Resumo
Objetivou-se com este estudo avaliar o efeito da qualidade de diferentes farelos de soja (FS) comerciais com e sem suplementação de enzimas exógenas, sobre os coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca (CMMS), nitrogênio (CMN), a energia metabolizável aparente (EMA) e a energia metabolizável aparente corrigida para balanço de nitrogênio (EMAn) dos 14 aos 21 dias, sendo realizados três ensaios de metabolismo para coleta total de excretas e determinação destes coeficientes. No primeiro ensaio de metabolismo o delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com cinco tratamentos, cinco repetições contendo oito aves por unidade experimental, totalizando de 160 aves, machos da linhagem comercial Cobb 500®, de 14 a 21 dias de idade. As dietas experimentais foram constituídas por: Dieta referência (DR); DR + 40% farelo de soja (A), DR+ 40% farelo de soja (B); DR+ 40% farelo de soja (C); DR + 40% farelo de soja (D). No segundo ensaio de metabolismo o delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), em esquema fatorial 4x2 sendo oito tratamentos, cinco repetições contendo oito aves por unidade experimental, totalizando 320 aves, machos da linhagem Cobb 500®, de 14 a 21 dias de idade. Os tratamentos consistiram: DR; DR com adição de 40% de farelo de soja (A); DR com adição de 40% de farelo de soja (B); DR com adição de 40% de farelo de soja (C); DR + protease; DR com adição de 40% de farelo de soja (A) + protease; DR com adição de 40% de farelo de soja (B) + protease; DR com adição de 40% de farelo de soja (C) + protease. No terceiro ensaio de metabolismo o delineamento utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), sendo nove tratamentos, cinco repetições contendo oito aves por unidade experimental, totalizando 360 aves, todos machos, da linhagem Cobb 500®, de 14 a 21 dias de idade. Os tratamentos experimentais consistiram na utilização de um farelo de soja comercial escolhido aleatoriamente em combinação com as enzimas protease, xilanase e amilase, de forma isolada ou em combinação, sendo: DR; DR + 40% de farelo de soja; DR + 40% de farelo de soja + protease; DR + 40% de farelo de soja + xilanase; DR + 40% de farelo de soja + amilase; DR + 40% de farelo de soja + protease + xilanase; DR + 40% de farelo de soja + protease + amilase; DR + 40% de farelo de soja + xilanase + amilase; DR + 40% de farelo de soja + protease + xilanase + amilase. Ao avaliar a qualidade dos diferentes farelos de soja comerciais utilizados na região de Goiânia, não foram observadas diferenças significativas entre as análises bromatológicas dos farelos avaliados. No entanto foram observadas diferenças significativas nas análises de avaliação da qualidade dos farelos de soja, onde o farelo de soja A apresentou melhor dispersibilidade da proteína (DP) em relação ao farelo de soja B, C e D. Os resultados da análise de atividade ureática mostram que os menores teores de atividade ureática (AU) foram observados nos farelos de soja B e D. Não foram observados efeitos significativos sobre a solubilidade em KOH. No ensaio 1 foi observado efeito significativo dos diferentes FS sobre a EMAn onde os farelos de soja A e B apresentaram maiores teores de EMAn. No ensaio 2 a utilização da protease exógena auxiliou no aumento dos teores de EMA, EMAn, CMMS e CMN. No ensaio 3 foi observado efeito significativo sobre a EMAn, onde as combinações de protease + amilase, xilanase + amilase, protease + xilanase + amilase apresentaram um aumento na XI EMAn. Foram realizadas as correlações entre a EMA e EMAn de frangos de corte e as análises bromatológicas e de qualidade do farelo de soja. Foram observadas correlações positivas entre a matéria seca (MS) e AU, proteína bruta (PB) e DP, SKOH, matéria mineral (MM) e EMA, EMAn, DP e EMAn, EMA e EMAn. Correlações negativas foram observadas entre a MS e MM, DP, EMA e EMAn, também foram negativamente correlacionadas a PB e AU; o EE e fibra bruta (FB); a FB e SKOH; a MM e AU; a AU e SKOH. Conclui-se que os diferentes farelos de soja comercializados utilizados nos ensaios podem apresentar diferenças nas análises de qualidade do farelo de soja e que os farelos podem interferir na EMAn. A suplementação de protease exógena auxilia no aumento da metabolizabilidade da EMA, EMAn, CMMS e CMN independente da origem do farelo. O uso de combinações de enzimas contendo amilase + protease ou xilanase, aumentam a EMAn do farelo de soja. As correlações entre a EMA, EMAn com as análises bromatológicas e de qualidade do farelo de soja evidenciam a importância destas análises que mostram a influência da qualidade do processamento em que o farelo foi submetido e a interferência na resposta dos animais.
