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Brasília; CONITEC; maio 2022.
No convencional en Portugués | BRISA/RedETSA | ID: biblio-1443201

RESUMEN

A DOENÇA: O transtorno depressivo maior (TDM) é considerado um grave problema de saúde pública que afeta mais de 264 milhões de pessoas em todo o mundo (1). No Brasil, a prevalência nacional da depressão estimada pelo Global Burden of Disease 2017 foi de 3,3% e esta condição está entre as quatro principais causas de invalidez, afetando a produtividade e qualidade de vida dos pacientes. Nas populações vulneráveis como os idosos, esse número é significativamente maior, uma revisão sistemática publicada em 2019 estimou uma prevalência de 21,9% em idosos brasileiros residentes na comunidade. Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2030, a depressão ocuparia o primeiro lugar entre as principais doenças incapacitantes. TRATAMENTO RECOMENDADO: Atualmente não existem Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde, bem como avaliações da Conitec sobre esse tema. O tratamento da TDM depende da gravidade da doença, nos indivíduos com depressão grave, em que há risco de suicídio, o encaminhamento para o especialista deve ser imediato e a hospitalização pode ser um recurso necessário. Nos casos moderados, em geral, se sugere a combinação de psicoterapia e medicamentos antidepressivos, sendo que diversas classes são consideradas opções terapêuticas, como Inibidores seletivos da recaptação da serotonina; Inibidores seletivos da recaptação da noradrenalina; Antidepressivos atípicos; Moduladores da serotonina; Antidepressivos tricíclicos; Inibidores da monoaminoxidase. ESTRATÉGIA DE BUSCA: Uma busca no repositório de protocolos de estudos clínicos ClinicalTrials.gov foi realizada com o objetivo de localizar os medicamentos em fase de pesquisa clínica e/ou recentemente aprovados para TDM. Foram excluídos medicamentos com registro na Anvisa superior a dois anos para a indicação de depressão maior, assim como procedimentos, produtos da medicina tradicional chinesa, vitaminas e testes diagnósticos. MEDICAMENTOS APROVADOS RECENTEMENTE: ESCETAMINA SPRAY NASAL: A escetamina, o enantiômero "S" da cetamina racêmica, é um antagonista não seletivo, não competitivo do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), que atua como um modulador do receptor de glutamato, o que parece aumentar a sinalização entre as células, restaurando a função normal nas regiões cerebrais. Embora a ligação da escetamina ao receptor NMDA aumente o glutamato do sistema nervoso central (SNC), o mecanismo de ação exato como antidepressivo permanece incerto. Esse medicamento possui registro nas agências norte-americana e europeia (FDA e EMA) e, em dezembro de 2020, foi aprovado pela Anvisa para tratamento do TDM em pacientes com ideação suicida e de depressão resistente ao tratamento. Depressão resistente ao tratamento: MEDICAMENTOS EM FASE DE PESQUISA CLÍNICA: RAPASTINEL: O rapastinel (GLYX-13) é um anticorpo monoclonal com apresentação para administração endovenosa, que atua como agonista parcial funcional do receptor de N-metil-D-aspartato (NMDA) com ação no sistema glutamatérgico. INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Atualmente existem diferentes tecnologias sendo estudadas para o tratamento de TDM, sendo que neste informe, foram descritas as tecnologias que estão em um horizonte mais próximo para aprovação por agências regulatórias ou foram aprovadas pela Anvisa recentemente. A escetamina spray nasal e brexpiprazol foram aprovados pela Anvisa em 2020, com o objetivo de avaliar a incorporação dessas tecnologias no mundo, uma busca foi realizada em novembro de 2021 nos websites das agências de ATS do Reino Unido, Canadá e Austrália. CONSIDERAÇÕES FINAIS O TDM: é um grave problema de saúde pública por afetar milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de haver muitos estudos em andamento para o tratamento dessa condição clínica, em geral os resultados dos estudos demonstraram que não há diferença significativa na eficácia dos medicamentos quando comparados ao placebo. O rapastinel, que recebeu designação Breakthough Therapy pela FDA em 2016, caracterizando-o como medicamento inovador para uma necessidade médica não atendida e que teria prioridade para avaliação na FDA, apresentou resultados promissores para estudo de fase 2, entretanto eles não foram confirmados nos ECR fase 3, duplo-cego, controlados por placebo, tanto em monoterapia como tratamento adjuvante para TDM. O medicamento REL-1017 (ou d-metadona), também é um inibidor do receptor NMDA e recebeu designação FastTrack pela FDA em 2017 para o tratamento adjuvante de TDM. Apesar dos dados do estudo de fase 2 mostrarem resultados promissores, o estudo de fase 3 ainda está em andamento. Também, esperam-se os dados das diversas pesquisas fase 3, realizadas em diferentes cenários (adjuvante ou monoterapia, por exemplo), e que avaliaram o medicamento SAGE-217, um modulador do receptor GABA que mostrou resultados positivos no estudo fase 2. O brexpiprazol foi aprovado pela Anvisa em 2020, indicado para o tratamento de depressão maior em adultos em associação a um antidepressivo, em caso de inefetividade da monoterapia com antidepressivo anterior. Os ensaios clínicos randomizados fase 3 avaliaram que o uso do medicamento reduziu o escore basal de MADRS na semana 6. O brexipiprazol para tratamento de depressão não foi avaliado por nenhuma agência de ATS até o momento. A escetamina spray nasal teve registro sanitário aprovado pela Anvisa em novembro de 2020 para pacientes com ideação suicida e de depressão resistente ao tratamento - a partir da avaliação da redução do escore basal de MADRS em 24h e após 28 dias. Mas esse medicamento não foi recomendado para incorporação pelas agências de ATS do Reino Unido e Canadá. Os medicamentos em desenvolvimento para depressão incluem populações específicas e frequentemente são usados em associação a outros antidepressivos. O tratamento da depressão grave e não responsiva a tratamentos prévios ainda é uma necessidade médica não atendida, assim como tratamentos específicos para populações vulneráveis como idosos. Também é importante destacar que todos os resultados descritos neste documento são dados precoces e devem ser avaliados com cautela. Dessa maneira, considerando os estudos de fase 3 citados neste documento, conclui-se que ainda são poucas as opções promissoras em estudo para um horizonte de curto a médio prazo.


Asunto(s)
Humanos , Inhibidores Selectivos de la Recaptación de Serotonina/uso terapéutico , Receptores de N-Metil-D-Aspartato/antagonistas & inhibidores , Receptores de GABA/uso terapéutico , Trastorno Depresivo Mayor/tratamiento farmacológico , Inhibidores de Captación de Serotonina y Norepinefrina/uso terapéutico , Inhibidores de la Monoaminooxidasa/uso terapéutico , Antidepresivos Tricíclicos/uso terapéutico , Brasil , Eficacia , Análisis Costo-Beneficio , Proyectos de Desarrollo Tecnológico e Innovación
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