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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-221243

Resumo

Introdução: A resistência antimicrobiana representa uma grave ameaça à saúde humana, animal e ambiental e já descrita em diversas espécies e regiões geográficas. Com o crescente número de animais silvestres e exóticos mantidos em cativeiro, também aumentou a preocupação quanto ao risco de disseminação de doenças, devido ao maior contato entre as espécies. Há uma escassez de informações relacionadas a administração de agentes antimicrobianos nesses animais, bem como estudos que relatem presença de patógenos multirresistentes em animais mantidos em zoológicos no Brasil. Objetivos: os objetivos foram divididos em duas abordagens: 1 - avaliar o uso e consumo de antimicrobianos em aves, répteis e mamíferos silvestres e exóticos atendidos em clínica particular especializada e, 2 - realizar uma pesquisa molecular de enterobactérias produtoras de -lactamases de espectro estendido (ESBL) em aves silvestres das ordens dos anseriformes e psitaciformes cativos nos Parque Passeio Público e Zoológico de Curitiba. Metodologia: Foi realizado levantamento de dados de 2.190 fichas de atendimento abertas em uma clínica especializada em medicina de animais selvagens em 2018. Todos os dados foram tabulados em planilhas através do software Microsoft Excel 365. A avaliação dos dados foi realizada de forma descritiva, quali-quantitativa e, as análises de consumo de antimicrobianos foram feitas através do cálculo de dose diária/g de animal (mL/dia/kg) por ordem animal, afecção e princípio ativo. Para as análises estatísticas, foram usados os testes de Levene, ANOVA seguido por Tukey. Foram coletados swabs de 79 aves cativas e 11 amostras ambientais do Parque Passeio Público e Zoológico Municipal de Curitiba PR, que foram encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia do Departamento de Ciências Biomédicas II da Universidade de São Paulo para realização da cultura e antibiograma, identificação de genes de resistência antimicrobiana e sequenciamento do genoma bacteriano. Resultados: Aproximadamente 57% (1250/2190) dos atendimentos fizeram uso de um ou mais antimicrobianos na terapêutica dos animais encaminhados a clínica. Destes, 67% (n = 839) eram aves, 26% (n = 327), mamíferos e 7% (n = 84) répteis. O fármaco antimicrobiano mais utilizado foi a enrofloxacina (50,88%, n = 636). As principais casuísticas de atendimento foram decorrentes de afecções respiratórias (33,12%), gastrointestinais (30,40%) e trauma (13,84%). Durante o ano de 2018, o consumo total de antimicrobianos prescritos para aves, mamíferos e répteis na clínica foi de 2,21L para a biomassa total de 129,24kg. A relação entre as dosagens dos principais antimicrobianos utilizados e afecções atendidas demonstrou que não há variação entre os tratamentos por afecção e por classe animal, devido a grande variação dentro de cada grupo. A maioria dos atendimentos obtiveram alta médica 53% (n = 595). A terapia foi estabelecida sem a realização de exames microbiológicos em 99% (n = 828) dos atendimentos, independente da afecção. Do total de 79 amostras de aves, 6,33% (n = 5) dos isolados apresentaram quatro cepas de E.coli produtoras de CTX-M-15, CTX-M-55, CMY-2 de cinco aves diferentes. Todas as E. coli produtoras de CTX-M revelaram uma relação clonal conforme determinado por eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE) e, após sequenciamento do genoma completo, foram atribuídas ao tipo de sequência multilocus (ST) 648, 155 e 46. Considerações Gerais: O presente estudo contribui para um melhor entendimento do possível risco do uso exagerado de antimicrobianos e exposição da microbiota de animais silvestres à pressão seletiva, podendo favorecer para o surgimento e disseminação de genes de resistência antimicrobiana. Em contrapartida, genes de resistência antimicrobiana foram isoladas de uma área pública onde há pouco ou nenhum uso de antimicrobianos, sendo sugestivo de contaminação ambiental por esses agentes e, fortalecendo o papel de espécies de aves aquáticas como possíveis sentinelas de Enterobacteriaceae produtoras de ESBL. Antibioticoterapia; Resistência Antimicrobiana; Animais Selvagens; Enterobacteriaceae; CTX-M; Dose diária.


Introduction: Antimicrobial resistance represents a serious threat to human, animal and environmental health and has already been described in several species and geographic regions. With the growing number of wild and exotic animals kept in captivity, concern about the risk of spreading diseases has also increased, due to greater contact between species. There is a lack of information related to the administration of antimicrobial agents in these animals, as well as studies that report the presence of multidrug-resistant pathogens in animals kept in zoos in Brazil. Objectives: the objectives were divided into two approaches: 1 - to evaluate the use and consumption of antimicrobials in birds, reptiles and wild and exotic mammals treated at a specialized private clinic and, 2 - to conduct a molecular research of -lactamase-producing enterobacteria (ESBL) in wild birds of the orders of captive anseriformes and parrots in Parque Passeio Público and Zoo of Curitiba. Methodology: Data were collected from 2,190 open care records in a clinic specialized in wildlife medicine in 2018. All data were tabulated in spreadsheets using Microsoft Excel 365 software. Data analysis was performed in a descriptive, qualitative way. -quantitative and, the analyzes of antimicrobial consumption were made by calculating the daily dose / g of animal (mL / day / kg) by animal order, condition and active principle. For statistical analysis, Levene's, ANOVA followed by Tukey's tests were used. Swabs were collected from 79 captive birds and 11 environmental samples from Parque Passeio Público and Municipal Zoo of Curitiba - PR, which were sent to the Microbiology Laboratory of the Department of Biomedical Sciences II of the University of São Paulo for culture and antibiogram, identification of antimicrobial resistance genes and sequencing of the bacterial genome. Results: Approximately 57% (1250/2190) of the visits made use of one or more antimicrobials in the treatment of animals referred to the clinic. Of these, 67% (n = 839) were birds, 26% (n = 327), mammals and 7% (n = 84) reptiles. The most used antimicrobial drug was enrofloxacin (50.88%, n = 636). The main casuistry of care was due to respiratory (33.12%), gastrointestinal (30.40%) and trauma (13.84%). During 2018, the total consumption of antimicrobials prescribed for birds, mammals and reptiles in the clinic was 2.21L for the total biomass of 129.24kg. The relationship between the dosages of the main antimicrobials used and the conditions treated showed that there is no variation between the treatments by disease and by animal class, due to the great variation within each group. Most visits were discharged 53% (n = 595). Therapy was established without performing microbiological tests in 99% (n = 828) of the visits, regardless of the condition. Of the total of 79 bird samples, 6.33% (n = 5) of the isolates showed four strains of E.coli producing CTX-M-15, CTX-M-55, CMY-2 from five different birds. All CTX-M producing E. coli revealed a clonal relationship as determined by pulsed-field gel electrophoresis (PFGE) and, after sequencing the complete genome, were assigned to the type of multi-focus sequence (ST) 648, 155 and 46. General considerations: The present study contributes to a better understanding of the possible risk of overuse of antimicrobials and exposure of wild animals' microbiota to selective pressure, which may favor the emergence and dissemination of antimicrobial resistance genes. In contrast, antimicrobial resistance genes were isolated from a public area where there is little or no use of antimicrobials, being suggestive of environmental contamination by these agents and, strengthening the role of water bird species as possible sentinels of ESBL-producing Enterobacteriaceae.

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