ABSTRACT
Três coortes foram avaliadas: pacientes que receberam hidroxicloroquina (HC) (n = 97), pacientes que receberam hidroxicloroquina e azitromicina (HC+AZ) (n = 113) e pacientes não expostos a hidroxicloroquina (sem HC) (n = 158). Nos três grupos, houveram mortes de pacientes: HC 27 mortes (27,8 %), HC+AZ 25 mortes (22,1 %) e sem HC 18 mortes (11,4 %). A análise da associação das terapias (HC+AZ) com o risco de morte geral demonstrou que o grupo HC teria maior risco de morte por qualquer causa quando comparado ao grupo sem HC (p = 0,03). Não houve diferença em mortalidade na comparação do grupo HC+AZ com o grupo sem HC (p = 0,72). O uso de HC com ou sem a AZ não reduziu a mortalidade dos pacientes. Pelo contrário, o uso de apenas HC foi associado a um risco maior de morte quando comparado ao atendimento padrão, ou seja, sem HC. A necessidade da ventilação mecânica nos três grupos também foi estimada, mas não apresentou diferença significativa (p = 0,547).1
Subject(s)
Humans , Pneumonia, Viral/drug therapy , Chloroquine/administration & dosage , Chloroquine/therapeutic use , Coronavirus Infections/drug therapy , Azithromycin/administration & dosage , Azithromycin/therapeutic use , Betacoronavirus/drug effects , Disease Progression , Therapies, Investigational/instrumentationABSTRACT
Autores descrevem evidências do efeito benéfico da coadministração de hidroxicloroquina com azitromicina no tratamento de COVID-19 e sua potencial eficácia na redução precoce da contagiosidade. Trata-se de uma coorte com 80 pacientes infectados (sintomas moderados), internados e tratados com hidroxicloroquina (200 mg 3x/dia total de 600 mg durante 10 dias) + azitromicina (500 mg no 1º dia, seguido de 250 mg/dia por mais 4 dias). Um total de 80 pacientes recebeu tratamento diariamente durante dez dias. Os três desfechos principais do estudo foram: evolução clínica, contagiosidade (avaliada por PCR e cultura) e tempo de permanência na Unidade de Doenças Infecciosas (UDI). Resultados: Evolução clínica: A maioria (65/80, 81,3%) dos pacientes apresentou resultado favorável e recebeu alta. Apenas 15% necessitaram de oxigenoterapia durante a permanência na UDI. Um paciente de 86 anos morreu e outro de 74 anos se encontrava em terapia intensiva no momento da redação do artigo. Contagiosidade: Observou-se uma queda rápida da carga viral nasofaríngea, com 83% de negativos no 7º dia e 93% no 8º dia. As culturas de vírus das amostras respiratórias dos pacientes foram negativas em 97,5% dos pacientes no 5º dia. Tempo de permanência na UDI: dos 65 pacientes que receberam alta da UDI, o tempo médio de permanência foi de cinco dias.1
Subject(s)
Humans , Pneumonia, Viral/drug therapy , Communicable Diseases/drug therapy , Coronavirus Infections/drug therapy , Azithromycin/administration & dosage , Azithromycin/therapeutic use , Betacoronavirus/drug effects , Hydroxychloroquine/administration & dosage , Hydroxychloroquine/therapeutic use , Disease Progression , Therapies, Investigational/instrumentationABSTRACT
Na comparação 1: hidroxicloroquina (HCQ) versus grupo controle/terapia padrão: quanto a cura clínica, normalização da temperatura corporal e número de dias de tosse, o grupo da HCQ sugere benefício quando comparado ao grupo controle. Em termos de cura virológica e morte/progressão da doença após o início do tratamento com HCQ, não houve diferença significativa em relação ao grupo controle. Ainda nessa mesma comparação entre os grupos, quando realizado tratamento com HCQ, observou-se menos casos com progressão radiológica quando comparado ao grupo controle. Quando se avaliou a segurança, não houve diferença significativa entre os grupos. Na metanálise, foi