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Alfarurioctocogue pegol para tratamento de pacientes com hemofilia A / Alfarurioctocogue pegol for treatment of patients with hemophilia A
Brasília; CONITEC; set. 2021.
No convencional en Portugués | BRISA/RedETSA | ID: biblio-1370314
Biblioteca responsable: BR1.1
RESUMO

CONTEXTO:

A hemofilia A é uma doença hemorrágica causada por mutações nos genes do fator VIII (FVIII), que participa da via intrínseca da coagulação sanguínea. De acordo com a os dados preliminares do Perfil das Coagulopatias Hereditárias de 2019, fornecidos por ofício do Ministério da Saúde e disponível no site da Federação Brasileira de Hemofilia, a estimativa de prevalência de hemofilia A nesse ano foi de 1 por 10.000 indivíduos do sexo masculino, com registro de 10.821 indivíduos com hemofilia A no país, sendo cerca de 98% do sexo masculino. O tratamento da hemofilia A no Brasil é baseado na reposição do FVIII deficiente por infusão intravenosa de concentrados de fator de coagulação (CFCs) derivados do plasma ou recombinantes. Esses medicamentos são utilizados sob a forma de tratamento sob demanda (nos episódios de sangramento) ou de maneira profilática e são a terapia de escolha para a Hemofilia A grave e moderada. Na hemofilia A leve, são utilizados o acetato de desmopressina e agentes antifibrinolíticos, como o ácido tranexâmico e o ácido epsilon aminocaproico, para o tratamento dos episódios hemorrágicos. Tecnologia alfarurioctocogue pegol (Adynovate®). PERGUNTA "O uso alfarurioctocogue pegol é eficaz/efetivo e seguro no tratamento de hemofilia A, quando comparado às opções atualmente disponíveis no Sistema Único de Saúde?" EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS O uso de alfarurioctocogue pegol para o tratamento de hemofilia A foi analisado por meio de uma revisão sistemática da literatura. Ao todo, foram incluídas 11 publicações referentes a quatro ensaios clínicos (estudos BAX 855 Dose-Escalation Safety Study, PROLONG-ATE, PEDIATRIC e BAX 855 Surgery Study), uma análise agregada de segurança dos estudos clínicos, uma extensão em longo prazo dos estudos clínicos e três estudos observacionais retrospectivos. Os resultados dos ensaios clínicos mostraram que a profilaxia com alfarurioctocogue pegol foi eficaz no uso episódico (sob demanda) e profilaxia de episódios de sangramento em pacientes adultos e pediátricos com hemofilia A grave e previamente tratados com FVIII. A eficácia na profilaxia de episódios de sangramento foi observada também no uso perioperatório de cirurgias de grande porte ou menores, principalmente artroplastias. Tais resultados foram mantidos em longo prazo, com redução contínua da ABR após o seguimento médio de dois anos. A comparação entre o alfarurioctocogue pegol e sua molécula original, o alfaoctocogue, mostrou que o tempo de vida é aumentado em 40% a 50%, o que permite seu uso três vezes por semana em vez de duas na profilaxia. AVALIAÇÃO ECONÔMICA Realizado estudo de custo-minimização, comparou o valor de alfaoctocogue e alfarurioctocogue pegol, assim o modelo considerou o custo anual de tratamento de hemofilia A, analisando as principais modalidades de tratamento conforme Manual de Hemofilia do Ministério da Saúde, em linha com as bulas dos produtos () 3 cenários, tratamento profilático, sob demanda e perioperatório. Custo anual de tratamento para uso em profilaxia se mostrou mais econômico em R$2.032,80, Custo por evento de uso sob demanda mais econômico em R$ 362,82, Custo por evento de cirurgia em uso em procedimentos médicos mais econômico em R$ 497,72. AVALIAÇÃO DE IMPACTO ORÇAMENTÁRIO A presente análise comparou o cenário atual do SUS com um cenário em que o alfarurioctocogue pegol é incorporado para o tratamento de pacientes com hemofilia A. Atualmente a reposição de fator VIII no SUS é realizada através do fator VIII plasmático e fator VIII recombinante de meia-vida padrão. Considerando somente uso em profilaxia, a incorporação de alfarurioctocogue pegol pelo Sistema Único de Saúde (SUS) resultou em uma redução de custos de R$ 4.516.076,91 no cenário base e de R$ 9.136.792,40 no cenário alternativo. Para o cenário considerando uso em profilaxia, sob demanda e em procedimentos médicos, somou-se o impacto orçamentário dessas modalidades de tratamento. Com base nesses resultados, observa-se que alfarurioctocogue pegol também resultou em uma redução de custo, com uma redução de impacto orçamentário equivalente a R$ 8.868.842,10 no cenário base