Resumo
Atualmente são produzidos diferentes híbridos com o gênero Pseudoplatystoma, revelando grande diferença nos grupos genéticos produzidos, os quais podem refletir em diferentes resultados de desempenho e crescimento. O objetivo com este estudo foi comparar o desempenho zootécnico e a curva de crescimento do cachara (Pseudoplatystoma reticulatum) com o híbrido cachapinta (P. reticulatum x Pseudoplatystoma corruscans) produzidos em tanques-rede. O experimento foi conduzido por 216 dias, usando tanques-rede alocados em uma represa de uma fazenda comercial. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com dois tratamentos (cachara e híbrido) com três repetições, sendo as unidades experimentais tanques-rede de 13,5 m3 . O peso médio dos peixes no início do experimento foi de 75,00 ± 0,004 g e 85,00 ± 0,001 g para cachara e híbrido, respectivamente. Três tanques-rede foram estocados com 144 cacharas e outros três tanques-rede foram alocados 127 híbridos cachapinta. O diferente número de peixes em cada grupo genético foi ajustado para que o experimento iniciasse com a mesma biomassa em todos os tanques-rede. Os peixes foram alimentados duas vezes ao dia com ração extrusada para peixes carnívoros. Os resultados deste experimento foram ajustados para uma densidade de 135 peixes por tanque-rede por grupo genético. Na comparação do desempenho entre os grupos genéticos para as várias variáveis dependentes foi utilizado o Teste-t de Student presumindo variâncias equivalentes. Não foram encontradas diferenças significativas para as variáveis analisadas (P>0,05) entre os grupos genéticos (cachara e híbrido). Os valores médios para peso final foram de 1,637 ± 0,24 kg (cachara) e 1,556 ± 0,09 kg (híbrido), biomassa final foram de 199,43 ±51,43 kg (cachara) e 185,35 ± 18,66 kg (híbrido), ganho de biomassa de 189,28 ± 51,75 kg (cachara) e 173,81 ±19,38 kg (híbrido), sobrevivência de 84,74 ±9,89 % (cachara) e 92,97 ± 5,63 % (híbrido), conversão alimentar aparente de 3,34 ± 1,04 kg (cachara) e 3,15 ± 0,47 (híbrido). Deste resultado conclui-se que o cachara e o híbrido cachapinta, produzidos em tanque-rede apresentam o mesmo desempenho zootécnico. Para a comparação da curva de crescimento das características morfométricas de cada grupo genético, o modelo exponencial foi usado. Não houve diferença nas curvas de crescimento entre o cachara e o híbrido cachapinta para as características de peso, altura do corpo, largura do corpo, comprimento da cabeça (melhor modelo M4 parâmetros A e K semelhantes). O modelo completo (M1) foi utilizado para descrever a largura da cabeça, onde A (1,74) foi menor (P<0,05) e K (0,00499) maior no cachara em comparação com o híbrido (A: 1,94; K: 0,00441). O perímetro do corpo foi melhor ajustado com o modelo M3, na qual apenas o parâmetro A (6,75) foi maior (P<0,05) no cachara em relação ao cachapinta (A: 5,87). Ambos grupos genéticos apresentam características de crescimento semelhantes, exceto a taxa de crescimento da característica morfométrica largura da cabeça e o tamanho inicial da característica perímetro que é maior no cachara.
Currently, different hybrids are produced with the genre Pseudoplatystoma, revealing great differences in the genetic groups produced, which may reflect different performance and growth results. The objective of this study was to compare the performance and the growth curve of the cachara (Pseudoplatystoma reticulatum) with the hybrid cachapinta (P. reticulatum x Pseudoplatystoma corruscans) produced in cages. The experiment was conducted for 216 days, using cages allocated to a dam on a commercial farm. The experimental design was a completely randomized design with two treatments (cachara and hybrid) with three replicates, and the experimental units were 13.5 m3 cages. The average fish weight at the beginning of the experiment was 75.00 ± 0.004 g and 85.00 ± 0.001 g for cachara and hybrid, respectively. Three cages were stocked with 144 cacharas and another three cages were stocked with 127 hybrid cachapintas. The different numbers of fish in each genetic group were adjusted so that the experiment started with the same biomass in all the cages. The fish were fed twice a day with extruded feed for carnivorous fish. The results of this experiment were adjusted to a density of 135 fish per cages per genetic group. In the comparison of performance between the genetic groups for the various dependent variables, the Student's t-Test was used, assuming equivalent variances. No significant differences were found for the analyzed variables (P> 0.05) between the genetic groups (cachara and hybrid). The mean values for final weight were 1.637 ± 0.24 kg (cachara) and 1.556 ± 0.09 kg (hybrid), final biomass was 199.43 ± 51.43 kg (cachara) and 185.35 ± 18, 66 kg (hybrid), biomass gain was 189.28 ± 51.75 kg (cachara) and 173.81 ± 19.38 kg (hybrid), survival was 84.74 ± 9.89% (cachara) and 92, 97 ± 5.63% (hybrid), apparent feed conversion was 3.34 ± 1.04 kg (cachara) and 3.15 ± 0.47 (hybrid). From this result, it was concluded that the cachapinta and the hybrid cachapinta, produced in cages had the same performance. For the comparison of the growth curve of the morphometric characteristics of each genetic group, the exponential model was used. There was no difference in growth curves between the cachara and the cachapinta hybrid for the characteristics of weight, body height, body width, head length (best model M4 - similar parameters A and K). The complete model (M1) was used to describe head width, where A (1.74) was lower (P <0.05) and K (0.00499) higher in the cachara compared to the hybrid (A: 1.94: K: 0.00441). The perimeter of the body was better fitted with the model M3, in which only the parameter A (6.75) was larger (P <0.05) in the cachara than in the cachapinta (A: 5.87). Both genetic groups exhibit similar growth characteristics, except for the growth rate of the morphometric characteristic of the head width and the initial size of the perimeter characteristic that is higher in the cachara