Resumo
O teste de ativação da transcetolase eritrocitária (TK-E) pelo pirofosfato de tiamina (TPP) exógeno é um método indireto para mensurar a tiamina (vitamina B1). A diminuição da atividade da transcetolase eritrocitária e o aumento da estimulação in vitro com o TPP maior do que 17 % indicam deficiência de tiamina. Este é um método plausível, pois são nos eritrócitos que estão concentradas a maior parte desta vitamina. Em virtude de surtos de beribéri que tem ocorrido no Brasil desde 2006, o Instituto Adolfo Lutz (IAL), como Laboratório Central de Saúde Pública, propôs a implantação desse método para auxiliar na investigação de novos surtos ou de casos isolados. Foram avaliados o teste de precisão, a linearidade, a estabilidade do hemolisado e da amostra, e estimados os limites de detecção e de quantificação. A atividade da TK-E sem ativação pelo TPP foi de 0,732 UI/gHb e com ativação foi de 0,827 UI/gHb. Todos os resultados dos parâmetros avaliados neste estudo apresentaram-se dentro dos critérios de aceitabilidade garantindo-se a confiabilidade do método. Fica, assim, disponível mais um ensaio bioquímico para a Rede Pública de Saúde, mas ainda necessário definir os valores de referência para estabelecer os limites clínicos da deficiência de tiamina.
Erythrocyte transketolase activation test (TK-E) by exogenous thiamine pyrophosphate (TPP) is an indirect method to measure thiamine (vitamin B1). The decrease in the erythrocyte transketolase activity and the increase of in vitro stimulation with TPP greater than 17 % indicate thiamine deficiency. It is a reasonable method as the major portion of this vitamin are concentrated in erithrocytes. Due to the beriberi outbreaks that have occurred in Brazil since 2006, the Adolfo Lutz Institute (IAL), as a Central Public Health Laboratory, proposed the implementation of this method to give support to the investigation on the new outbreaks or isolated cases. The evaluated parameters were precision, linearity, hemolysate and sample stability, and the limits of detection and quantification were estimated. The TK-E activity without activation by TPP was 0.732 UI/gHb, and with activation was 0.827 UI/gHb. All of the results obtained from the evaluated parameters showed to be within the eligibility criteria, ensuring the reliability of the proposed methods. Thus, this method showed to be adequate as biochemical assay for the Public Health Network. However, there is a need to define the reference values to establish the clinical limits of thiamine deficiency.
Assuntos
Beriberi/diagnóstico , Eritrócitos , Tiamina Pirofosfato/análise , Transcetolase/análise , Ensaios Enzimáticos Clínicos , Surtos de Doenças/prevenção & controle , Testes HematológicosResumo
O teste de ativação da transcetolase eritrocitária (TK-E) pelo pirofosfato de tiamina (TPP) exógeno é um método indireto para mensurar a tiamina (vitamina B1). A diminuição da atividade da transcetolase eritrocitária e o aumento da estimulação in vitro com o TPP maior do que 17 % indicam deficiência de tiamina. Este é um método plausível, pois são nos eritrócitos que estão concentradas a maior parte desta vitamina. Em virtude de surtos de beribéri que tem ocorrido no Brasil desde 2006, o Instituto Adolfo Lutz (IAL), como Laboratório Central de Saúde Pública, propôs a implantação desse método para auxiliar na investigação de novos surtos ou de casos isolados. Foram avaliados o teste de precisão, a linearidade, a estabilidade do hemolisado e da amostra, e estimados os limites de detecção e de quantificação. A atividade da TK-E sem ativação pelo TPP foi de 0,732 UI/gHb e com ativação foi de 0,827 UI/gHb. Todos os resultados dos parâmetros avaliados neste estudo apresentaram-se dentro dos critérios de aceitabilidade garantindo-se a confiabilidade do método. Fica, assim, disponível mais um ensaio bioquímico para a Rede Pública de Saúde, mas ainda necessário definir os valores de referência para estabelecer os limites clínicos da deficiência de tiamina.(AU)
Erythrocyte transketolase activation test (TK-E) by exogenous thiamine pyrophosphate (TPP) is an indirect method to measure thiamine (vitamin B1). The decrease in the erythrocyte transketolase activity and the increase of in vitro stimulation with TPP greater than 17 % indicate thiamine deficiency. It is a reasonable method as the major portion of this vitamin are concentrated in erithrocytes. Due to the beriberi outbreaks that have occurred in Brazil since 2006, the Adolfo Lutz Institute (IAL), as a Central Public Health Laboratory, proposed the implementation of this method to give support to the investigation on the new outbreaks or isolated cases. The evaluated parameters were precision, linearity, hemolysate and sample stability, and the limits of detection and quantification were estimated. The TK-E activity without activation by TPP was 0.732 UI/gHb, and with activation was 0.827 UI/gHb. All of the results obtained from the evaluated parameters showed to be within the eligibility criteria, ensuring the reliability of the proposed methods. Thus, this method showed to be adequate as biochemical assay for the Public Health Network. However, there is a need to define the reference values to establish the clinical limits of thiamine deficiency.(AU)
Assuntos
Beriberi/diagnóstico , Transcetolase/análise , Eritrócitos , Tiamina Pirofosfato/análise , Surtos de Doenças/prevenção & controle , Testes Hematológicos , Ensaios Enzimáticos ClínicosResumo
In a prospective study, the riboflavin nutritional status was evaluated in pregnant women to whom varied vitamin doses were given and in women who did not receive any vitamin supplementation during gestation. Riboflavin nutritional determination was assessed by means of glutathione reductase activation coefficient (GR-AC), and the value higher than 1.5 was considered as indicative of riboflavin deficiency. The pregnant women were divided into four groups: 123 pregnant women to whom any vitamin supplementation were not given, 25 who daily received 2.5 to 3.5mg of riboflavin, 53 who were daily supplemented with 1.0 to 1.7mg of riboflavin, and 22 to whom were daily given 0.85mg of riboflavin. The women group daily supplemented with 2.5 to 3.5mg riboflavin showed the lowest riboflavin deficiency, and the other groups (64.5%) presented vitamin deficiency with GR-AC higher than 1.5. These data suggest that the vitamin concentrations found in the commercially available vitamin supplemented preparations, as well as those found in ingested food were insufficient to provide a good nutritional status for pregnant women. These findings strongly suggest that riboflavin deficiency has in fact been a relevant public health problem in São Paulo city.
