos pacientes e a hipertensiva, que foi encontrada em 34,3 por cento. Foi observada maior frequencia da forma hipertensiva no Grupo A e da forma epileptica no Grupo B. Encontraram-se ainda 13,4 por cento com a forma apopletica (associada ou isolada), 6,0 por cento com cefaleia, 4,5 por cento com a forma psiquica e 1,5 por cento com a forma raquidiana. Nos pacientes epilepticos, ambos os testes imunologicos foram reagentes no soro em 4,2 por cento e mostraram resultados discordantes em 4,0 por cento. Entre os 53 doentes que realizaram os testes imunologicos no liquor, 15,1 por cento foram reagentes e 1,9 por cento mostrou resultados discordantes entre os dois testes. Surgiu correlacao entre a presenca de anticorpos anti-Cysticercus no liquor e a faixa etaria de inicio dos sintomas. A epilepsia parcial ocorreu em maior frequencia nos pacientes com o liquor reagente. Ambos os testes imunologicos foram reagentes no liquor em 41,2 por cento dos doentes com a forma hidrocefalica, 12,5 por cento daqueles com a forma pseudotumoral e 50,0 por cento dos com a forma tumoral da cisticercose. Estes testes tiveram resultados discordantes no liquor em 27,6 por cento dos pacientes com hipertensao intracraniana, sendo que 20,7 por cento deles apresentavam a forma pseudotumoral. Uma ou ambas reacoes imunologicas foram reagentes no liquor em 52,9 por cento dos enfermos com hidrocefalia e 87,5 por cento daqueles com a forma pseudotumoral. A sorologia reagente predominou no sexo masculino nas formas hidrocefalica e tumoral e no feminino na forma pseudotumoral. Este estudo permitiu-nos concluir que a neurocisticercose tem grande prevalencia em Brasilia, apresentando-se em diferentes formas clinicas e mostrando sintomatologia polimorfa.
Buscar no Google
Coleções:
06-national
/
BR
Contexto em Saúde:
3_ND
Base de dados:
INDEXPSI
Assunto principal:
Testes Imunológicos
/
Idoso
/
Cisticercose
/
Tomografia Computadorizada por Raios X
/
Criança
/
Pré-Escolar
/
Adolescente
/
Adulto
/
Neurocisticercose
/
Lactente
Tipo de estudo:
Diagnostic_studies
/
Prognostic_studies
/
Risk_factors_studies
País/Região como assunto:
America do sul
/
Brasil
Revista:
Revista Brasileira de Neurologia
Ano de publicação:
1990
Tipo de documento:
Article