e R$ 17.943.230,31 no cenário alternativo. Na somatória de todos os cenários, o resultado foi de R$ 1.145.190,44 no primeiro ano e R$ 8.868.842,10 acumulado em 5 anos. MONITORAMENTO DO HORIZONTE TECNOLÓGICO realizaram-se buscas estruturadas nos campos de pesquisa das bases de dados ClinicalTrials.gov e Cortellis™, a fim de localizar medicamentos potenciais para profilaxia de longo prazo em pacientes com hemofilia A. Foram considerados estudos clínicos de fases 3 e 4 inscritos no ClinicalTrials.gov, que testaram os medicamentos resultantes das buscas supramencionadas. Detectaram-se quatro medicamentos potenciais para a indicação terapêutica em questão O Mim-8, O fitusiran , os anticorpos monoclonais IgG4 concizumabe e marstacimab. Além dos potenciais medicamentos estão em fase 3 de desenvolvimento clínico os fatores VIII recombinantes FRSW-107, SCT-800 e efanesoctocog alfa (BIVV001). Além desses, foram registrados, em outros países, os fatores VIII recombinantes damoctocog alfa pegol (Japão, 2019); lonoctocog alfa (EUA, 2016) e turoctocog alfa pegol (Alemanha e Suíça, 2019). CONSIDERAÇÕES FINAIS Aparentemente o e alfarurioctocogue pegol diante do alfaoctocogue apresenta uma série de evidências que deixam o entendimento em ser uma tecnologia com eficácia. Há determinadas incertezas nos modelos econômicos, como por exemplo a ausência de estudos de custo-efetividade e custo-utilidade, assim como nos modelos de impacto orçamentário, que apesar de se mostrar econômico, em grande parte pelo valor de oferta de sua tecnologia, também demonstra incerteza, pelo uso de uma população e seu peso médio, obtido por medidas estatísticas simples. Há que se ressaltar, que o demandante realizou análises de sensibilidade suficientes, mas que ainda assim, o modelo está subestimado. RECOMENDAÇÃO PRELIMINAR DA CONITEC Diante do exposto, o Plenário da Conitec, em sua 5ª Reunião Extraordinária, no dia 12 de maio de 2021, deliberou que a matéria fosse disponibilizada em Consulta Pública com recomendação preliminar desfavorável à incorporação no SUS do Alfarurioctocogue Pegol para a profilaxia, tratamento e controle sob demanda e tratamento perioperatório de crianças, adolescentes e adultos com Hemofilia A. A evidência apresentou incertezas importantes quanto a eficácia e segurança da tecnologia e, além disso, foi identificada dificuldade em captar a população indicada para seu uso e as estimativas de dosagens de UI. A matéria foi disponibilizada em consulta pública. CONSULTA PÚBLICA Especificamente na consulta pública, houveram 354 contribuições, das quais 55 eram de opinião técnico-científicas e 299 relatos de experiências ou de opinião, sendo que em 98% dos casos, contrárias com a decisão inicial da Conitec. No que tange as contribuições técnico-científicas, excluídas aquelas em branco ou desprovidas de teor científico, restaram 6 contribuições. No relato do fabricante apresentou-se novos cálculos de impacto orçamentário, uma vez que a tecnologia comparada teve elevação de preço passando de R$1,08 para R$1,37. A atenuação do impacto orçamentário acumulado em 5 anos foi de R$ 289.256.005 até R$ 605.282.163 conforme cenário. RECOMENDAÇÃO FINAL DA CONITEC Os membros do plenário, presentes na 101ª Reunião Ordinária da Conitec, no dia 01 de setembro de 2021, deliberaram, por maioria simples, recomendar a incorporação no SUS do alfarurioctocogue pegol para tratamento de profilaxia, sob demanda e perioperatório de crianças, adolescentes e adultos com Hemofilia A, conforme Protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde. Foi assinado o Registro de Deliberação nº 665/2021. DECISÃO Incorporar o alfarurioctocogue pegol para tratamento de pacientes com hemofilia A, no âmbito do Sistema Único de Saúde ­ SUS, conforme a Portaria nº 10, publicada no Diário Oficial da União nº 31, seção 1, página 71, em 14 de fevereiro de 2022.
Asunto(s)
Texto completo: Disponible Colección: Bases de datos temática Base de datos: BRISA/RedETSA Tema principal: Factor VIII / Inmunoglobulina G / Hemofilia A Tipo de estudio: Estudio de evaluación / Guía de práctica clínica / Evaluación de tecnologías sanitárias / Estudio observacional / Estudio pronóstico / Factores de riesgo / Revisión sistemática Grupos demográficos: Humanos País/Región como asunto: America del Sur / Brasil Idioma: Portugués Institución: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (Brasil) Año: 2021 Tipo del documento: No convencional

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