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Monitoramento do horizonte tecnológico: Medicamentos em fase de pesquisa e desenvolvimento para o tratamento da ARTRITE Idiopática Juvenil (AIJ) / Monitoring the technological horizon: Drugs in the research and development phase for the treatment of Juvenile Idiopathic ARTHRITIS (JIA)
Brasília; CONITEC; dez. 2019.
Non-conventional in Pt | BRISA | ID: biblio-1444300
Responsible library: BR1.1
RESUMO
A Doença A artrite idiopática juvenil é a doença reumática crônica mais comum na infância. Caracteriza-se por um conjunto heterogêneo de condições clínicas que ocorre antes dos 16 anos de idade e tem duração de pelo menos seis semanas. A AIJ tem frequência variável de acordo com a região geográfica ou etnia. A incidência geral estimada é de 1-22 novos casos a cada 100 mil indivíduos e a prevalência é de 7-150 casos a cada 100 mil indivíduos. Os dados epidemiológicos sobre frequência da doença no Brasil são escassos. De acordo com um estudo realizado no município de São Paulo, realizado com 6 a 12 anos de idade, a prevalência de AIJ foi de 0,34 a cada 1.000 crianças. A AIJ se subdivide em sete categorias de acordo com os critérios de classificação da International League of Associations for Rheumatology (ILAR) AIJ sistêmica, oligoartrite, poliartrite com fator reumatoide positivo ou negativo, artrite psoriásica, artrite associada à entesite e artrite indiferenciada, que apresentam manifestações clínicas distintas. TRATAMENTO Atualmente, o tratamento não medicamentoso baseia-se na educação do paciente e de sua família, associado a apoio psicológico, fisioterapia e terapia ocupacional. O tratamento medicamentoso envolve a prescrição de glicocorticoides, anti-inflamatórios não esteroidais (AINES), medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD) sintéticos e biológicos e imunossupressores. A versão mais recente do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticasa para a classificação, diagnóstico e tratamento da AIJ no SUS foi publicada pela Portaria Conjunta SAES/SCTIE n 5 de 16/03/2020. (informação atualizada neste documento em 28/07/2020. ESTRATÉGIA DE BUSCA Para localizar os medicamentos em fase de pesquisa clínica para a AIJ, foram consultados o sítio eletrônico do ClinicalTrials.gov e a base de dados Cortellis™, da Clarivate Analytics, utilizando-se os termos "Juvenile Idiopathic Arthritis". Consideraram-se tecnologias a partir de fase III de pesquisa clínica, testadas em pacientes com AIJ e sem registro no Brasil (tecnologias novas). Em seguida, utilizando-se os códigos de registro dos estudos clínicos no ClinicalTrials.gov, dos medicamentos identificados na primeira etapa da pesquisa, foram consultadas as bases de dados MEDLINE via PubMed, Lilacs via Bireme e Embase a fim de localizar os resultados publicados dos estudos clínicos. Além disso, também foi realizada uma busca complementar por resultados desses estudos publicados em anais de congressos científicos. Para todas as bases, foram utilizados apenas termos referentes à tecnologia, tais como "anakinra", "Kineret", "baricitinib", "Olumia", "certolizumab pegol", "Cimzia", "golimumab", "Simponi", "tofacitinib", "Xeljanz" e "Juvenile Idiopathic Arthritis", sem a utilização de desfechos ou população, no intuito de aumentar a sensibilidade da busca inicial. Por fim, com o objetivo de complementar as informações, foram consultados os sítios eletrônicos das seguintes instituições Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), European Medicines Agency (EMA) e Food and Drug Administration (FDA). MEDICAMENTOS EM FASE DE PESQUISA CLÍNICA Certolizumabe Pegol (Cimzia®). Golimumabe (Simponi®). Inibidor da Janus Quinase (JAK) Baricitinibe (Olumiant®). Tofacitinibe (Xeljanz®). Antagonista do receptor de Interleucina-1 Anakinra (Kineret®).

CONCLUSÕES:

Dentre as cinco tecnologias abordadas neste estudo de MHT, nenhuma está registrada no Brasil para AIJ e apenas três apresentam dados preliminares quanto à sua eficácia e segurança (anakinra, golimumabe e certolizumabe pegol). Os estudos que avaliaram o tofacitinibe e baricitinibe ainda estão em andamento e não foram encontrados resultados publicados. O anakinra, comparado ao placebo, esteve associado a maior frequência de resposta ACR 30, com redução do número de articulações acometidas no primeiro mês de tratamento, embora tenha sido associado à ocorrência de episódios infecciosos graves. O estudo apresentou amostra pequena (24 participantes) e o tempo da fase duplo-cega foi de apenas um mês, insuficiente para determinar características de pacientes que poderiam predizer a reposta ao tratamento. Além disso, 41,7% dos pacientes descontinuaram o tratamento ou apresentaram eventos adversos graves durante a segunda fase do estudo. As razões para descontinuidade do anakinra foram a ocorrência de eventos adversos (33,3%), percepção de falta de eficácia (33,3%) e por exacerbação da doença (33,3%). O certolizumabe pegol resultou em resposta ACR30 na maioria dos participantes em 16 semanas de uso e na inativação da doença em 2,6% a 9,4% dos pacientes após 24 semanas. Deve-se ressaltar que foi necessário reajuste de dose ao longo do estudo devido a concentrações plasmáticas superiores às planejadas com a dose inicial proposta. O uso de certolizumabe pegol pode estar associado a maior risco de linfoma ou outras neoplasias malignas em crianças e adolescentes e de infecções oportunistas. O golimumabe esteve associado a maior proporção de pacientes com resposta ACR30 e inativação da doença em 6 semanas quando comparado ao placebo. Entretanto, não houve diferença entre os grupos quanto à remissão clínica, além de estar relacionado a maior risco para infecções graves. De modo geral, anakinra, certolizumabe pegol e golimumabe foram mais eficazes quando comparadas ao placebo, entretanto, estiveram associados a maior risco de infecções graves e oportunistas. Deve-se ressaltar que os estudos para estes medicamentos ainda são incipientes e, para todas as tecnologias consideradas neste MHT, existem estudos em andamento para avaliar sua segurança e eficácia.
Subject(s)
Main subject: Arthritis, Juvenile / Interleukin 1 Receptor Antagonist Protein / Antibodies, Monoclonal, Humanized / Certolizumab Pegol / Janus Kinase Inhibitors Language: Pt Institution: Brasil. Ministério da Saúde Year: 2019
Main subject: Arthritis, Juvenile / Interleukin 1 Receptor Antagonist Protein / Antibodies, Monoclonal, Humanized / Certolizumab Pegol / Janus Kinase Inhibitors Language: Pt Institution: Brasil. Ministério da Saúde Year: 2019