verificado um benefício no grupo controle/tratamento padrão quanto à progressão radiológica. Na comparação 2: HCQ associado à azitromicina (AZT) ou outras drogas versus controle/terapia padrão: em um dos estudos, 100% dos pacientes estava com cura virológica ao usar HCQ/AZT no dia 6, comparado a 57,1% em monoterapia com HCQ. Em um dos estudos, o teste de PCR positivou novamente em um paciente que ficou negativo para a PCR por tratamento com HCQ + Azitromicina. Em um dos estudos, 11% da população em terapia combinada teve prolongamento significativo do QTc (> 500 ms) e o desenvolvimento de insuficiência renal aguda foi um importante preditor de prolongamento extremo do QTc. Ainda não se pode admitir o benefício da associação do tratamento da HCQ com a AZT, pois são necessários mais estudos clínicos para uma conclusão definitiva sobre essa associação.1
Subject(s)
Humans , Pneumonia, Viral/drug therapy , Body Temperature/drug effects , Chloroquine/administration & dosage , Chloroquine/therapeutic use , Coronavirus Infections/drug therapy , Azithromycin/administration & dosage , Azithromycin/therapeutic use , Technology Assessment, Biomedical , Disease Progression , Therapies, Investigational/instrumentation , Betacoronavirus/drug effectsABSTRACT
INTRODUÇÃO: O cenário epidemiológico da coqueluche, no Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos casos conforme houve ampliação das coberturas vacinais de Tetravalente e DPT. No entanto, a partir de meados de 2011, observou-se um aumento súbito do número de casos da doença no país, cuja incidência quadruplicou em relação ao ano anterior (2010). O nível epidêmico vem se mantendo com incidência de 2,8/ 100.000 habitantes, em 2013. Diante desse cenário, houve a necessidade de revisar as recomendações disponíveis no Guia de Vigilância Epidemiológica (7ª edição/2009), do Ministério da Saúde quanto às definições de caso suspeito, confirmado, situações endêmicas, surtos, tratamento e quimioprofilaxia. Em virtude disso, o Ministério da Saúde recomenda a adoção das novas estratégias para vigilância epidemiológica da coqueluche no país. Neste contexto foi pautada para a apreciação dos membros da CONITEC a ampliação de uso da azitromicina para coqueluche, sendo apresentada uma breve descrição sobre a epidemiologia e fisiopatologia da coqueluche. TRATAMENTO: A doença é tratada com macrolídeos mais eficazes, como a azitromicina e a claritromicina, que possuem eficácia semelhante no tratamento ou quimioprofilaxia, com a vantagem posológica, uma vez que a azitromicina é administrada uma vez ao dia por 5 dias e a claritromicina, administrada de 12 em 12 horas por 7 dias. A proteção da população contra a doença é feita por meio de vacinação de rotina, que apresenta eficácia de 75 a 80% após 3 doses, e tem duração de 5 a 10 anos; nos casos de surtos é feito o bloqueio vacinal seletivo, para crianças de 2 meses a 6 anos completos; isolamento, pelo menos até 5 dias após início do tratamento, e quimioprofilaxia para os comunicantes íntimos. A azitromicina está prevista no SUS nas apresentações suspensão oral 600mg 40 mg/ml e comprimidos de 500mg. Na proposta em questão, pretende-se a inclusão de azitromicina na apresentação comprimidos de 250mg. RECOMENDAÇÃO DA CONITEC: Os membros da CONITEC presentes na 22ª reunião do plenário realizada nos dias 05/02/2014 e 06/02/2014 recomendaram a ampliação de uso da azitromicina 250 mg para tratamento ou quimioprofilaxia da coqueluche. DECISÃO: PORTARIA Nº 9, de 16 de março de 2015 - Torna pública a decisão de incorporar a azitromicina 250 mg para tratamento ou quimioprofilaxia da coqueluche no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.