Resumo
O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação com farelo de cacau na reprodução de machos ovinos. Foram utilizados 40 machos, com idade média de quatro meses e peso vivo médio inicial de 25,09±4,19kg, com escore da condição corporal de 2,5±0,5. Foi utilizado o Delineamento Inteiramente Casualizado, com quatro tratamentos e 10 repetições, os tratamentos foram os níveis de 0; 10; 20 e 30% de farelo de cacau em substituição parcial aos farelos de milho e soja do concentrado. Os animais receberam a dieta por um período total de 150 dias, sendo os 15 primeiros dias de adaptação a dieta experimental e ao manejo, e foram mantidos em piquetes de capim Aruana em período diurno, recolhidos ao abrigo com baia coletiva no período noturno. Ao amanhecer o dia por volta das 06:30 h da manhã, era fornecido o concentrado na quantidade de 1,6% do peso vivo, em comedouro privativo, após isso os animais eram liberados para o pasto, com acesso a água ad libitum. Foi utilizada uma proporção volumoso: concentrado de 60:40, estimando um ganho de peso de 200g/dia. As variáveis avaliadas foram peso corporal final, biometria testicular (perímetro escrotal, comprimento e largura testicular), aspectos físicos e morfológicos seminais (volume, coloração, consistência, turbilhonamento, motilidade, vigor, concentração espermática, defeitos maiores, defeitos menores e defeitos totais), concentração plasmática de testosterona e sérica de colesterol total e parâmetros de morfometria testicular. Os parâmetros foram avaliados primeiro quanto ao efeito tempo, por meio do modelo linear generalizado e a normalidade foi testada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para as variáveis com distribuição normal foi utilizada a ANOVA e Análise de Regressão, a 5% de probabilidade; para as variáveis não paramétricas foi utilizado o teste Kruskal Wallis. Houve diferença (P>0,05) para circunferência escrotal, com valor para T0% (30,00±4,00cm) superior aos demais tratamentos T2 (28,75±3,88); T3 (29,00±4,00) e T4 (27,50±4,00cm) e para largura testicular, com valores de 6,15±1,00cm para T0% e 5,55±1,07cm, para T30%. Não houve diferença para comprimento dos testículos direito e esquerdo (P>0,05), com média geral de 8,20cm e 8,05cm, respectivamente. Não houve diferença (P>0,05) para os aspectos físicos e morfológicos seminais, com volume médio de 0,65mL; turbilhonamento de 1,72; motilidade espermática progressiva de 66,25%; vigor espermático de 2,06; concentração média de 1,60x109/mL; 3,0% de defeitos maiores, 3,0% de defeitos menores e 7,5% de defeitos totais. Não houve diferença (P>0,05) na concentração sérica de colesterol, com valores médios de 114,02mg/dL para os animais antes de terem acesso às dietas, de 94,77mg/dL ao meio do período experimental e de 104,12mg/dL, ao final do período experimental, a concentração plasmática de testosterona foi de 688,57ng/dL no T0%; 512,28 ng/dL no T10%; 732,43 ng/dL no T20% e 477,43 ng/dL no T30%. Não houve diferença (P>0,05) para os parâmetros de morfometria testicular avaliados. Com base nos resultados encontrados, a inclusão de até 30% de farelo de cacau no concentrado da dieta de ovinos não causou efeito deletério à reprodução, podendo então ser utilizado.
The study aimed to evaluate the effect of supplementation with cocoa meal in breeding male sheep. 40 males were used, with an average age of four months and average weight of 25.09 ± 4,19kg with body condition score of 2.5 ± 0.5. The completely randomized design was used, with four treatments and 10 repetitions, the treatments were levels of 0; 10; 20 and 30% of cocoa meal in partial replacement for corn bran and soy concentrate. The animals received the diet for a total period of 150 days, the first 15 days of adaptation to experimental diet and management, and were kept in Aruana grass paddocks in daytime, collected under with collective stall at night. At dawn the day around 06.30 in the morning, was given the concentrate in the amount of 1.6% of body weight, in private feeder, after that the animals were released to pasture, with access to water ad libitum. It was used with a forage: concentrate ratio of 60:40 estimating a weight gain of 200 g / day. The variables were final body weight, scrotal circumference (scrotal circumference, length and width of testis), physical and morphological semen (volume, color, consistency, swirl, motility, vigor, sperm concentration, major defects, minor defects and total defects), plasma levels of testosterone and serum total cholesterol and parameters of testicular morphometry. The parameters were first evaluated as to the effect time, through the generalized linear model and normality was tested using the Shapiro-Wilk test. For variables with normal distribution was used ANOVA and regression analysis, a 5% probability; for nonparametric variables we used the Kruskal Wallis test. There were differences (P> 0.05) for scrotal circumference, with value for T0% (30.00 ± 4,00cm) higher than the other treatments T2 (28.75 ± 3.88); T3 (29.00 ± 4.00) and T4 (27.50 ± 4,00cm) and testicular width, with values of 6.15 ± T0 1,00cm to 1,07cm ± 5.55%, and for T30 %. There was no difference in length of the right and left testes (P> 0.05), with overall average of 8,20cm and 8,05cm respectively. There was no difference (P> 0.05) for physical and morphological semen, with average volume of 0.65ml; tumbling 1.72; motility of 66.25%; spermatic force of 2.06; 1,60x109 average concentration of / ml; 3.0% major defects, 3.0% minor defects and 7.5% total defects. There was no difference (P> 0.05) in serum cholesterol, with average values of 114,02mg / dL for animals before they have access to diets, 94,77mg / dL in the middle of the trial period and 104, 12mg / dL at the end of the trial period, the plasma concentration of testosterone was 688,57ng / dL at T0%; 512.28 ng / dL in the T10%; 732.43 ng / dL in the T20% to 477.43 ng / dL T30%. There was no difference (P> 0.05) for body weight at slaughter and the parameters evaluated testicular morphometry. Based on these results, the addition of up to 30% cocoa meal in the concentrate of the sheep diet did not cause deleterious effects on reproduction and can then be used.