Resumo
Os cães domésticos tem sido usados como modelo experimental de seus análogos silvestres devido às semelhanças fisiológicas reprodutivas. Para tanto, entender a fisiologia reprodutiva dos cães é essencial para criação de programas de preservação de gametas sendo a criopreservação uma ferramenta fundamental. Vários estudos, no entanto, tem demostrado que a sobrevivência do sêmen canino descongelado no trato genital da fêmea é muito reduzida. Nesse sentido, é um grande desafio aprimorar as técnicas envolvidas. Diversos produtos tem sido testados buscando reduzir os efeitos danosos do congelamento da célula espermática. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da associação da trealose no sêmen canino. Foram utilizados 5 cães machos adultos sem raça definida, os quais foram submetidos a 3 coletas a cada dois dias em cada animal totalizando em 17 coletas. Os testes in vitro aplicados às amostras de sêmen foram a avaliação da motilidade progressiva, o vigor espermático, a avaliação da integridade da membrana plasmática e do acrossoma e avaliação da longevidade espermática. O meio diluente base utilizado para a associação de crioprotetores foi o meio base TRIS Citrato com gema de ovo: (T1) (6% de glicerol, sem adição de trealose); (T2) (6% de glicerol + 2% de trealose); (T3) (6% de glicerol + 4% de trealose) e (T4) (6% de glicerol + 6% de trealose). O sêmen foi envasado em palhetas de 0,25ml, resfriado a 4oC em um período de uma hora(0,57oC/min). Após essa etapa, foi feito o tempo de equilíbrio de uma hora e por fim o sêmen foi congelado. Após 24h as amostras foram descongeladas a 37oC e submetidas às mesmas análises descritas para o sêmen fresco além de serem submetidos ao teste de termo resistência (TTR). O sêmen descongelado, em todos os animais, apresentou significativamente maiores percentuais de espermatozoides com membrana plasmática lesada, em relação ao sêmen fresco, devido ao protocolo de congelamento. O vigor e a motilidade espermáticos, foram significativamente superiores com a adição da trealose ao meio, no entanto, não foi observada influencia significativa entre os diferentes níveis de trealose utilizados. O teste de termorresistência sugere que a trealose não apresenta influência positiva sobre a resistência espermática após o descongelamento. Não foi observada variação significativa (p>0,05) no percentual de defeitos maiores ou menores entre as amostras controle e iiimesmo entre as amostras adicionadas de trealose, o que significa que a morfologia espermática das amostras estudadas não foi afetada pela adição da trealose em nenhuma das concentrações nos animais estudados.
Domestic dogs have been used as experimental models of their wild dog analogs due to their reproductive physiology similarities. Therefore, it is essential to understand the reproductive physiology of the dogs to create programs for preservation of the gametes, for which cryo-preservation is an important tool. Several studies, however, have demonstrated that the survival of the defrosted canine semen on the female genital tract is reduced. For this reason, it is a great challenge to improve the techniques involved. Many products have been tested aiming to reduce the damaging effects of the spermatic cell frosting. The goal of this study was to evaluate the effect of the association of trehalose to the canine semen. 5 male adult dogs of no defined breed underwent three collecting experiments, every two days for each animal, totalizing 17 collections. The tests in vitro applied to the semen samples were: evaluation of the progressive motility, spermatic vigor, evaluation of the plasmatic membrane integrity and the acrosome, and the evaluation of the spermatic longevity. The diluent medium used for the association of the cryo-protectors was the TRIS Citrate with egg yolk: (T1) (6% of glycerol, without trehalose); (T2) (6% of glycerol + 2% of trehalose); (T3) (6% of glycerol + 4% of trehalose) and (T4) (6% of glycerol + 6% of trehalose).The semen was encased in pallets of 0,25ml, frozen at 4oC for an hour (0,57oC/min). After this phase, the sample underwent an equilibrium time of an hour and finally the semen was frosted. After 24h the samples were defrosted at 37oC and subjected to the same process described for the fresh semen and, in addition, were subjected to the term resistance test (TRT). The defrosted semen, in all animals, showed significant higher percentages of spermatozoids with damaged plasmatic membrane, in relation to the fresh semen, due to the frosting protocol. The vigor and spermatic motility were significantly higher with the addition of trehalose to the medium, however, it was not observed a significant influence among the different levels of trehalose utilized. The thermo-resistance test suggests that the trehalose does not represent positive influence over the spermatic resistance after defrosting. It was not observed a significant variation (p>0,05) of the perceptual of bigger or smaller defects among the control samples, even among the samples added with trehalose, which means that the spermatic morphology of vthe studied samples was not affected by the addition of trehalose in none of the concentration of animals studied.