Resumo
O parasitismo por nematoides gastrointestinais é um dos principais obstáculos enfrentados pela ovinocaprinocultura mundial. Independente do hospedeiro, essa doença é controlada pela administração de drogas anti-helmínticas, como a ivermectina. O uso indiscriminado destes medicamentos acelera a seleção de subpopulações de nematoides capazes de resistir aos efeitos das drogas. O objetivo deste trabalho foi identificar marcadores moleculares que possibilitem o acompanhamento da resistência em nematoide de vida livre, Caenorhabditis elegans e entender os mecanismos de resistência à ivermectina. Para tanto foram utilizadas linhagens de C. elegans sensíveis e resistentes à ivermectina. Após cultivo os nematóides, foram recolhidos das placas e encaminhados para a extração protéica. As proteínas obtidas foram separadas por massa molecular em SDS-PAGE para verificar a integridade da proteína. Posteriormente, as proteínas de ambas as linhagens foram conduzidas a separação por pI e massa molecular em eletroforese bidimensional. Os géis foram analisados e excisados os spots referente as proteínas mais expressas e exclusivamente expressas de cada linhagem. Os spots seguiram para identificação em espectrometria de massa, Nano ESI-Q-TOF. As proteínas foram identificadas pelo MASCOT®, analisadas segundo seus termos de GO e verificado suas interações com o auxilio do STRING®. Os termos de GO para linhagem sensível ressaltaram o excesso de proteínas de defesa característico de C. elegans por se tratar de nematoide de vida livre. Na linhagem resistente foi possível destacar o aumento nos processos metabólicos, assim como a expressão de proteínas responsáveis pela geração de ATP, por exemplo, a ATP-2 e ENOL-1. Também foram identificadas proteínas responsáveis pela manutenção da função muscular, como MLC-1, ACT-1 e PDI-2, pelo desenvolvimento do embrião, VHA-2 e pela sinalização, FAR-1 e FAR-2. A interação proteica permitiu inferir que a maioria das proteínas identificadas na linhagem resistente faz parte da mesma cadeia de resposta ao estresse provocado pela ivermectina. Assim é possível concluir que os perfis proteicos de linhagens resistentes diferem de linhagens sensíveis e que as proteínas identificadas na linhagem resistente são responsáveis por contrapor o efeito da ivermectina.
The parasitism by gastrointestinal nematodes and an of the main obstacles faced by the ovine and caprine flock in the world. Independent of the host, these illnesses are control by anthelmintic drugs administration, as ivermectin. The indiscriminate use of these drugs, inevitably, contributed to the helminthic subpopulations selection capable of resist the dugs effects. The study aimed to identify Caenorhabditis elegans molecular targets to understand the mechanisms of ivermectin resistance. Therefore, were used Caenorhabditis elegans strains sensible and resistant to ivermectin. After the nematode growth, they were isolated and used in the protein extraction. The obtained proteins were separated by molecular weight in SDS-PAGE to certify the protein integrity. Posteriorly, the proteins from both strains were conducted to pI and molecular weight separation in two-dimensional electrophoresis. The gels were analyzed and excised the spots related to the most expressed proteins and the exclusively expressed of each strain. The spots were identified by mass spectrometry, Nano ESI-Q-TOF. The proteins were identify by MASCOT®, analyzed by GO terms and verified their interactions with the aid of STRING®. The GO terms to the sensible strain highlighted the defense proteins characteristic of C. elegans because it is a free-living nematode. In the resistant strain was possible to highlight the increase in the metabolic process, as in the expression of the proteins responsible for the ATP synthesis, for example, the ATP-2 and ENOL-1. Also, were identifying proteins responsible to manage the muscular function, the MLC-1, ACT-1 and PDI-2, for the embryo development, VHA-2, and the signaling, FAR-1 and FAR-2. The protein interaction allows infer that most proteins identified in the resistant strain participate in the same response chain to the stress induced by the ivermectin. Thus, it is possible conclude that the resistant strain protein profile differs from the sensible strain and that the resistant strain proteins identify are responsible to interpose the ivermectin effect.