The objective of this study was to evaluate the effect of the quality of different commercial soybean meal (SF) with and without supplementation of exogenous enzymes, on the apparent metabolizability coefficients of dry matter (CMMS), nitrogen (CMN), the apparent metabolizable energy (EMA) and the apparent metabolizable energy corrected for nitrogen balance (AMEn) from 14 to 21 days, with three metabolism assays for total excreta collection and determination of these coefficients. In the first metabolism trial, the design used was completely randomized (DIC), with five treatments, five replications containing eight birds per experimental unit, totaling 160 birds, males of the commercial lineage Cobb 500®, from 14 to 21 days of age. The experimental diets consisted of: Reference diet (DR); DR + 40% soy meal (A), DR+ 40% soy meal (B); DR+ 40% soy meal (C); DR + 40% soy meal (D). In the second metabolism trial, the design used was completely randomized (DIC), in a 4x2 factorial scheme, with eight treatments, five replications containing eight birds per experimental unit, totaling 320 birds, males of the Cobb 500® lineage, from 14 to 21 days of age. Treatments consisted of: DR; DR with addition of 40% soybean meal (A); DR with addition of 40% soybean meal (B); DR with addition of 40% soybean meal (C); DR + protease; DR with addition of 40% soybean meal (A) + protease; DR with addition of 40% soybean meal (B) + protease; DR with addition of 40% soybean meal (C) + protease. In the third metabolism trial, the design used was completely randomized (DIC), with nine treatments, five replications containing eight birds per experimental unit, totaling 360 birds, all male, of the Cobb 500® lineage, from 14 to 21 days of age. The experimental treatments consisted of using a commercial soybean meal chosen randomly in combination with the protease, xylanase and amylase enzymes, alone or in combination, as follows: DR; DR + 40% soybean meal; DR + 40% soybean meal + protease; DR + 40% soybean meal + xylanase; DR + 40% soybean meal + amylase; DR + 40% soybean meal + protease + xylanase; DR + 40% soybean meal + protease + amylase; DR + 40% soybean meal + xylanase + amylase; DR + 40% soybean meal + protease + xylanase + amylase. When evaluating the quality of the different commercial soybean meals used in the region of Goiânia, no significant differences were observed between the chemical analyzes of the evaluated brans. However, significant differences were observed in the analysis of quality evaluation of soybean meal, where soybean meal A showed better protein dispersibility (DP) compared to soybean meal B, C and D. The results of the analysis of uretic activity show that the lowest levels of ureatic activity (AU) were observed in soybean meal B and D. No significant effects were observed on the solubility in KOH. In trial 1, a significant effect of the different FS on AMAn was observed, where soybean meal A and B had higher AMEn contents. In trial 2, the use of exogenous protease helped to increase the levels of EMA, AMAn, CMMS and CMN. In trial 3 a significant effect on AMAn was observed, where the combinations of protease + amylase, xylanase + amylase, protease + xylanase + amylase showed an increase in AMEn. Correlations between AME and AMEn of broiler chickens and bromatological and soybean meal quality analyzes were performed. Positive correlations were observed between dry matter (DM) and AU, crude protein (CP) and DP, SKOH, XIII mineral matter (MM) and EMA, EMAn, DP and EMAn, EMA and EMAn. Negative correlations were observed between DM and MM, DP, EMA and EMAn, they were also negatively correlated to PB and AU; o EE and crude fiber (FB); to FB and SKOH; the MM and AU; to AU and SKOH. It is concluded that the different commercialized soybean meal used in the trials may present differences in the analysis of soybean meal quality and that the meal may interfere with AMEn. Exogenous protease supplementation helps to increase the metabolizability of EMA, EMAn, CMMS and CMN regardless of the origin of the bran. The use of enzyme combinations containing amylase + protease or xylanase increases the AMEn of soybean meal. The correlations between EMA, AMAn with bromatological and quality analyzes of soybean meal show the importance of these analyzes that show the influence of the quality of the processing in which the meal was submitted and the interference in the response of the animals.