Neste estudo prospectivo foi avaliado o estado nutricional em riboflavina nas parturientes que faziam uso da suplementação vitamínica de variadas concentrações de riboflavina, bem como naquelas que não fizeram uso de qualquer suplementação durante o período gestacional. O recurso utilizado para a avaliação nutricional foi a determinação do coeficiente de ativação da glutationa redutase (CA-GRE). Os valores de CA-GRE acima de 1,5 foram considerados como indicativos de deficiência de riboflavina. Foram analisados quatro grupos de gestantes: 123 parturientes sem suplementação vitamínica; 25 que utilizaram formulação contendo de 2,5 a 3,5mg de riboflavina; 63 parturientes que utilizaram fármacos contendo 1,0 a 1,7mg de riboflavina e o quarto grupo constituído de 22 mulheres que receberam formulação contendo 0,85mg de riboflavina. O grupo de parturientes que apresentou menor índice de deficiência de riboflavina foi aquele que fez o uso da suplementação vitamínica com as taxas entre 2,5 a 3,5mg de vitamina B2. Os demais grupos, com a inclusão daquele que não complementou a dieta com suplementação vitamínica, apresentaram índices de deficiências bem maiores. Esses achados indicam que as quantidades de riboflavina apresentadas nesses fármacos, bem como na dieta alimentar, foram insuficientes para atingir níveis bioquímicos semelhantes ao do grupo controle. No geral, foi encontrada
Resumo
In a prospective study, the riboflavin nutritional status was evaluated in pregnant women to whom varied vitamin doses were given and in women who did not receive any vitamin supplementation during gestation. Riboflavin nutritional determination was assessed by means of glutathione reductase activation coefficient (GR-AC), and the value higher than 1.5 was considered as indicative of riboflavin deficiency. The pregnant women were divided into four groups: 123 pregnant women to whom any vitamin supplementation were not given, 25 who daily received 2.5 to 3.5mg of riboflavin, 53 who were daily supplemented with 1.0 to 1.7mg of riboflavin, and 22 to whom were daily given 0.85mg of riboflavin. The women group daily supplemented with 2.5 to 3.5mg riboflavin showed the lowest riboflavin deficiency, and the other groups (64.5%) presented vitamin deficiency with GR-AC higher than 1.5. These data suggest that the vitamin concentrations found in the commercially available vitamin supplemented preparations, as well as those found in ingested food were insufficient to provide a good nutritional status for pregnant women. These findings strongly suggest that riboflavin deficiency has in fact been a relevant public health problem in São Paulo city.
Neste estudo prospectivo foi avaliado o estado nutricional em riboflavina nas parturientes que faziam uso da suplementação vitamínica de variadas concentrações de riboflavina, bem como naquelas que não fizeram uso de qualquer suplementação durante o período gestacional. O recurso utilizado para a avaliação nutricional foi a determinação do coeficiente de ativação da glutationa redutase (CA-GRE). Os valores de CA-GRE acima de 1,5 foram considerados como indicativos de deficiência de riboflavina. Foram analisados quatro grupos de gestantes: 123 parturientes sem suplementação vitamínica; 25 que utilizaram formulação contendo de 2,5 a 3,5mg de riboflavina; 63 parturientes que utilizaram fármacos contendo 1,0 a 1,7mg de riboflavina e o quarto grupo constituído de 22 mulheres que receberam formulação contendo 0,85mg de riboflavina. O grupo de parturientes que apresentou menor índice de deficiência de riboflavina foi aquele que fez o uso da suplementação vitamínica com as taxas entre 2,5 a 3,5mg de vitamina B2. Os demais grupos, com a inclusão daquele que não complementou a dieta com suplementação vitamínica, apresentaram índices de deficiências bem maiores. Esses achados indicam que as quantidades de riboflavina apresentadas nesses fármacos, bem como na dieta alimentar, foram insuficientes para atingir níveis bioquímicos semelhantes ao do grupo controle. No geral, foi encontrada