Resumo
O cavalo está apto a diversas modalidades esportivas que podem exigir grande variedade de requisitos para proporcionar um melhor desempenho. Objetivou-se neste estudo, avaliar as repostas metabólicas e fisiológicas durante e após o teste de simulação de vaquejada, definir se esse tipo de exercício é suficiente para modificar os parâmetros estudados, conhecer os ajustes metabólicos e fisiológicos e com isso disponibilizar conhecimentos úteis para aperfeiçoar o desempenho desse grupo de animais. Utilizou-se no primeiro estudo 70 cavalos, sendo 53 de puxar e 17 de esteira e no segundo estudo, 18 cavalos, sendo 12 de puxar e seis de esteira, de ambos os sexos e treinados para vaquejada. Realizou-se o Teste de Simulação de Vaquejada (TSV), onde foi definido que um ciclo correspondia a três carreiras com o boi, os cavalos de puxar correram um ciclo e os de esteira correram dois ciclos. Utilizou-se um monitor de frequência cardíaca (FC) Polar V800-GPS, próprio para uso em cavalos, para medir a FC, a duração e a velocidade atingida pelos cavalos nos dois estudos, porém no segundo estudo foram colhidas amostras de sangue para realização de hemograma e as seguintes análises: glicose, lactato, triglicerídeos, ácidos graxos não esterificados (AGNE), proteínas plasmáticas totais, albumina, creatina quinase, gama glutamil transferase e cortisol. Os resultados foram analisados pelo ANOVA e pelo teste de Tukey, com P estabelecido em 5%. No primeiro estudo observou-se que os cavalos de puxar apresentaram FCmáx e FCmin mais elevadas que os cavalos de esteira. A velocidade atingida pelos dois grupos de cavalos foi similar, cerca de 8,9m/s. Os cavalos de puxar apresentaram maior percentual de FC acima de 170bpm do que os cavalos de esteira. No segundo estudo, houve aumento na glicose, lactato, AGNE e cortisol nos dois grupos de cavalos após as corridas, porém estes níveis retornaram aos valores do repouso 30 minutos após o fim do exercício. Concluiu-se no primeiro estudo que os cavalos de puxar e de esteira apresentam FCmáx, FCmed e FCmin diferentes, mesmo quando a velocidade é similar e que os cavalos de puxar realizam um exercício mais intenso do que os cavalos de esteira. No segundo estudo, concluiu-se que o TSV promove mudanças significativas em biomarcadores hematológicos e bioquímicos e na FC dos dois grupos de cavalos.
The horse is able to practice various disciplines that may require a wide variety of adjustments to provide a better performance. The aim of this study was to evaluate metabolic and physiological adaptation during and after the Vaquejada Simulation Test (VST) and to define if this kind of effort is enough to change the studied parameters, to know the physiological and metabolic adaptation and to provide knowledge to improve the performance of this group of animals. It was used on the first study 70 horses, 53 pull horses and 17 helper horses, and in the second study , 18 horses, 12 pull horses and 6 helper horses, healthy males and females that was trained for Vaquejada. The VST was performed and established that 1 cycle has 3 runs with the bull, the pull horses performed 1 cycle and the helper, 2 cycles. It was used a Polar V-800GPS, a horse heart rate monitor to measure heart rate (HR), time and velocity reached, in the both studies, and also, in the second study it was collected blood samples for hemogram and the following analysis: glucose, lactate, tryglicerides, non-esterified fatty acids (NEFA), total protein, albumin, creatine kinase, gamma glutamyl transferase and cortisol. The results was submitted to ANOVA and Tukeys test, with P established in 5%. In the first study, it was shown that the pull horses presented higher HRmax and higher HRmin than the helper horses. The velocity reached in the both group of horses was similar, about 8,9m/s. The pull horses showed higher % of HR above 170bpm than the helper horses. In the second study, it was observed an in increase in glucose, lactate, NEFA and cortisol in the both group of horses after the VST, however, the levels of these biomarkers returned to pretest values 30 minutes after the end of the exercise. It was concluded in the first study that pull and helper horses showed different HRmax, HRmed, and HRmin, since when the velocity is the same, and that the pull horses performed a more intensive effort than the helper horses. In the second study, it was concluded that the VST promotes significant changes in HR, hematological and biochemical biomarkers, in the both group of horses.
Resumo
Objetivou-se conhecer a composição do leite, a contagem de células somáticas (CCS) e a concentração de glutamina (GLN) e glutamato (GLU) no leite de éguas durante todo o período de lactação, como também conhecer o padrão de desenvolvimento e a composição corporal de potros lactentes da raça Quarto de Milha. Foram utilizadas 19 éguas lactantes da raça Quarto de Milha, com idade entre 5 e 18 anos, multíparas. Foram colhidas amostras de sangue e leite no dia do parto e mensalmente até o quinto mês de lactação. Para o acompanhamento do desenvolvimento dos potros lactentes, utilizou-se 46 animais, da mesma raça, de ambos os sexos, mantidos em regime semi intensivo, junto com as éguas em pastagens de capim Panicum maximum e Cynodon dactilon. As mensurações foram realizadas no dia do parto e mensalmente até o quinto mês (desmame). Os parâmetros estudados foram: Altura na Cernelha (AC), Perímetro Torácico (PT), Perímetro da Canela (PC), Massa Corporal (MC) e através de ultrassonografia obteve-se a Espessura de Gordura na Garupa (EG). Os resultados foram submetidos ao ANOVA e ao teste de Tukey, foi estabelecido o nível de significância em 5%. Nas éguas observou-se grande redução na [GLN] do sangue, de 0,581mmol/mL no dia do parto para 0,309mmol/mL no fim da lactação. No leite, a [GLN] aumentou significativamente de 0,631mmol/mL no colostro para 1,333mmol/mL, no quarto mês, reduzindo para 0,657mmol/mL no quinto mês. No colostro foram encontrados os maiores percentuais de gordura e proteína. A lactose apresentou o maior valor no terceiro mês. Durante a lactação, a composição do leite variou significativamente. Nos potros, observou-se que os parâmetros estudados modificaram-se significativamente. A MC média ao nascer foi de 41kg e ao desmame 177kg. A MLG média ao nascer foi de 37kg e 160kg ao desmame. A MG média ao nascer foi 3,8kg e 16,8kg ao desmame. A AC média no dia do nascimento foi de 91cm e 116cm no dia do desmame. No estudo com as éguas concluiu-se que devido a grande redução na [GLN] no sangue e grande aumento na [GLN] no leite, pode haver estado catabólico em éguas lactantes, destaca-se a importância de um plano nutricional adequado para estes animais. No estudo com os potros, concluiu-se que potros lactentes ganham rapidamente massa corporal do nascimento ao desmame e que grande parte desse ganho é de MLG, e que devido às variações significativas nos índices biométricos é importante monitorar regularmente estes valores para ajustar desequilíbrios.